WASHINGTON - "Tive a honra de entregar uma carta do presidente Trump ao governo do presidente Vladimir Putin. A carta enfatizava a importância de maior cooperação entre os países em várias áreas, incluindo o combate ao terrorismo, o reforço ao diálogo legislativo e a retomada do intercâmbio cultural." É o que escreveu no Twitter ontem o senador republicano Rand Paul, revelando que entregou carta de Trump a Putin durante uma viagem a Moscou.
A revelação da carta pelo senador ocorre semanas depois de Trump ter sido criticado internacionalmente por não confrontar Putin no encontro em Helsinque, na Finlândia, e, pelo contrário, apoiá-lo — apontando como culpados pela má relação entre os países os serviços de inteligência dos EUA.
Segundo Trump, eles fazem "uma caça às bruxas" ao investigar suas relações com o Kremlin nas eleições de 2016, quando russos teriam colaborado com o republicano para prejudicar a candidata democrata Hillary Clinton.
O senador Rand Paul, um dos poucos a apoiar Trump em sua performance com Putin em Henlsinque no dia 16 de julho, disse que viajou a Moscou para fortalecer a diplomacia entre os países.
Carta
Já a Casa Branca informou que Trump concedeu a Rand Paul uma "carta de apresentação" para sua viagem a pedido do próprio senador. "Na carta, o presidente mencionou tópicos de interesse que Paul gostaria de discutir com o presidente Putin", informou o porta-voz da Casa Branca Hogan Gidley no comunicado.
Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo, por sua vez, disse que uma carta de Trump foi entregue a Putin por meios diplomáticos. Mas Peskov afirmou que o Kremlin não estava a par de todo o conteúdo.
A equipe de segurança nacional dos EUA declarou que a Rússia está por trás de "generalizadas" tentativas de interferir nas eleições de novembro. Putin negou ao próprio Trump, seguidas vezes, que o tenha feito. Na conferência de Helsinque, Trump causou indignação ao descartar o que diziam suas agências de investigação e, publicamente, aceitar a palavra de Putin. Mais tarde, o presidentre americano corrigiu algumas de suas falas, dizendo ter se expressado mal.
Na última segunda-feira, o senador Rand Paul, parte da ala conservadora de seu partido, convidou advogados russos a visitar Washington para discutir a contenção do avanço nuclear e do terrorismo. Ele também travou diálogos com parlamentares em Moscou e prometeu bloquear novas sanções contra a Rússia.
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