[e-s001]A Esquadrilha da Fumaça chegou a São Luís ontem (24), para apresentação de mais um show de manobras radicais e acrobacias, que fez parte da turnê que está sendo realizada no circuito Norte e Nordeste do país. A capital maranhense é a oitava cidade a receber a Esquadrilha. Um grande público prestigiou a apresentação e a aglomeração de pessoas foi tão grande que causou longos engarrafamentos após a exibição, no início da noite de ontem, na Avenida Dr. Jackson Kepler Lago e adjacências. Agentes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) tiveram dificuldades em garantir a fluidez dos veículos.

As aeronaves apareceram para os espectadores pontualmente às 16h45. Com céu ainda claro, os pilotos puderam exibir grande parte do repertório de acrobacias que consagrou o grupo ao longo dos anos. “Ainda não tivemos a oportunidade de passar pela região Nordeste e Norte, na sua grande maioria, e estamos trazendo esse ano. Então, vamos passar por 12 cidades dessas regiões, levando a apresentação da Esquadrilha da Fumaça com o A-29, acrobacias e emoções diferentes para todo mundo”, frisou o capitão aviador Glauber Lage.

A apresentação contou com sete aeronaves e cada posição de voo tinha uma função específica. No total, foram realizadas 50 acrobacias em um espetáculo que durou quarenta minutos. Dentre as manobras, estavam “looping”, folha de trevo (feita com duas ou mais aeronaves) e o cruzamento, em que dois pilotos vinham de sentidos opostos e se cruzavam em um determinado ponto do céu. “Muito lindo, adorei, nunca tinha assistido e gostei bastante”, disse Francisco José, de 54 anos, ludovicense, que viu a Esquadrilha pela primeira vez.

Uma das mais empolgadas era a aposentada Terezinha Pinto, de 70 anos. Ela ousou e disse que, se pudesse, estaria com os pilotos em uma das aeronaves. “Eu tinha coragem de ir, não sei se meu coração aguentaria [risos]”, disse. O jovem João Pedro, de apenas nove anos de idade, era um dos mais felizes com a apresentação.

[e-s001]Apesar da apresentação irretocável, houve grande confusão após o evento, com a formação de longos congestionamentos. Nas redes sociais, houve muita reclamação, de pessoas que demoraram até duas horas para conseguir deixar a área da Ponta d’Areia por causa da aglomeração de veículos. Os agentes de trânsito não conseguiram organizar a saída de carros do local.

Super Tucano
A demonstração com o A-29 Super Tucano procurou seguir a sequência de manobras que eram realizadas com o avião anterior, o T-27 Tucano, fazendo as adequações necessárias devido ao fato de a aeronave ser mais potente e apresentar maior capacidade operacional. “O A-29 é uma aeronave que é utilizada pela Força Aérea no patrulhamento das fronteiras da Amazônia”, elencou o capitão Glauber.

Além de uma nova aeronave nessa missão, outra novidade é a adoção da fumaça ecologicamente correta, baseada no conceito sustentável de não agredir o meio ambiente.

História
Desde sua estreia em 1952, a Esquadrilha da Fumaça já fez mais de 3.800 apresentações no Brasil e em 21 países. Mais do que um espetáculo aéreo, a presença da Esquadrilha da Fumaça é a oportunidade que as pessoas têm para estabelecer um contato com a Força Aérea Brasileira.

Em 2013, a Esquadrilha da Fumaça iniciou o processo de implantação da aeronave A-29, um modelo caça responsável pela garantia da segurança nas fronteiras do país atualmente, em substituição a uma aeronave usada, ainda nos dias de hoje, para instruir futuros aviadores do Brasil. Desde 2005, a Força Aérea Brasileira utiliza o Super Tucano com a finalidade de formar novos pilotos de combate, além de prepará-los para missões de ataque e de interceptação de aeronaves. Além do Brasil, o modelo possui oito países operadores, tais quais Angola, Burkina Fasso, Mauritânia, Colômbia, Chile, República Dominicana, Equador, Indonésia. O que confirma ser um marco para o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), pois incrementa sua missão de voar em um modelo ainda em produção pela Embraer e com um amplo mercado a ser explorado.

[e-s001]As cores da bandeira nacional continuam a compor a pintura da nova aeronave, que ganha tonalidades mais fortes e marcantes para facilitar a visualização das manobras por parte do público. Entre as novidades, destaca-se a nova localização da numeração que representa a posição da aeronave nos voos em formação. Diferente do Tucano T-27, o número ficará, agora, na lateral da fuselagem. Outra inovação é o desenho da bandeira nacional na cauda do avião, feito de forma a passar uma impressão de que tremula com o vento.

Em 2015, a instituição concluiu o processo de implantação dessa aeronave na Fumaça e retomou sua agenda de demonstrações aéreas.

SAIBA MAIS

Formação de piloto da Esquadrilha
Depois de ingressar, o piloto da FAB inicia o treinamento, chamado de curso de Piloto de Demonstração Aérea – PODA, para voar em sua posição. São, aproximadamente, 80 missões de uma hora, que duram de dois a três meses. Caso ele não seja piloto do avião A-29 Super Tucano no seu ingresso no Esquadrão, será necessário fazer 80 horas de voo antes de dar início ao curso de PODA. Após a estreia, todos os pilotos realizam treinamentos regulares.

Esquadrilha da Fumaça em São Luís

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