Golpe

Golpistas do WhatsApp já estão presos em Pedrinhas

Quadrilha que usava o aplicativo para arrancar dinheiro de autoridades, entre ministros, deputados e até uma governadora, foi desarticulada em SL

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Leonel, Marksuel, Ana Lúcia e Thatielle envolvidos no golpe do WhatsApp
Leonel, Marksuel, Ana Lúcia e Thatielle envolvidos no golpe do WhatsApp (Golpistas)

SÃO LUÍS - Os integrantes da organização criminosa especializada em aplicar golpes utilizando o aplicativo WhatsApp, que já fizeram vítimas como a governadora do Paraná, Maria Aparecida Borgetti, ministros do Governo Federal, deputados estaduais e federais, foram levados ontem para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Quatro deles foram presos ontem durante a operação Swindle desencadeada por policiais federais do Maranhão e do Paraná e da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).

A operação foi realizada na Região Metropolitana de São Luís e em Mato Grosso do Sul. Além das prisões, dois veículos de luxo foram apreendidos. Os presos em São Luís foram Leonel Silva Pires Júnior, líder da quadrilha; Marksuel Pereira de Sousa, Ana Lúcia Miranda Rocha e Thatielle Cristina Cordeiro Silva. Em Mato Grosso, os policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão. O restante do banco está foragido.

Segundo o delegado Odilardo Muniz, chefe do Departamento de Combate a Crime Tecnológico (DCCT), órgão da Seic, a polícia maranhense tinha oito mandados de prisão para serem cumpridos durante a operação, enquanto a Polícia Federal tinha cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva expedidos pela Justiça Federal de Brasília.

Prisão

Um dos primeiros a ser preso foi Leonel Silva, que segundo o delegado, foi localizado em um condomínio de luxo, no Parque Shalom. Com ele, a polícia apreendeu dois veículos, uma BMW e uma SW4, além de joias. Ele foi levado para a sede da PF, na Cohama. “Leonel havia se mudado recentemente para esse condomínio”, disse Odilardo Muniz.

O delegado informou que os outros foram presos em São Luís e conduzidos para a sede da Seic, no Bairro de Fátima, onde prestaram esclarecimentos e logo depois foram levados para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Os detidos vão responder pelos crimes de organização criminosa e estelionato.

Empreitada criminosa

O delegado explicou que cada criminoso tinha uma missão na quadrilha. Um deles conseguia os “laranjas” para emprestar a sua conta bancária para o depósito do dinheiro adquirido com a fraude. Em algumas vezes, essa quantia era depositada em contas bancárias falsas. Um segundo criminoso tinha a tarefa de clonar contas de WhatsApp de autoridades públicas. Esses bandidos ainda se faziam passar por essas autoridades, a maioria políticos e solicitavam transferências bancárias em valor alto.

Ainda segundo o delegado, os quadrilheiros vinham atuando desde 2016. Nesse período, a polícia prendeu, em São Luís, o funcionário de uma empresa de telefonia móvel, identificado como Wanderson Sousa Soeiro, e seus cúmplices, Robert Wagner Silva Serra, Paulo Heitor Campos Pinheiro e Randerson dos Santos Castro. Leonel Júnior, na época, que conseguiu fugir, mas desta vez ele foi preso.

“A polícia identificou esses criminosos ao rastrear a suas contas bancárias”.Delegado Odilardo Muniz, chefe do DCCT

Vítimas

Odilardo Muniz declarou que esse grupo voltou a agir no ano passado e em março deste ano, alguns ministros da administração federal tiveram seus telefones clonados. Várias mensagens foram enviadas aos contatos deles por meio do aplicativo WhatsApp com pedido bancários.

Ainda no primeiro semestre deste ano, uma vítima desse bando foi a governadora do Paraná, Maria Aparecida Borgetti, além de deputados estaduais e federais. A polícia passou a investigar e em maio foram presos alguns suspeitos no Maranhão, identificados como Hallen Devid Cosmo Nascimento e Ayrton da Silva Dias.

Odilardo Muniz informou que o bando utilizou o nome de um deputado estadual do Maranhão e conseguiu de forma fraudulenta a quantia de R$ 70 mil. Desse montante, R$ 40 mil foi depositado na conta de Marksuel Pereira e o restante na conta de Ana Miranda e Thatielle Cordeiro. “A polícia identificou esses criminosos ao rastrear a sua conta bancária”, explicou o delegado.

Leonel Júnior, líder do bando, segundo a polícia, utilizou o nome de uma empresa para conseguir vários chips de celulares, que depois foram trocados ou cancelados. Dos 120 chips que esse criminoso tinha, 70 foram utilizados durante as ações criminosas.

Saiba mais

Operação Swindle

A escolha da denominação “Swindle”, para a operação significado, segundo a polícia, fraude em inglês.

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