SAÚDE

Síndrome da Coluna Pós Cirúrgica pode afetar até 40% dos pacientes

Mesmo após cirurgia, pacientes continuam sentindo dor; a cirurgia de coluna precisa ser rigorosamente indicada e ainda assim pode resultar na síndrome

Divulgação/ Assessoria

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
O número de cirurgias de coluna aumentou exponencialmente nos últimos anos
O número de cirurgias de coluna aumentou exponencialmente nos últimos anos (dor nas costas h)

BRASIL - Os números assustam. Pelo menos 65% da população em geral terá um episódio de dor lombar todos os anos e 84%, em algum momento da vida, passará pelo problema. Para se ter uma ideia, de acordo com o ranking mundial da dor, a dor nas costas ocupa a segunda posição como a mais agressiva, só perdendo para a dor de cabeça. Com o envelhecimento da população, a tendência é que mais pessoas desenvolvam patologias na coluna, como por exemplo, a hérnia de disco.

Se por um lado, o número de pacientes que recebem indicação para cirurgia é pequeno, por outro, o número de cirurgias de coluna aumentou exponencialmente nos últimos anos e, com isso, surgiu uma condição chamada de síndrome do insucesso da cirurgia espinhal, também conhecida como FBSS (failed back surgery syndrome), entre outros nomes. Porém, segundo os estudos mais recentes, o termo mais aceito é a síndrome da coluna pós-cirúrgica.

Segundo o neurocirurgião Dr. Iuri Weinmann, especialista em medicina da coluna, o tema está em evidência entre os neurocirurgiões e especialistas em coluna. “A síndrome de insucesso da cirurgia espinhal é um termo usado para descrever uma condição clínica, que acontece quando o resultado da cirurgia da coluna não satisfaz as expectativas pré-cirúrgicas do paciente e nem do cirurgião”.

Estudos apontam que a síndrome da coluna pós-cirúrgica pode atingir de 10 a 40% dos pacientes.

A origem é multifatorial
Alguns fatores podem contribuir para a síndrome do insucesso da cirurgia espinhal, que podem acontecer durante o pré-operatório, operatório e pós-operatório. Dentre os fatores pré-operatórios mais importantes estão as condições psicológicas do paciente, como histórico de depressão, ansiedade e hipocondria. Uma avaliação rigorosa nessa fase é fundamental.

Já os fatores operatórios incluem escolha de uma técnica deficiente, sendo a causa mais frequente em atingir a meta de descompressão.
No pós-operatório, o risco mais relevante é a recorrência da hérnia de disco, que pode voltar em cerca de 6 a 23% dos pacientes depois da cirurgia”, conta Dr. Iuri.

Avaliação multidisciplinar

Assim que o diagnóstico apresentar a síndrome de insucesso da cirurgia espinhal, o médico precisa avaliar diversos aspectos. “Entretanto, os fatores psicológicos são muito importantes e daí a relevância de contar com uma equipe multidisciplinar que possa contribuir neste diagnóstico. A cronicidade da dor, a incapacidade laboral ou até mesmo para as atividades diárias, estão envolvidos no problema de forma direta”, explica a psicóloga Cláudia Dantas.

Como tratar?

O primeiro passo é o paciente ser avaliado para que sejam descartados possíveis problemas físicos, como outras doenças (tumores, doenças neuropáticas, etc.), o tratamento para controlar a dor pode incluir medicamentos, fisioterapia e terapia cognitivo comportamental.

Existem ainda outras maneiras de melhorar a dor crônica, como dispositivos implantáveis que funcionam como estímulos elétricos, assim como bombas implantáveis, que liberam medicamentos para alívio da dor.

“Quando falamos em cirurgia de coluna é preciso lembrar que a indicação é na menor parte dos casos. Além disso, o médico precisa ser criterioso na avaliação do paciente, não somente nos quesitos que envolvem os riscos operatórios (saúde cardiovascular, coagulação, etc.), como também se o perfil psicológico do paciente pode aumentar a probabilidade maior de complicações que possam evoluir para a síndrome da coluna pós-operatória”, conclui Dr. Iuri.

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