Consagrados

Doze escritores maranhenses que precisam ser conhecidos

Conheça um pouco da história de 12 escritores maranhenses já falecidos, cuja obra teve repercussão nacional

Bruna Castelo Branco e Ney Farias Cardoso/Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

SÃO LUÍS - Para celebrar o Dia do Escritor nesta quarta-feira, elaboramos uma lista com 12 autores maranhenses já falecidos, de diferentes épocas e estilos literários, que precisam ser redescobertos pelos seus conterrâneos.

Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira romancista abolicionista do Brasil
Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira romancista abolicionista do Brasil

1- Maria Firmina dos Reis (1825- 1917)

Maria Firmina dos Reis foi uma professora maranhense e é considerada a primeira escritora brasileira, pioneira na crítica antiescravista da nossa literatura com sua obra "Úrsula" (1859), lançada em 1860. Negra, filha de mãe branca e pai negro, fez de seu primeiro romance algo até então impensável: um instrumento de crítica à escravidão por meio da humanização de personagens escravizados.

Aluísio Azevedo foi um dos representantes do Movimento Naturalista no Brasil
Aluísio Azevedo foi um dos representantes do Movimento Naturalista no Brasil

2-Aluísio Azevedo ( (1857-1913)

Um dos expoentes do Movimento Naturalista no Brasil e autor de obras importantíssimas da literatura brasileira, como, por exemplo, “O Mulato”, que denunciava o racismo na sociedade maranhense, em 1881. Também escreveu obras como “Casa de Pensão” e “O Cortiço”, que também foi adaptado para o cinema em 1978. Além de escritor, foi também caricaturista, jornalista e diplomata. É membro fundador da cadeira nº. 4 da Academia Brasileira de Letras.

Graça Aranha foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras
Graça Aranha foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras

3- Graça Aranha (1868-1931)

No dia 21 de junho deste ano, completou-se 150 anos do nascimento de José Pereira da Graça Aranha ou simplesmente Graça Aranha, considerado um autor pré-modernista no Brasil, sendo um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922 e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, entidade em que ocupou a Cadeira de número 38, mas rompeu com a entidade em 1924, por acreditar que o academicismo ia na contramão do Movimento Modernista no Brasil. Sua obra mais conhecida é “Canaã", que tem como palco Porto do Cachoeiro, no Espírito Santo, onde o autor foi juiz.

4 – Coelho Neto (1864-1934)

Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, nasceu em Caxias no dia 20 de fevereiro de 1864 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 28 de novembro de 1934. Em 1885, conheceu José do Patrocínio, e por ele foi levado para a redação do jornal “Gazeta da Tarde” e ao periódico “A Cidade do Rio”. Ele e sua esposa, Maria Gabriela Brandão, tiveram catorze filhos. Em 1891, publicou sua primeira obra, "Rapsódias", livro de contos. Escreveu também "Capital Federal: Impressões de um Sertanejo"(1893). Publicou em seguida "Sertão" (1896), "Álbum de Caliban"(1897), "O Paraíso"(1898) e "A Conquista" (1899).

5– Viriato Correia (1884-1967)

Foi o terceiro ocupante da Cadeira 32, da Academia Brasileira de Letras. Nasceu em 23 de janeiro de 1884, na cidade maranhense de Pirapemas, e faleceu no Rio de Janeiro em 10 de abril de 1967. Começou a escrever ainda na adolescência, aos 16 anos. Mudou-se para o Recife, após os cursos preparatórios. Em 1903, foi publicado no Maranhão seu primeiro livro de contos, “Minaretes”. Mais tarde, inicia sua formação na imprensa, no jornal “Gazeta de Notícias”. Colaborou em diversas atividades jornalísticas. Obteve também posição relevante na área da narrativa histórica. Mas o destaque mesmo da sua obra é para a ficção infantil, com a sua “História do Brasil para Crianças” (1934) e o clássico “Cazuza” (1938).

Odylo Costa, filho foi jornalista, cronista, novelista e poeta
Odylo Costa, filho foi jornalista, cronista, novelista e poeta

6 – Odylo Costa, filho (1914-1979)

Jornalista, cronista, novelista e poeta, foi o quarto ocupante da Cadeira 15, da Academia Brasileira de Letras. Nasceu em São Luís, em 14 de dezembro de 1914, e faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de agosto de 1979. Acompanhado pelos pais, residiu no Rio de Janeiro e bacharelou-se em Direito, pela Universidade do Brasil (1933). Mas já na adolescência mostrou seu talento para o jornalismo. Graças ao livro “Graça Aranha e Outros Ensaios”, obteve o Prêmio Ramos Paz, da ABL. Em 1936, estabelecendo parceria com Henrique Carstens, publicou o “Livro de Poemas” e, bem mais tarde, a coletânea de artigos de jornal em que, nas entrelinhas, criticava a ditadura do Estado Novo, instaurada em 1937. Aos 50 anos, publicou a novela “A Faca e o Rio” (1965), que foi traduzida para o inglês e o alemão e adaptada para o cinema pelo holandês George Sluizer.

