Hemodiálise

Justiça determina sequestro de R$ 1 milhão do Estado para obra na Saúde

Recurso deve ser utilizado para a conclusão de obra de centro de hemodiálise da cidade de Chapadinha, que está abandonado pela atual gestão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Tratamento de hemodiálise é restritivo no estado
Tratamento de hemodiálise é restritivo no estado (Pacientes com problemas renais se submetem a hemodiálise, para filtrar o sangue e eliminar as toxinas)

A Justiça Estadual determinou o sequestro de R$ 1,10 milhão das contas do Governo do Maranhão para que haja a conclusão imediata das obras do Centro de Hemodiálise de Chapadinha, distante 286 km de São Luís. A obra está abandonada.

A decisão é do juiz da 1ª Vara da Comarca de Chapadinha, Guilherme Valente Sousa Amorim de Sousa.

A obra foi iniciada com parte dos recursos federais. Por meio de um convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo do Maranhão já garantiu R$ 2,41 milhões, mesmo assim os serviços seguem parados.

No despacho, o magistrado afirmou que foram constatados transtornos absurdos aos quais os pacientes de hemodiálise residentes no município de Chapadinha e entorno "têm tido que enfrentar para o tratamento de sua moléstia, viajando três vezes por semana para São Luís, de forma precária, em virtude da ausência de estrutura e equipamentos, o que viola a tutela do mínimo existencial, e, em última análise, a dignidade humana dessas pessoas".

À imprensa a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou "que se manifestará apenas após intimação oficial da decisão, o que ainda não ocorreu".

O descaso do Governo do Maranhão em relação às obras de centros de hemodiálise foi mostrado pela TV Mirante em reportagens que revelavam o sofrimento de pessoas que precisam fazer deslocamentos de grandes distâncias de outras cidades até São Luís para os procedimentos.

Leia também:

Governo mentiu à Justiça para garantir saque de R$ 440 milhões de Fundo de Previdência

Governo veta informações sobre obras de centros de hemodiálise

No dia 26 de janeiro deste ano, uma das reportagens tratou da morte do aposentado Raimundo Borges, no Hospital Clementino Moura (Socorrão 2), em São Luís. Ele era morador da cidade de Pinheiro e dependia do tratamento de hemodiálise na capital do estado. Desde 2017 Raimundo falava que estava cansado do sofrimento pra conseguir se tratar.

Assim como Chapadinha, outro município que também deveria ter um centro de tratamento de hemodiálise é Pinheiro, distante 87 km de São Luís. Mas a previsão de entrega da obra em 2015 até o momento não se cumpriu. Além desta duas cidades, outras quatro cidades já deveriam estar com clínicas semelhantes em pleno funcionamento, mas isso não foi concretizado pelo governo.

O problema das longas viagens enfrentadas pelos pacientes que precisam fazer hemodiálise no Maranhão vem sendo acompanhado desde agosto de 2016, quando o Jornal Nacional apresentou a matéria sobre a realidade dos pacientes que acordavam às 4h da manhã e viajavam 500 quilômetros de Chapadinha até São Luís para conseguir fazer o tratamento, três vezes por semana.

Na ocasião, o Governo do Maranhão anunciou, sem informar prazo para conclusão das obras, que construiria uma unidade de hemodiálise na cidade e em mais cinco municípios.

Falta de clínicas compromete serviço de hemodiálise no Maranhão
Um mês depois, o Jornal Nacional mostrou que, em 2014, quase R$ 1 milhão foram liberados para a obra do centro de hemodiálise de Chapadinha, mas no local haviam apenas alguns materiais de construção desgastando com o tempo.

Relembre outros casos

Em maio de 2017, mesmo com uma portaria do Ministério da Saúde que determinava a implantação de centros de hemodiálise no estado, o Ministério Público do Maranhão acionou a Justiça para cobrar agilidade na entrega dos centros. Já em Janeiro deste ano, o JMTV mostrou famílias que tiveram que se mudar para São Luís para fazer o tratamento, mesmo sem condições financeiras.

Com informações do portal G1MA

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.