Conflito

Conflito armado deixou 262 mil mortos em 60 anos na Colômbia

Relatório foi divulgado nesta sexta-feira pelo Centro Nacional de Memória Histórica; maioria das vítimas é civil com 215 pessoas; conflito armado no é classificado em 10 modalidade, da violência ao sequestro

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Guerrilheiros colombianos foram responsáveis pelas mortes nos conflitos
Guerrilheiros colombianos foram responsáveis pelas mortes nos conflitos (Guerrilha)

Bogotá - O conflito armado na Colômbia deixou 262.197 vítimas entre 1958 e julho de 2018, de acordo com um relatório do Centro Nacional de Memória Histórica (CNMH). Nos dados reunidos pelo Observatória de Memória e Conflito do CNMH, a maioria das vítimas é civil - 215.005 pessoas. Do total, há 46.813 combatentes. O órgão não conseguiu documentar as demais. As informações foram entregues ao Sistema Integral de Verdade, Justiça, Reparação e Não Repetição.

A base de dados, a mais completa sobre o conflito armado no país, classifica 10 modalidades de violência, entre elas sequestro, massacres, violência sexual, recrutamento de menores e atentados terroristas. Do total de vítimas, 94.754 mortes foram atribuídas aos grupos paramilitares, 35.683 aos guerrilheiros e 9.804 a funcionários do governo colombiano.

"Temos que começar a reconhecer tudo para entender o conjunto da guerra. A fragmentação confunde, distorce a verdade. Por isso, é preciso juntar as peças, como estamos fazendo", disse o coordenador do Observatório Memória e Conflito do CNMH, Andrés Suárez.

Além das mortes, o conflito deixou 80.514 desaparecidos na Colômbia. O CNMH ainda não sabe o paradeiro de 70.587 pessoas. "O fim de uma guerra precisa de memórias compreensivas e transformadoras", disse o diretor do CNMH, Gonzalo Sánchez.

Suárez pediu aos membros do Sistema Integral de Verdade, Justiça, Reparação e Não Repetição para ouvirem todas as vozes envolvidas no conflito armado, sejam elas vítimas ou combatentes."Não tenhamos medo da tensão que há entre essas vozes. É preciso estender pontes para integrá-las", disse ele.

Mais um jornalista é assassinado

O jornalista colombiano Jairo Alberto Calderón Plaza, de 29 anos, diretor do portal notícias "Contacto", foi assassinado. É o segundo caso de homicídio contra um comunicador em 24 horas, informaram nesta sexta-feira, 3, veículos de imprensa locais.

O jornalista foi levado a um hospital, onde morreu em decorrência dos ferimentos. Aparentemente, Calderón se deslocava em uma motocicleta pelo bairro Municipal da cidade de Tuluá, no departamento de Valle del Cauca, quando foi baleado, informou o jornal "El Tiempo", que cita testemunhas.

A Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP) denunciou ontem o assassinato do jornalista Valentín Rúa Tezada, que trabalhava em uma rádio comunitária no departamento de Cauca. Tezada, que era locutor da emissora "Salvajina Estereofonia" havia 15 anos, foi baleado na quarta-feira durante a noite no centro urbano do município de Suárez.

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