Diálogo

Donald Trump diz que reunião com Vladimir Putin "será a mais fácil"

Em giro pela Europa, que foi iniciada ontem, presidente americano diz estar totalmente preparado para encontrar o russo, que chamou de ''competidor''

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin vão se encontrar na próxima semana
Os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin vão se encontrar na próxima semana (Trump e Putin )

WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, estima que a reunião com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, pode ser a mais fácil entre todos os encontros que tem planejados em uma viagem à Europa que começou ontem. O primeiro evento marcado em sua agenda é uma cúpula com os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, hoje, 11.

"Tenho a Otan, o Reino Unido, que passa por certa turublência, e tenho Putin. Francamente, Putin será a mais fácil de todas. Quem diria? ", questionou o republicano, antes de embarcar ao Velho Continente. "Acredito que iremos bem com a Rússia; com China e com outros é algo bom, não ruim".

Perguntado se Putin é um amigo ou inimigo, Trump disse: " Não posso dizer isso agora. Até onde sei, é um competidor", indicou, acrescentando que estaria "completamente preparado" para reunião com ele, prevista para 16 de julho em Helsinque, na Finlândia.

O republicano prometeu que não "se deixará ser superado" pela União Europeia, à qual acusa de não fazer o bastante para apoiar a aliança militar transatlântica e de se aproveitar dos Estados Unidos no aspecto comercial. O presidente americano, que viaja com sua mulher Melania Trump, deve chegar primeiro à Bruxelas, para a reunião da Otan que acontece hoje,11, e amanhã, e que já se anuncia tensa.

"Com certeza, será um momento interessante com a Otan", afirmou Trump à imprensa. "A Otan não nos tratou de forma justa, mas penso que eles resolverão isso de algum modo. Nós pagamos demais, e eles pagam muito pouco. Mas resolveremos e todos os países ficarão satisfeitos".

Os aliados se preparam para o que poderia ser uma das reuniões mais complicadas da aliança militar em vários anos, enquanto Trump intensifica as críticas aos antigos parceiros europeus:

"Os Estados Unidos estão gastando muitas vezes mais que qualquer outro país, para protegê-los. Isso não é justo para os contribuintes americanos", escreveu o presidente no Twitter. "Além, disso perdemos US$ 151 milhões em comércio com a União Europeia. Eles nos sobrecarregam com grandes tarifas (e barreiras)."

Suprema Corte dos EUA

O juiz indicado pelo presidente americano Donald Trump a uma vaga na Suprema Corte pode consolidar um viés conservador no tribunal. Caso o nome seja aprovado pelo Senado dos Estados Unidos, Brett Kavanaugh, de 53 anos, poderá mudar a posição da Corte em casos como aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Católico, Kavanaugh se formou na Universidade de Yale e ficou conhecido por manter uma interpretação originalista da legislação – ou seja, decide de acordo com o que está disposto "na letra da lei".

Quando seu nome foi anunciado por Trump na Casa Branca, na noite de segunda-feira,9, Kavanaugh entrou no Salão Leste acompanhado da mulher e das duas filhas, com quem vive em Maryland. Aos políticos presentes, ele se descreveu como "humilde" e "profundamente honrado pelo convite" ao fazer um breve discurso.

"Minha filosofia jurídica é direta. Um juiz deve ser independente e deve interpretar as leis, não fazer as leis. Um juiz deve interpretar os estatutos tal como estão escritos. E um juiz deve interpretar a Constituição tal como está escrita, informado pela história, tradição e precedente."

No anúncio do nome, Trump disse que seu escolhido é "considerado o juiz dos juízes, um verdadeiro líder entre seus pares". "Ele é um jurista brilhante, com um estilo de escrita claro e eficaz, universalmente considerado como uma das mentes jurídicas mais refinadas do nosso tempo."

Kavanaugh vinha atuando como juiz em tribunais de apelações dos Estados Unidos, no Distrito de Columbia, desde 2006, sendo autor de mais de 300 opiniões, incluindo 11 que foram confirmadas pela Suprema Corte.

Antes de se tornar juiz, ele trabalhou como advogado da Casa Branca para o presidente George W. Bush.

Polêmicas

O juiz irritou ambientalistas ao rejeitar regulações sobre emissão de gases estufa na época do governo Barack Obama no Distrito de Columbia, onde fica a capital Washington.

Ele também se tornou célebre por ser contra a recontagem dos votos na Flórida nas eleições de 2000, quando George W. Bush venceu Al Gore na disputa presidencial. A votação se notabilizou justamente porque a vitória do republicano naquele estado, por uma pequena margem, garantiu que Bush governasse o país nos quatro anos seguintes.

Kavanaugh também esteve à frente do relatório do pedido de impeachment de Bill Clinton, em 1998. Ele argumentava, à época, que o então presidente deveria ser afastado do cargo por ter mentido sobre o escândalo sexual com Monica Lewinsky.

Mudanças na Corte

Kavanaugh deve assumir a cadeira de Anthony Kennedy, que vai se aposentar. A indicação não mudará a divisão ideológica de um tribunal que já tem uma maioria conservadora de 5 a 4, mas pode incliná-lo para a direita. Em algumas ocasiões Kennedy se uniu a seus colegas liberais em decisões cruciais sobre questões sociais polarizadoras, como os direitos ao aborto e dos gays – uma prática que seu substituto pode não segui

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