Por questões culturais, o homem tende a não cuidar da saúde. E essa visão distorcida em relação ao corpo vem de berço, pois desde pequeno ouve que homem que é homem não chora e, portanto, pode suportar qualquer tipo de dor.
Mas essa ideia do super homem se torna frágil quando aparecem os primeiros sinais de doenças. Toda aquela fortaleza até então “indestrutível” dá lugar ao medo, à fragilidade e a mulher acaba sendo escudo.
De um modo geral, os homens só buscam um médico quando o problema de saúde está avançado, ainda que a família ou mesmo campanhas educativas os incentivem a fazer uma consulta.
Mesmo sabendo que deve fazer o exame do toque como prevenção ao câncer de próstata, que de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, é o segundo mais comum entre os homens e o que mais mata, em torno de 14 mil a cada ano, o preconceito e o machismo ainda imperam e se tornam uma barreira à saúde. De acordo com especialistas, a incidência desse tumor é cerca de 17%, ou seja, um e cada seis homens será acometido pela doença. Por isso, exames devem ser feitos regularmente.
Outro problema negligenciado pelo sexo masculino é a hiperplasia benigna da próstata, conhecida como próstata crescida, que atinge 80 a 90% dos homens acima de 60 anos, ocasionando sintomas urinários como jato fraco, gotejamento terminal e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
Para se ter uma ideia das consequências da diferente preocupação entre os gêneros em relação à saúde, os homens vivem em média sete anos a menos do que as mulheres, situação que corrobora como ainda é intenso o preconceito, mesmo com tantas informações disponíveis.
O alcoolismo e o tabagismo, a incontinência urinária, a disfunção erétil e problemas no coração são outros problemas que devem merecer atenção devida por parte dos homens. Os números mostram claramente o porquê de ser de todo esse cuidado. Afinal, a frequência de adultos fumantes é maior entre os homens (12,8%) do que entre as mulheres (9%) e o consumo abusivo de bebidas alcoólicas é aproximadamente 2,5 vezes maior entre os homens (24,8%) do que entre as mulheres (9,4%).
Não bastasse isso, homens (29,4%) consomem menos frutas e hortaliças do que as mulheres (42,5%); consomem (38,4%) duas vezes mais carne com excesso de gordura do que as mulheres (21,7%); e o consumo de sal em excesso é maior entre os homens (17,4%) do que entre as mulheres (14,1%).
Agora em julho, em que se comemora o mês do homem (15 de julho – Dia do Homem), inúmeras foram as ações voltadas para a saúde desse segmento. Não tardará muito e vem aí o Novembro Azul, também com foco nesse público e se concentra no combate e prevenção ao câncer de próstata.
Mas, é importante que os homens tenham consciência de que cuidar da saúde deve acontecer todos os dias e não somente quando são alertados por campanhas. Devem compreender que com a saúde não se brinca. Afinal de contas, homem que é homem, cuida da sua saúde.

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