Artigo

Copa do mundo e imigração

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

A Copa do Mundo é um tempo em que também se busca a sorte, aliada à competência dos times. Os autores falam de uma copa em transe, seja nos estádio, nas ruas ou próprias casas. Vive-se a euforia e a comoção, não importa que a Copa seja no Rio de Janeiro, na Rússia ou no Catar, um dos países mais ricos do mundo, na Península Arábica. Torcemos para ganhar, nunca para perder. Todos almejamos a taça da vitória.

Na Copa da Rússia, mais do que em outras copas, registramos a presença de muitos imigrantes, alguns já nacionalizados, nos diversos times, principalmente da Europa.

Na seleção da Alemanha encontramos Ozil e Boateng. O primeiro de origem turca, o segundo filho de Gana. A seleção francesa tinha vários africanos, cujos nomes eram difíceis de pronunciar: Matuid, Umititi, Kanté, Dembélé e Pogba, poucos nomes tradicionais franceses, da sua literatura e de sua história. Mesmo a Suíça, país famoso pela sua neutralidade, trouxe ao campo Shaquiri e Xiliaka, de Kosovo. A Bélgica tinha como seu principal jogador Lukaku, filho de congolês e terror dos brasileiros em campo.

Não se sabe como entender a presença migratória no futebol e nos estádios A crise humanitária, que se tornou manchete em todo o planeta, barrou diante à incompreensão dos homens e às dificuldades dos Estados do continente europeu. Em alguns, a fronteira foi fechada pelas reais condições de receber os imigrantes, para outros, foi mesmo a incompreensão dos governantes, chegando-se a construir cercas farpadas (casos só visto nos campos de concentração) e até mesmo, como se fez em Berlin no tempo do nazismo, a construção de muros, e atualmente se faz em Jerusalém e nos Estados Unidos.

A Copa deixa-nos a imagem de uma Europa onde os governantes atuais parecem incapazes de lidar com um fato que sempre foi previsível de acontecer. A crise dos refugiados, talvez, seja a maior tragédia depois das duas guerras mundiais. Forma e presença na vida moderna, como é o caso da solidariedade social tão comum A solidariedade é um sentimento presente nos tempos atuais, ultrapassando até as fronteiras nacionais. É um terreno que em a Sociologia já assumiu.

A solidariedade humana promove os direitos humanos e ajuda a vencer a pobreza daqueles que não têm ou tudo que tinham perderam. Ela é uma resposta às necessidades humanas, aos sonhos perdidos, enfim, ela refaz a aventura do ser humano em buscar incessantemente a felicidade, sem precisar ser craques.

As mudanças que a História nos narra são baseadas nos fatos ocorridos, onde foram fundamentais o comportamento e as atitudes de homens que à época viveram e exerceram o poder a sua maneira

Os imigrantes refugiados, pela sua dignidade e seu status de ser humano, terrão que ser tratados do mesmo jeito sem precisar de Copa ou da alegria de conquistar uma taça.

Aldy Mello

Ex-reitor da UFMA e do CEUMA, membro do IHGMA e da ALL

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