Líder independista

Justiça alemã decide extraditar o catalão Carles Puigdemont

Líder do processo de independência catalão também é acusado pelo crime de rebelião pela justiça espanhola

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

BERLIM - A justiça alemã decidiu ontem extraditar o líder independentista catalão Carles Puigdemont por uso indevido de dinheiro público. Porém, o Tribunal Superior de Schleswig Holstein rejeitou o pedido para mandá-lo de volta ao seu país de origem pelo motivo de rebelião - decisão que foi comemorada por Puigdemont.

O ex-presidente regional da Catalunha é acusado pela justiça espanhola dos crimes de rebelião e de financiar com recursos públicos a tentativa de independência da Catalunha, que aconteceu em outubro de 2017. E, por isso, a Espanha emitiu uma ordem europeia de prisão para prendê-lo.

Puigdemont foi detido na Alemanha, em 25 de março, após cruzar de carro a fronteira com a Dinamarca, voltando de uma viagem que fez à Finlândia. Em 4 abril, ele foi colocado em liberdade após pagar fiança de 75 mil euros (cerca de R$ 305 mil).

Para Puigdemont, a decisão da justiça alemã de não reconhecer o crime de rebelião é favorável a ele. "Derrotamos a principal mentira sustentada pelo Estado. A Justiça alemã nega que o referendo de 1 de outubro tratou-se de rebelião. Cada minuto que passam com nossos companheiros na prisão é um minuto de vergonha e injustiça. Lutaremos até o final, e ganharemos!", escreveu no Twitter.

O atual presidente catalão, sucessor de Puigdemont, Quim Torra, também manifestou satisfação pela decisão da Justiça alemã, o que, na sua opinião, "demonstra mais uma vez os enganos e as mentiras" sobre a causa do Supremo Tribunal espanhol, de acordo com a Efe.

Este tribunal processou 25 pessoas pelo processo independentista na Catalunha, entre eles Puigdemont, o vice-presidente de seu Governo, Oriol Junqueras e seis membros de seu antigo gabinete, cinco deles em prisão preventiva há mais de seis meses, enquanto outros dois estão foragidos, como Puigdemont.

O juiz do Supremo que cuida do caso contra os independentistas processou os antigos membros do Governo catalão por rebelião e desvio de fundos.

Crise na Catalunha

A crise política na Espanha foi desencadeada após a realização de um referendo considerado ilegal pelo governo e pela Suprema Corte espanhóis. Na consulta popular de 1º de outubro, 90% dos votantes (2 milhões de pessoas, ou 43% do eleitorado catalão) foram a favor da independência da Catalunha.

O conflito entre o governo separatista catalão e Madri atingiu seu ponto alto quando Puigdemont, declarou no Parlamento local que a região"ganhou o direito de ser independente" e em seguida suspendeu seus efeitos para negociar com o então premiê espanhol, Mariano Rajoy. Madri, em retaliação, destituiu Puigdemont e parlamento catalão.

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