Crise

Pressionado, Dino cede e garante que vai ajudar Hospital Aldenora Bello

Manifestação do comunista ocorreu após deputado de oposição ter feito cobrança pública pela liberação de recursos do Fundo Estadual de Combate ao Câncer

Ronaldo Rocha

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Andrea Murad, Edilázio Júnior e Eduardo Braide direcionaram emendas para o Aldenora Bello em 2017
Andrea Murad, Edilázio Júnior e Eduardo Braide direcionaram emendas para o Aldenora Bello em 2017 (Deputados da oposição)

O governador Flávio Dino (PCdoB) afirmou ontem, em seu perfil em rede social, que enviará ajuda ao Hospital do Câncer Aldenora Bello, que passa por grave crise e que comunicou na semana passada, a descontinuidade prevista para o dia 12 de agosto - por falta de recursos públicos -, do Serviço de Pronto Atendimento (SPA), o Atendimento Domiciliar e o Tratamento da Dor e Cuidados Paliativos.
O posicionamento de Dino – ainda vazio, sem detalhes sobre como se dará a ajuda ao hospital que é referência no tratamento de câncer no Maranhão - ocorreu após o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) ter cobrado publicamente, a destinação de R$ 3 milhões que estão disponíveis no Fundo Estadual de Combate ao Câncer, para o hospital.
“Diferente de outros governos, sempre ajudamos o Hospital Aldenora Bello. E vamos continuar a ajudar”, disse, sem especificar de que forma se dará o suporte.
No início da semana, logo após tomar conhecimento do ofício encaminhado ao Ministério Público, Governo do Estado e Prefeitura de São Luís, pela Fundação Antônio Jorge Dino, mantenedora do Hospital Aldenora Bello, e que tinha como teor o anúncio da descontinuidade de serviços, o deputado Eduardo Braide gravou um vídeo no seu gabinete, no Legislativo Estadual, para cobrar do Executivo o envio de aporte financeiro para a unidade.
Ele lembrou que há mecanismos e recursos disponíveis para o Governo utilizar, a fim de que se evite o fechamento de serviços do hospital.
“O governo nunca liberou esses recursos ao Hospital Aldenora Bello, e desde o ano passado nós temos feito várias cobranças, como é o caso desse requerimento, que foi aprovado pela Assembleia, que cobra do Governo do Estado a liberação, em caráter de urgência, dos valores destinados ao Fundo Estadual de Combate ao Câncer. O que falta ao Governo do Estado para liberar esses recursos ao hospital?”, questionou Braide, apresentando cópia do requerimento.

Colapso
O anúncio da descontinuidade de serviços no Adenora Bello ganhou repercussão no início da semana e provocou reação da bancada de oposição na Assembleia Legislativa.
Além dos SPA, do Atendimento Domiciliar e do Tratamento da Dor e Cuidados Paliativos., outros serviços devem ser prejudicados, como a UTI Pediátrica.
“A quantidade mínima para otimização dos custos é de 10 leitos. A construção foi garantida com recursos do Instituto Ronald Mc Donald. Os equipamentos foram adquiridos em licitação pública com recursos de emenda parlamentar estadual. A operação dessa UTI Pediátrica traria um déficit adicional de R$ 346.907,00, por isso, completaremos a construção mas não vamos conseguir pô-la em funcionamento”, destaca o ofício.
Ainda não há garantia para a manutenção do hospital.

Em 2017, governador vetou emendas da oposição

No ano de 2017, o governador Flávio Dino (PCdoB) vetou mais de R$ 12 milhões em emendas da oposição para a Saúde. Desse montante, mais de R$ 1 milhão daria suporte ao Hospital do Câncer Aldenora Bello.
O veto foi duramente criticado pelos deputados, que já alertavam para as dificuldades financeiras da Fundação Antônio Jorge Dino, mantenedora do hospital.
Dino vetou no ano passado as emendas de Andrea Murad (R$ 200 mil), Edilázio Júnior (R$ 200 mil) e Eduardo Braide (R$ 700 mil).
“Desde 2011, destino todos os anos uma emenda parlamentar para o Hospital Aldenora Bello. Mas este ano, por uma questão política, de mero capricho do governador do Estado, o Aldenora Bello não poderá comprar um novo mamógrafo digital porque, simplesmente, ele não liberou a emenda”, afirmou na ocasião, Eduardo Braide.
Diferente do que foi dito no ofício encaminhado ao governo, a Prefeitura de São luís e ao Ministério Público, a direção da Fundação Antônio Dino, que administra o Aldenora Bello, em nota, afirmou que recebe ajuda do governo do estado desde 2015 e que ainda não recebeu a verba por questões burocráticas.
Diante da incoerência entre a reclamação feita e a possibilidade de paralisar serviços no hospital e nota emitida - assinada pelo vice-presidente, Antônio Dino Tavares - no fim da tarde de ontem, a Fundação Antônio Dino precisa explicar porque reclamou da falta de verba e ameaçou paralisar serviços.

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