Desabastecimento

Sem água, moradores do Diamante protestam contra a Caema

Pessoas que moram na área apresentam problemas de saúde devido à falta d'água no bairro; Caema não explicou a causa do desabastecimento

MONALISA BENAVENUTO, O ESTADO DO MA

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

SÃO LUÍS - Desabastecimento de água prejudica moradores do bairro Diamante, na região central de São Luís. A população realizou uma manifestação na manhã de ontem (16), para reivindicar resolução da situação que já é crônica no bairro. Com a compra de água, moradores chegam a gastar, individualmente, R$ 300,00 por mês. A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) não se pronunciou.

No bairro Diamante, água é artigo de luxo. Moradores de diversas ruas precisam contratar serviços de carros-pipa e água mineral para suprir necessidades básicas que deveriam ser atendidas pela Caema. O líquido não chega às torneiras das residências do bairro, ao contrário das contas referentes ao abastecimento que, mensalmente, são recebidas e pagas pelos moradores, como afirmou a aposentada Ana Silva, moradora da rua Cristóvão Colombo há mais de 30 anos.

“Aqui, sempre foi desse jeito. Não temos água, mas as contas são pagas periodicamente. Nós não temos nada a dever à Caema, só que não dá água não”, contou.

Para chamar a atenção para o drama do desabastecimento que os atormenta, os moradores se reuniram em um protesto, na manhã de ontem, contra a falta d'água no bairro, bloqueando a Rua Oswaldo Cruz, mas, segundo informações, não houve posicionamento por parte da Caema.

De acordo com a moradora, o problema é antigo e a companhia já chegou a distribuir o produto à população com o auxílio de carros-pipa, mas de forma insuficiente. “Às vezes a Caema traz água, mas é difícil e quando traz, não é para todo mundo, aí vira briga e se torna difícil. Quando não tem distribuição, a gente compra. É R$ 40, 00 um total de1000 litros. Eu chego a gastar R$ 300,00 por mês só com água”, explicou a moradora.

Consequências

Na rua Preciosa, a aposentada Benedita Oliveira já apresenta problemas de saúde devido a escassez de água. Com o armazenamento reduzido, ela se priva de atender às necessidades fisiológicas para economizar água. "Sexta-feira eu vou fazer um exame de urina porque eu estou urinando muito pouco. Eu fico naquela, porque se eu vou no vaso urinar, não tem água para dar descarga. Eu me privo até de defecar. Me dá vontade de ir ao banheiro e eu já penso: de onde vou tirar água para botar no vaso. Eu já estou tendo problema de saúde com isso”.

Para amenizar o problema, a aposentada compra dois galões de água mineral por semana para ingerir e cozinhar. Já para tomar banho e para a limpeza da casa, ela aproveita as visitas que faz a uma filha que mora no bairro Araçagi para levar o produto para casa. "Todo sábado a minha filha vem me buscar e me leva para a casa dela no Araçagi, aí eu levo as roupas daqui para lavar lá e quando venho trago os baldes de água no carro, para poder botar no vaso e tudo mais", relatou.

Ela contou ainda que, na última quarta-feira (11), moradores entraram em contato com a Companhia para relatar o problema frequente do bairro. "A minha sobrinha ligou e eles disseram que não tinham previsão de quando ia ajeitar, que era para nós esperarmos, mas não falaram qual era o problema", explicou Benedita Oliveira.

Outro lado

Em nota enviada a O Estado, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou que está adotando providências para que o abastecimento seja normalizado e enfatiza que fará apoio com carros-pipas, para amenizar a situação registrada no bairro.

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