Coluna

Estado do Samba

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

CILOS BROWN: SAMBA NA MISTURA

Na batida do rap e no ritmo do hip hop o samba dita o compasso. Assim leva, na sua cadência, o rapper Cilos Brown, convidado deste fim de semana do Estado do Samba.

JM - Onde começou sua trajetória?
CB - Já há 12 anos na estrada, comecei pelo amor à boa música, pois pra mim, não tem diferença dentro da música popular brasileira. O samba, o rap, enfim, tudo é música e eu resolvi enveredar por esse caminho da mistura, agregando também o reggae e outras vertentes. Já fazia o trabalho com o rap há mais ou menos 15 anos, mas, pra fazer ele fluir, resolvi tentar essa mistura com uma paixão, que é o samba, em toda a sua musicalidade, de poesia e melodia.

JM - Como foi encaixar o rap no samba?
CB - No começo foi uma grande novidade pra todos, até mesmo pra mim, que consegui fazer a batida do reverb entrar no samba. A batida veio pra mim, encaixei e pronto. As pessoas olhavam assim meio de lado pra mim, pois, chegava no samba com aquele estilo de rapper com bonés, calças largas e chamava a atenção, mas, tudo foi se encaixando e sendo entendido por todos. Foi quando eu recebi, do nosso eterno Valdinar, o apelido carinhoso de "Truta".

JM - Quais suas influências?
CB - Minhas influências foram locais acima de tudo. No samba Serrinha do Maranhão, em termos nacionais, Jorge Aragão (cita música do compositor ), Marcelo D2, também grande referência nessa coisa da mistura.

JM - Você abraçou o samba. E o samba, abraçou você?
CB- Abraçou sim. Percebo quando chego nas rodas de samba e os bambas me recebem muito bem. Inclusive tenho a graça de fazer diversas participações em gravações com nomes de respeito: Carlos Quirino (Filhos da Lua), Grupo Tô Di Mais (Resposta/Fariseu), Dennys Melodia (Queremos Paz), Sindicato do Samba (Amanhã) e Grupo Papo Reto (Infância) de autoria do Reinaldo. Tenho composições com Anderson Feijoada (Resistência) e Raphael Jackson (Mudei de rota). Fui recentemente, convidado pelo sambista David Brasil para participações com o Grupo Passaporte Brazil. Isso tudo me honra muito.

JM - E seu trabalho fonográfico, a quantas andam?
CB - Sabes que é muito difícil conseguir bancar um projeto de música ou qualquer tipo de arte aqui no Maranhão! O rap, menos ainda, que não tem nem classificação para conseguir sua realização. Vejo a dificuldade do pessoal que faz e vive de samba, imagina o rap que estou tentando encaixar. Estou em uma produção, inclusive com algumas homenagens, como Mãe Africa, do Zeca Belo, que Serrinha regravou, Dadá Maravilha, Ana Paula do Handeboll, falando um pouco de sua trajetória no esporte.

JM - Qual o seu exercício pra conseguir assimilar tanta letra, tanto improviso, e, principalmente nessa mistura com o samba?
CB - Eu sempre li muito, sempre me informei sobre os diversos assuntos. Só assim podemos escrever e compor, pois, se não estiver bem informado, não cosegue desenvolver. E Lógio, trabalhar o tempo todo nossa mente, além de estar sempre presente nos movimentos musicais.
E assim encerramos mais uma grande participação, conhecemos mais uma vertente do Samba, mais um nome que surge abrilhantando as nossas rodas de bambas. Obrigado Cilos Brown, por nos presentear com tanta criatividade. O samba agradece.
Veja esse bate-papo na íntegra, com direito a canja musical, em nossas redes sociais, no site e o na App "O Estado". l

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