Editorial

Amamentação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

Até o dia 7deste mês acontece a Semana Mundial do Aleitamento Materno, uma celebração da vida e dos cuidados com os primeiros meses de vida do bebê. Mais de 100 países vêm trabalhando na missão de conscientizar sobre a prática importante e necessária para garantir a saúde e nutrição infantil.

Dados do Ministério da Saúde revelam que menos de 50% das mães alimentam seus filhos exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade, no Brasil, como preconiza a Organização Mundial de Saúde, (OMS). Embora esta taxa seja o dobro da apresentada em países como Estados Unidos, Reino Unido e China, especialistas apontam que o índice brasileiro ainda pode ser melhorado.

Não é de hoje que se sabe que o leite materno é o alimento mais completo para o recém-nascido e que, até os seis meses, a criança não precisa de nenhum outro alimento - como chá, água, suco - para se manter nutrida.

Facilmente digerido, o leite da mãe serve como uma vacina para o bebê, rico em anticorpos, que protegem o filho de infecções respiratórias, alergias e anda reduz o risco de diabetes, colesterol alto, hipertensão e obesidade, porque possui cerca de 250 componentes, que agem com ações anti-inflamatórias, bactericidas e protetoras, com proteínas, gorduras, carboidratos e outros nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê. A amamentação, no entanto, não exclui a necessidade de cumprimento do calendário de vacinação da criança.

Bebês que mamaram exclusivamente até os seis meses, tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento, apresentam menor risco de morte por infecção gastrintestinal e infecção respiratória, além de não apresentarem risco maior de deficit de crescimento e peso.

Mesmo com todas as vantagens e qualidades, em recente assembleia da OMS, os Estados Unidos tentaram impedir a aprovação de uma resolução importante em favor do aleitamento materno, apenas para defender o interesse de fabricantes de fórmulas para alimentação de bebês. Houve intenso lobby norte-americano para barrar a resolução, forçando boicote e gerando até ameaça de retaliação aos países que aprovassem o item do documento que tratava da proteção e apoio à amamentação, e outro que incentivava discussões de políticas públicas para restringir a promoção do alimento processado. Mas, mesmo em meio a todas as considerações negativas e ameaças dos EUA, a resolução foi aprovada.

Levantamentos nacionais e estrangeiros mostram que a amamentação está diretamente ligada à redução de óbitos de bebês. O aleitamento também influência no melhor desenvolvimento emocional, cognitivo e intelectual da criança, além de gerar um contato mais íntimo entre mãe e bebê.

O Brasil tem o tema do aleitamento materno como uma agenda prioritária, investe em ações de saúde pública para garantir uma melhor assistência às mães e bebês, inclusive na regulamentação de leis que promovem e protegem o aleitamento materno contra o marketing abusivo de produtos que interferem na amamentação.

Uma das principais iniciativas do Ministério da Saúde é incentivar empresas, públicas e privadas, a criarem salas de apoio à amamentação. Atualmente, o país possui 216 salas certificadas pelo Ministério da Saúde em todo o país, em instituições públicas e privadas, com capacidade de beneficiar cerca de 140 mil mulheres.

Amamentar ao peito, além de ser um ato de amor, é um ato de humanidade e consciência.

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