7– José Nascimento de Moraes (1882-1958)

O autor foi uma grande figura do cenário maranhense do início do século XX, destacando-se por suas obras jornalísticas e literárias, que focavam, sobretudo, a contraposição das questões elitistas e abolicionistas. Lutou contra os conceitos racistas da época, atraindo aliados e inimigos à sua causa. Entre suas obras, destaque para “Vencidos e Degenerados”, cujo tema central é o retrato da sociedade maranhense pós-abolição da escravatura trazendo à tona questões sociais, como o preconceito e a pobreza extrema. A obra projetou nacionalmente o autor como um dos melhores retratistas sociais da época, igualado a nomes como Lima Barreto e Aluísio Azevedo.

João Mohana teve como vocação o sacerdócio e escreveu livros clássicos da literatura como
João Mohana teve como vocação o sacerdócio e escreveu livros clássicos da literatura como "Maria da Tempestade"

8 – João Mohana (1925-1995)

Nasceu em 1925. Formado em Medicina, atuou na profissão até que encontrou sua verdadeira vocação no sacerdócio. Ordenou-se padre em 1960, e a partir daí teve início uma vida inteira dedicada ao uso da palavra como forma de transmitir sua fé e sabedoria. De todos os prêmios literários que conquistou, ao longo da carreira como padre e escritor, o mais importante foi o “Coelho Neto”, da Academia Brasileira de Letras, pela obra “O Outro Caminho” (1952). São também de sua autoria “Maria da Tempestade” (1966) e “O Encontro” (1975).

Josué Montello escreveu obras como Cais da Sagração e Os Tambores de São Luís
Josué Montello escreveu obras como Cais da Sagração e Os Tambores de São Luís

9- Josué Montello (1917- 2006)

Quarto ocupante da cadeira 29, foi eleito em 4 de novembro de 1954, na sucessão de Cláudio de Sousa, sendo recebido por Viriato Correia em 4 de junho de 1955. Josué Montello é considerado um dos grandes escritores do século XX do Maranhão, autor de uma vasta obra, entre eles "Cais da Sagração" e "Os Tambores de São Luís".

José Chagas representou São Luís em versos
José Chagas representou São Luís em versos

10- José Chagas (1924- 2014)

Paraibano nascido na cidade de Piancó, José Chagas mudou-se para o Maranhão na juventude e morou na cidade de Pedreiras e em São Luís. Sua relação com a capital maranhense é presente em suas obras, com uma tônica crítica social e exaltação. Dentre as obras publicadas, estão "Canhões do Silêncio", "Os Telhados", "Azulejos do Tempo", "Apanhados do Chão" e "Maré/Memória".

Nauro Machado é uma referência na poesia nacional
Nauro Machado é uma referência na poesia nacional

11- Nauro Machado (1935- 2015)

Aclamado nacionalmente, o poeta Nauro Machado é considerado pela crítica especializada um dos poetas mais importantes do Brasil do século XX. Dono de uma obra intensa e hermética, Nauro tinha uma relação intensa com São Luís, a cidade onde nasceu e que, de certa forma, inspirou sua obra. Algumas de suas obras foram traduzidas para o alemão, o inglês, o francês e o catalão.

José Louzeirose destacou como roteirista de cinema
José Louzeirose destacou como roteirista de cinema

12- José Louzeiro (1932- 2017)

Nascido em 1932 e falecido no dia 29 de dezembro de 2017, o escritor e jornalista, começou sua carreira literária em 1958, lançando o livro de contos “Depois da Luta” e depois construiu uma intensa carreira literária, passando por segmentos como romance-reportagem (do qual é pioneiro no Brasil), novelas, biografias e infantojuvenil. São deles obras como Infância dos Mortos (livro que deu origem ao filme Pixote-A Lei do Mais Fraco), “Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia”, “Aracelli, meu amor” e os infantojuvenis “Ritinha Temporal”, “A Gangue do Beijo” - estes dois últimos narram aventuras de um grupo de jovens na periferia de São Luís.

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