No vermelho

Brasil fecha primeiro semestre com 63,6 mi de inadimplentes

De acordo com pesquisa realizada pelo SPC Brasil e CNDL, cada inadimplente brasileiro tem em média duas dividas em aberto, principalmente com bancos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
José Cesar da Costa diz que 2018 vem frustrando as expectativas
José Cesar da Costa diz que 2018 vem frustrando as expectativas (inadimplentes)

BRASÍLIA - A lenta recuperação econômica não tem colaborado para a queda da inadimplência no país. De acordo com dados apurados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o volume de consumidores com contas em atraso e registrados em cadastros de devedores acelerou no último mês de junho, ao crescer 4,07% na comparação com o mesmo período do ano passado. Trata-se da nona alta consecutiva na série histórica do indicador. A última vez que a inadimplência apresentou recuo foi em novembro de 2017 (-0,89%). Ao todo, o SPC Brasil e a CNDL estimam que o país concluiu o primeiro semestre deste ano, com aproximadamente 63,6 milhões de brasileiros com o CPF restrito em virtude de atrasos no pagamento de contas. Esse dado representa 42% da população adulta do país.
O indicador ainda revela que na comparação mensal - ou seja, passagem de maio para junho, sem ajuste sazonal -, houve um crescimento de 0,61% no volume de consumidores inadimplentes - foi a maior variação positiva desde março deste ano.
Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, o ano de 2018 vem frustrando as expectativas de que haveria uma consolidação no processo de retomada econômica, inclusive com reflexos positivos na vida dos consumidores. “Embora os juros estejam menores e a inflação dentro da meta, o desemprego ainda é elevado e acaba reduzindo a capacidade de pagamento das famílias. A recuperação está mais lenta do que o esperado e as projeções mostram que teremos um segundo semestre ainda difícil para as finanças do brasileiro”, analisa o presidente.

Alta
Dados mais detalhados do indicador revelam que houve alta generalizada no volume de inadimplentes em todas as regiões do país. A mais acentuada foi na região sudeste, cujo crescimento foi de 9,88% em junho frente ao mesmo período do ano passado. Em segundo lugar ficou a região Nordeste, que apresentou alta de 4,81% na quantidade de devedores. As variações também foram positivas no Centro-Oeste (2,82%), Sul (2,13%) e Norte (2,02%).
Embora seja a região que tenha apresentado o menor crescimento da inadimplência em junho, são os Estados do Norte que concentram, de forma proporcional, o maior número de brasileiros inadimplentes no país: 5,79 milhões de consumidores, que juntos representam 48% da população adulta residente. A segunda região com maior número relativo de devedores é o Nordeste, que conta com 17,61 milhões de negativados, ou 44% da população. Em seguida, aparece o Centro-Oeste, com 4,92 milhões de inadimplentes (42% da população adulta), o Sudeste (27,11 milhões ou 41% de sua população adulta) e o Sul (8,19 milhões de inadimplentes, que representam 36% de seus habitantes adultos).
Quanto à faixa etária, o indicador revela que houve queda da inadimplência entre a população mais jovem, enquanto o número de atrasos aumentou entre os brasileiros de idade mais elevada. Na faixa dos 18 aos 24 anos, a queda foi de -23,31% e na faixa dos 25 aos 29 anos, o recuo foi de -5,28%. O maior crescimento no atraso de contas foi observado na população idosa, que varia de 65 aos 84 anos, cuja alta foi de 10,76%. Em seguida aparecem os consumidores de 50 a 64 anos (7,71%), de 40 a 49 anos (5,58%) e de 30 a 39 anos (2,04%).

MAIS

Dívidas pendentes

De acordo com o indicador do SPC Brasil, mais da metade das dívidas pendentes (51%) de pessoas físicas no país têm como credor algum banco ou instituição financeira.
A segunda maior representatividade é do comércio, que concentra 18% do total de dívidas não pagas, seguido por comunicação (14%). Os débitos com as empresas concessionárias de água e luz representam 8% das dívidas não pagas no país.

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