Saúde

Ministério reforça combate às fake news sobre vacinas

Lançada estratégia para minimizar os prejuízos causados à população pelo compartilhamento de informações equivocadas sobre efeitos das vacinas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
As informações equivocadas contribuem para a baixa cobertura vacinal no país
As informações equivocadas contribuem para a baixa cobertura vacinal no país (Vacinação)

BRASÍLIA - Em meio à baixa cobertura vacinal e pelo menos dois surtos de sarampo no país, o Governo Federal reforça ações de comunicação para combater as chamadas fake news relacionadas à imunização.

A estratégia do Ministério da Saúde, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República e outros órgãos visa a minimizar os prejuízos causados à população pelo compartilhamento de informações equivocadas sobre efeitos das vacinas.Entre os dias 6 e 31 de agosto, acontecerá a Campanha Nacional de Seguimento contra o Sarampo e a Poliomielite. O foco da vacinação são crianças com idade entre 1 e 5 anos incompletos.

Por meio de nota, a pasta informou que conta com uma equipe de monitoramento responsável por analisar as principais notícias de saúde no meio digital, tanto em portais de notícias quanto nas redes sociais. Em 2017, foram recebidos mais de 2,2 mil alertas. Este ano, até o momento, foram mais de mil.

“Todos eles são analisados pela assessoria de comunicação e, caso necessário, é realizada uma intervenção ativa para esclarecer o posicionamento do Ministério da Saúde”, informou a pasta, por meio de nota.

De acordo com o ministério, uma publicação esclarecendo que não existe o subtipo H2N3 do vírus influenza no Brasil – boato que circulou nas redes sociais e grupos de aplicativos de mensagens no início do mês de abril – registrou 22.030 compartilhamentos, 1.580 comentários, 11.890 reações (curtidas e afins) e alcançou 2,2 milhões de pessoas, na página oficial da pasta no Facebook.

Ciência atingida

A médica do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, Anna Carla Goldberg, disse que a ciência perde credibilidade com a divulgação de fake news. Para ela, a divulgação de notícias falsas na área é ainda mais grave, porque há um descrédito geral no potencial de ajuda e de desenvolvimento que a ciência traz para a população.

“A perda de credibilidade faz com que as pessoas desistam da ciência nesse sentido”, disse Anna Carla. Para a médica, a rapidez com que as notícias se espalham pelas redes sociais é positiva e possibilita alcançar uma quantidade enorme de pessoas. No entanto, uma notícia falsa também circula em velocidade “espantosa” e “as pessoas têm que aprender com o fato de que [as fake news] existem e não engolir qualquer informação [que é repassada]”.

Leitor deve tentar identificar

O editor de ciência da Revista Pesquisa Fapesp, o jornalista Marcos Pivetta, aconselha o leitor a tentar identificar um pesquisador por trás da notícia ou se ela é somente um boato. “Precisa cautela, procurar ver qual é a fonte original de uma notícia, principalmente notícias de saúde”, disse.

Pivetta sugere duas abordagens para checagem de notícias. A primeira é se o que foi publicado na rede social foi produzido por algum veículo de comunicação conhecido ou tentar reconhecer quem escreveu, quem postou aquela notícia originalmente.

Em segundo lugar, se for se aprofundar no tema, tentar ver a instituição para qual o cientista trabalha, se é de uma universidade, um centro de pesquisa, ou se ele defende determinada opinião sobre o assunto. “Se é alguma pessoa que pode ter algum interesse específico, às vezes até financeiro, em divulgar determinada notícia. Tudo isso dá um pouco de trabalho, as pessoas normalmente não fazem isso para qualquer notícia que recebem”, disse Pivetta.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.