Diplomacia

Putin diz que ''forças nos EUA'' tentam minar relações bilaterais

Presidente russo afirma que cúpula foi começo positivo para normalizar laços entre os dois países

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Os presidentes americano e russo, Donald Trump e Vladimir Putin, deverão ter novo encontro
Os presidentes americano e russo, Donald Trump e Vladimir Putin, deverão ter novo encontro (Trump e Putin terão novo encontro)

MOSCOU - O presidente russo, Vladimir Putin, disse ontem que "forças nos Estados Unidos" estão tentando minar as relações entre os dois países e minimizar o sucesso de sua cúpula com o presidente Donald Trump. Ele sustentou, no entanto, que a reunião foi, ainda assim, um começo positivo.

Putin, que se encontrou com Trump em Helsinque na segunda-feira, 16, disse que seria ingênuo esperar que problemas de anos fossem resolvidos no espaço de algumas horas, mas que o caminho para melhorar os laços bilaterais havia começado. O líder russo disse que tais forças parecem estar prontas para sacrificar postos de trabalho nos EUA e prejudicar a economia americana.

" Vamos que há forças nos Estados Unidos que estão dispostas a sacrificar facilmente as relações russo-americanas por suas próprias ambições no curso de uma batalha política interna nos Estados Unidos", declarou Putin em um discurso diante de embaixadores russos reunidos em Moscou. "O caminho para mudanças positivas teve começo. É importante que um encontro tenha acontecido, permitindo que possamos conversar diretamente".

Putin alertou, no entanto, sobre os perigos que Moscou e Washington enfrentam para continuar a tentar normalizar os laços entre os dois países, lembrando que o acordo bilateral de redução estratégica de armas, chamado de Novo Start, vai expirar em um ano e meio, a menos que esforços para prolongá-lo comecem imediatamente.

Ainda ontem, Trump disse que espera ansiosamente pelo segundo encontro com Putin. No Twitter, ele descreveu a cúpula como um "grande êxito, exceto pelo real inimigo do povo, a Imprensa de Notícias Falsas".

"Espero por nosso segundo encontro para que possamos começar algumas das muitas coisas discutidas", sustentou o presidente americano na rede social, fazendo referência a temas como "contenção do terrorismo, segurança de Israel, proliferação nuclear, ataques cibernéticos, Ucrânia, paz no Oriente Médio, Coreia do Norte e mais".

Fortes críticas

A cúpula entre os dois líderes gerou fortes críticas contra Trump nos Estados Unidos após o presidente americano questionar o trabalho de seus serviços de inteligência e afirmar que a negativa de Putin de que não houve interferência do Kremlin na campanha eleitoral de 2016 foi "firme e convincente". A situação em torno do republicano ficou ainda mais confusa depois de ele tentar se retratar, enaltecendo os serviços de inteligência e, em seguida, contradizer novamente o chefe dos serviços de espionagem dos EUA.

Trump disse que havia se expressado mal e que apoiava as conclusões das agências americanas de espionagem que apontam a participação da Rússia nas tentativas de interferência na eleição de 2016. No entanto, depois, contradisse as palavras do diretor de Inteligência Nacional, Dan Coates, ao afirmar que a Rússia deixou de buscar intervir no processo político interno americano.

Capa da Time

A repercussão em torno da controvertida cúpula entre os presidentes Donald Trump e Vladimir foi tema da capa da revista americana "Time". A imagem escolhida para ilustrar o assunto traz uma clara provocação aos dois líderes, cujos laços de amizade e desavença ficaram mais claros com a reunião de segunda-feira,16, em Helsinque, em meio a relações bilaterais historicamente tensas.

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