SÃO LUÍS- A Companhia Cazumbá de Teatro e Dança festeja em grande estilo no Teatro Arthur Azevedo, de hoje até domingo (12), os seus 45 anos de fundação com um grande espetáculo.
As apresentações serão divididas da seguinte forma, hoje, às 20h, para convidados, amanhã, às 16h, para escolas e, sábado, às 20h, e domingo, às 19h, para o público em geral, sempre com entrada gratuita.
Com 45 anos de existência, o grupo sempre se renova, sem deixar nunca sua principal essência: transformar folclore em espetáculos teatrais. Quando se fala na Companhia Cazumbá de Teatro e Dança, logo vem à mente o espetáculo “Auto do Bumba Meu Boi”, carro- chefe da companhia, e o mais premiado dos espetáculos criados no Maranhão.
Segundo Cíntia Pessoa, a Companhia recebeu a proposta para comemorar o aniversário em outros estados, mas eles fazem questão de celebrar no Maranhão. “Sempre apresentamos fora do estado e até mesmo fora do Brasil, mas aqui tem a nossa história e nada mais justo que comemorar na capital maranhense”, conta.
O projeto tem o apoio do Governo do Estado do Maranhão, através da Lei de Incentivo à Cultura e patrocínio do Grupo Mateus. Os ingressos podem ser retirados na bilheteria do Teatro durante a semana que antecede o evento ou na sede da Cia Cazumbá, localizada na Rua Portugal, 380, Praia Grande.
A história
Foi fundada em 1973, em 2 de abril, quando alguns jovens, ainda na universidade, buscaram fazer um teatro comprometido com as coisas do Maranhão. Essa busca acabou por aproximá-los do folclore que, a partir daí, passou a se constituir a principal matéria-prima de seus espetáculos.
O espetáculo
Duas montagens distintas unem-se para compor esta “Cazumbeira” - os espetáculos “Bogi Buá” e “Auto do Bumba Meu Boi” - sendo divididos, para efeito de identificação, em dois atos, entre percussão e corda.
O primeiro é o “Auto do Bumba-meu-boi”, dança-folguedo maranhense que tem como um de seus principais personagens a figura folclórica que deu nome ao grupo teatral. O Cazumbá é justamente a criatura de outro mundo, que vaga pela noite fazendo travessuras, mas que abandona suas características sombrias para louvar aos santos no mês de junho, principalmente São João.
No espetáculo “Auto do Bumba meu boi”, a Cia. Cazumbá aborda uma das passagens da brincadeira que, com o passar do tempo, está ficando à margem da apresentação nas festas juninas maranhenses. É o momento do folguedo que encena o desejo de Catirina de comer a língua do boi mais bonito da fazenda, onde seu marido (Pai Francisco) é vaqueiro e escravo.
O segundo espetáculo, “Bogi-Buá”, reúne sete danças populares que sofreram a influência das culturas africana, indígena e branca: Bambaê, Pela Porco, Baralho, Baile de São Gonçalo, Tambor de Crioula, Caroço e Tambor de Mina. Algumas delas já não são mais praticadas, o que faz do “Bogi-Buá” uma referência de resgate de determinadas manifestações (caso do Bambaê e do Tambor da Mina).
Apesar de ter o folclore como matéria-prima, a companhia enfatiza seu compromisso primeiro com a dança e o teatro, que releem as manifestações folclóricas e populares.
O debate em torno de se fazer ou não folclore levou o grupo a pensar nos espetáculos-debate. “A ideia é levar ao Teatro, não apenas a nossa apresentação comemorativa, mas também criar uma discussão sobre a arte”, comenta o fundador.
Serviço
O quê: Companhia Cazumbá comemora 45 anos de fundação
Quando: 9, 10, 11 e 12 de agosto
Onde: Teatro Artur Azevedo (Rua do Sol).
Entrada gratuita.
Programação:
Quinta-feira (Somente para convidados), às 20h
Sexta-feira (Apresentação para escolas, às 16h).
Sábado, às 20h e Domingo, às 19h.
Informações: Instagram @ciacazumba
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