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Leitura é hábito frequente em São Luís, revela pesquisa

Levantamento feito pela JLeiva Cultura & Esporte revela que a leitura de livros é a principal atividade cultural em São Luís e que a capital está em segundo lugar em popularidade dos espetáculos de dança e circenses

Evandro Júnior/De O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Movimentação da Feira do Livro de São Luís no ano passado: leitura é o principal hábito cultural do ludovicense
Movimentação da Feira do Livro de São Luís no ano passado: leitura é o principal hábito cultural do ludovicense

SÃO LUÍS- A leitura de livros é a principal atividade cultural declarada em São Luís, apesar de estar ligeiramente abaixo da média das outras capitais. O percentual de leitores na capital alcança 66%, contra 68% de outras capitais. Pelo menos é o que revela pesquisa da JLeiva Cultura & Esporte, responsável pela concepção do estudo e análise dos dados, que realizou o maior levantamento sobre o tema já feito no Brasil analisando o comportamento cultural de moradores de 12 metrópoles de todas as regiões.

Os dados e algumas das principais conclusões da pesquisa estão compilados na publicação “Cultura nas capitais: como 33 milhões de brasileiros consomem diversão e arte”, lançada hoje. As informações estarão disponíveis a partir de amanhã pelos sites (www.jleiva.com.br e culturanascapitais.com.br). A pesquisa será apresentada presencialmente na Pinacoteca de São Paulo, às 9h de hoje. Em São Luís, foram entrevistadas 607 pessoas.

Outro tópico abordado pelo estudo foram os espaços culturais mais frequentados. O Teatro Arthur Azevedo é o ponto mais conhecido pela população de São Luís, sendo citado por 97%, mas é o segundo em frequência: 66%. Também são mencionados como frequentados, em ordem regressiva, a Biblioteca Pública Benedito Leite (65%), o Centro de Criatividade Odylo Costa, filho (48%), o Museu Histórico e Artístico do Maranhão (42%), o Teatro João do Vale (41%) e o Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho (19%).
Segundo o diretor do Teatro Arthur Azevedo, Celso Brandão, a casa está bem mais frequentada atualmente.

Ele disse também que as produções locais também estão atraindo públicos mais numerosos do que no passado. “O que observamos é uma procura mais frequente da população pelo teatro e isto muito nos alegra e nos faz trabalhar ainda mais com entusiasmo. A casa tem estado lotada e esse calor humano é fundamental para quem faz teatro, em qualquer lugar do mundo”, disse Celso Brandão.

São Luís também é destaque pela popularidade dos espetáculos de dança e circenses. Em ambos, está em segundo lugar entre as 12 metrópoles pesquisadas. Quase dois terços dos moradores foram às festas populares nos 12 meses anteriores à pesquisa, bem mais que a segunda colocada nessa atividade, Belém (PA), com 52%. As festas de bumba meu boi, conforme a pesquisa, atraem 30% dos moradores. O percentual de quem só vai a eventos gratuitos ficou em 37%.

O trabalho de pesquisa aconteceu entre junho e julho de 2017. Segundo o consultor João Leiva, responsável pelo levantamento, a pesquisa mostra a força da cultura na vida dos brasileiros. “Apesar dos dados positivos que revelamos nessa pesquisa, descobrimos também que ainda temos 10 milhões de pessoas que nunca foram a um museu e número ainda maior, nunca teve acesso ao teatro. Descobrimos ainda que o percentual de acesso à cultura cai a partir dos 40 anos. E há ainda relação de gênero, pois o interesse maior é das mulheres, mas os homens têm mais acesso”, revelou João Leiva, informando que será editado um livro sobre a pequisa e os dados estarão disponíveis em plataforma online (jleiva.com.br e culturanascapitais.com.br).

Teatro Arthur Azevedo é o espaço cultural mais conhecido, de acordo com a pesquisa
Teatro Arthur Azevedo é o espaço cultural mais conhecido, de acordo com a pesquisa

Festas
O levantamento revelou também que dois terços dos moradores de São Luís (64%) declaram ter ido a festas populares no período estudado - é a melhor posição entre as 12 capitais analisadas, ficando 22 pontos acima da média geral (42%). Entre as festas citadas, as celebrações juninas tiveram o maior índice (70%), seguidas dos eventos folclóricos (como as festas do boi, com 30%) e do Carnaval (24%).

A pesquisa “Cultura nas Capitais” apresenta um detalhamento inédito sobre a relação da população de 12 capitais brasileiras (Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo) com a cultura em sua cidade, um universo de mais de 33 milhões de brasileiros (considerando apenas indivíduos com 12 anos ou mais), segundo o IBGE.

O trabalho contou com participação do Datafolha, que esteve a cargo da montagem da amostra, levantamento de campo, processamento das informações e de análise dos dados. A apuração ouviu 607 moradores locais, entre 14 de junho e 27 de julho de 2017, a respeito de suas práticas culturais nos 12 meses anteriores.

A pesquisa da JLeiva Cultura & Esporte ouviu 10.630 pessoas com idade a partir de 12 anos, entre os dias 14 de junho e 27 de julho de 2017. As pessoas foram abordadas pessoalmente em pontos de fluxo. O questionário, com 55 perguntas, traçou um panorama dos hábitos culturais dos moradores de 12 capitais brasileiras, apontando as atividades mais e menos praticadas. O estudo procura entender como algumas variáveis demográficas, sociais, econômicas e comportamentais influenciam a vida cultural da população, aproximando ou afastando os moradores do cinema, do teatro, do circo, de shows de música e de outras atividades culturais.

A pesquisa também explora a forma pela qual o brasileiro se relaciona com o audiovisual, as artes cênicas, as artes visuais e a música. Além de perguntas sobre as motivações e barreiras que aproximam e afastam as pessoas de algumas atividades, o estudo também traz questões que avaliam o impacto das novas tecnologias e a forma pela qual a população escolhe as suas atividades culturais.

Para melhor interpretar os resultados, a JLeiva Cultura & Esporte analisou as respostas utilizando um modelo de regressão: equações que estimam as relações entre as variáveis de uma pesquisa. O objetivo foi compreender com mais precisão o impacto de cada característica dos respondentes (como sexo, idade e religião) na frequência às atividades culturais. Com essa metodologia, conseguiu-se uma abordagem inédita sobre acesso à cultura no Brasil. No conjunto das 12 capitais, a margem de erro da pesquisa é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos. Nos resultados de cada município, a margem varia de 2 a 4 pontos.

A JLeiva Cultura & Esporte é uma consultoria especializada no desenvolvimento e implantação de políticas de marketing cultural, esportivo e social de empresas e instituições públicas ou privadas, atuando desde 2004, participou da realização de mais de 500 projetos culturais e esportivos, da área social ao entretenimento, nas mais diferentes cidades e regiões do Brasil.

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