SÃO LUÍS - Ação audaciosa idealizada por criminosos, inclusive interno do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, acabou desarticulada nesta quarta-feira, 8, durante um cerco policial realizado na área do Coroadinho. Adriana Marques dos Santos e a sua prima, Flávia Daniele Santos Silva, a Dani, foram presas acusadas de tentar levar duas pistolas ponto 40 e mais de 40 munições para o interno de Pedrinhas, Edson Pinto Diniz, o Apolo, incluído na relação dos beneficiados com a saída temporária do Dia dos Pais.

O criminoso deixaria a unidade prisional durante a manhã de ontem, junto com os 694 apenados incluídos na portaria da 1ª Vara de Execuções Penais, assinada pelo juiz Márcio Brandão. Edson Pinto Diniz, o Apolo, segundo a polícia, é marido de Adriana Marques dos Santos e liderava do presídio uma facção criminosa oriunda do Rio de Janeiro, e suspeito ainda de execuções e comandar o tráfico de entorpecente na Ilha, principalmente no Coroadinho.

As duas mulheres foram presas pelos policiais do 1º Batalhão da Polícia Militar e conduzidas para o 10º Distrito Policial, no Bom Jesus. Com elas os militares encontraram as duas pistolas, com numeração raspada, mais de 40 munições ponto 40, dinheiro, celulares, uma balança de precisão, uma caderneta com anotações sobre a venda de droga. Foram encontradas nos celulares troca de mensagens via WhatsApp entre Adriana e Apolo.

Cerco policial

A polícia foi informada, por meio de denúncias anônimas, que na residência de Adriana Marques, no Alto São Sebastião, funcionava uma “boca de fumo”, e que Daniele Santos, a Dani teria chegado recentemente do Pará para dar apoio a sua prima nessa ação criminosa. Havia, também, informações de que as mulheres pretendiam levar armas para internos de Pedrinhas.

Na manhã de ontem, os militares realizaram um cerco no Alto São Sebastião e um dos pontos revistados foi a casa de Adriana Marques. Primeiramente foi encontrado em uma mochila as munições, carregadores, celulares e o caderno de anotação da venda de droga. As duas armas estavam uma caixa de papelão, sobre um armário, na cozinha.

No local, os policiais encontraram dinheiro, a balança de precisão. Em um dos celulares havia mensagens entre o interno Apolo e a sua esposa. Uma delas fazia referência a nomes de dois policiais militares do Serviço de Inteligência, nomes não revelados, do 1º Batalhão da Polícia Militar. Eles estariam sob ameaça do bando.

Ação criminosa

A polícia informou, ainda, que um homem ainda não identificado, em uma motocicleta, teria levado na noite anterior, as duas armas de fogo e a munição até a residência de Adriana Marques. Ela entregaria as armas e a munição na manhã desta quarta-feira na porta do Complexo Penitenciário de Pedrinhas a no momento em que Edson Pinto Diniz, deixasse a unidade.

Segundo a polícia, a expectativa era de que, eles realizariam ações criminosas na Região Metropolitana em um táxi, que já teria sido contratado. Há informações de que os criminosos já tinham até um local que funcionaria como esconderijo. As mulheres foram ouvidas ontem pelo delegado Rondinele Araújo, do 10º Distrito Policial. A Flávia foi liberada após o depoimento, já o detento Edson Diniz foi interrogado ontem à tarde.

Outro lado

A assessoria de comunicação do Governo informou, ontem, por meio de nota, que a determinação sobre a soltura de presos em saídas temporárias cabe exclusivamente à Justiça.

Saiba mais

Seiscentos e noventa e quatro internos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas foram beneficiados com a saída temporária do Dia dos Pais, autorizados pela portaria assinada pelo juiz da 1ª Vara de Execuções Penais, da Comarca de São Luís, Márcio Brandão. Os internos, com exceção de Edson Diniz Pinto, deixaram a unidade prisional na manhã desta quarta-feira, 8, e devem retornar até as 18h da próxima terça-feira, 14. Caso não retornem nessa data, serão declarados foragidos.

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