Empreendendo com Moacir Sidou

Sem motivação não há empresas

Tínhamos aí uma empresa dividida com sócios desmotivados e por consequência seus colaboradores, todos os ingredientes para uma salada indigesta

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

Recentemente, fui convidado para uma reunião com os sócios de uma empresa comercial de Fortaleza. O intuito era a contratação da nossa empresa, a Masterplan Consultoria, que tem sede lá, para realizar um trabalho de reestruturação administrativa, de reerguê-la, já que essa é a nossa expertise.
Impostos, encargos sociais, bancos e fornecedores atrasados, faturamento em declínio: foi essa situação a que nos apresentaram, uma situação igual a milhares de outras empresas por este Brasil. Para nós, nada de novo e nada desesperador, para quem vive auxiliando empresários a reerguerem suas empresas.
Negociar com fornecedores ou bancos é fácil. Fazer um plano a médio ou longo prazo para quitação de impostos e encargos, também. O difícil é motivar pessoas. Não falo em motivar por algumas horas ou semanas. Difícil mesmo é motivar pessoas por anos, e empresários precisam estar motivados nos 365 dias do ano.
Nessa reunião com os empresários cearenses, sentimos que não seria uma missão das mais fáceis. Não pela situação da empresa, apesar de estar bem comprometida, mas pela desmotivação e do clima beligerante entre os sócios.
De início, constatamos que a relação dos dois estava extremamente desgastada pelo tempo e pela crise. Muitas opiniões divergentes. Pior: cada um tem seu time dentro da empresa. Funcionários simpáticos a um e a outro, puxa-sacos de um e do outro. Sabemos que onde há divisão de pensamentos e atitudes há divisão de forças, o que implica em desmotivação.
Para completar essa salada, as esposas dos dois, que outrora foram amigas, hoje não se toleram e todos os dias armam seus esposos como se fossem para uma arena e não para a empresa, municiados por achismos de culpas e respostas na ponta da língua.
Tínhamos aí uma empresa dividida, com sócios desmotivados, e por consequência seus colaboradores. Todos os ingredientes para uma salada indigesta. É quando eu digo que o urubu fez ninho e se associou ao capeta.
Em casos como esse, em que a situação financeira é grave, há um roteiro para a reestruturação administrativa e financeira. Mas tudo passa pela motivação pessoal dos sócios, que precisa estar em alta, para que possa contagiar seus colaboradores positivamente e que essa energia ajude a enxotar os urubus e os capetas.
Como afirmei no início do texto, motivar pessoas por muito tempo não é uma tarefa fácil. Mas vão aqui algumas dicas.
1 - Pedir ajuda de um coach profissional, melhor ainda se ele atuar no setor empresarial, para implantar um processo de motivação.
2 - Em caso de sociedade, uma conversa de corações abertos, costurando um pacto em prol da empresa, para uma motivação mútua.
3 - Promover algumas ações que venham a impactar positivamente a si e aos colaboradores. Nesse aspecto, o SIG, “Sistema de Impacto na Gestão”, é super indicado.
4 - Fé. Ela motiva e mostra saídas. É comprovado que dar significância à vida em busca e entendimento espiritual por meio de uma religião aumenta a motivação e a percepção.

Com relação à empresa de Fortaleza, deixamos claro que, mesmo com a nossa experiência e know-how, sem consenso, unidade e motivação seria impossível realizar um bom trabalho. Fica a nossa torcida para que, pelo amor e não pela dor, possam se unir e se motivar a reerguer sua empresa.

Há uma frase de Nicolau Maquiavel, que diz: “ONDE EXISTE UMA GRANDE DISPOSIÇÃO, NÃO PODE HAVER GRANDE DIFICULDADE”.

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