Eleições 2018

Pré-candidatos intensificam campanhas às vésperas das convenções

Principais postulantes ao cargo de governador passaram a semana em articulações e visitas ao interior maranhense, reforçando as bases para a campanha que começa a partir de agosto

Marco Aurélio D''Eça - Editor de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Roseana movimentou mi98lhares em nova caravana pelo interior
Roseana movimentou mi98lhares em nova caravana pelo interior (Roseana )

A semana que passou deixou mais evidente para o eleitor maranhense o quadro de candidatos a governador do Maranhão nas eleições de outubro. A ex-governadora Roseana Sarney (MDB), o governador Flávio Dino (PCdoB), o senador Roberto Rocha (PSDB) e a ex-prefeita Maura Jorge (PSL) foram ao interior para fortalecer o contato com o eleitor, deixando claro que estão na disputa.

A movimentação da semana também sugeriu a possibilidade de que o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) não entre mesmo na disputa, já que tem feito pouca movimentação de campanha. Ricardo Murad (PRP) segue investindo em incursões em redes sociais na internet.

Mas a corrida confirmou a presença de outros dois candidatos: Ramon Zapata, pelo PSTU, e Coronel Monteiro, que pretende dividir com Maura Jorge as atenções do eleitorado do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

Carisma e polêmica

De volta ao interior maranhense, Roseana Sarney visitou municípios na região dos lagos e na região dos cocais, reunindo multidões ao lado do senador Edison Lobão (MDB), que concorre à reeleição. Recebida com festa em Lago do Junco, Lago da Pedra, Timon e Caxias, Roseana mostrou força popular e prestígio pessoal para polarizar a disputa.

Ao mesmo tempo, o governador Flávio Dino esteve em Pindaré, onde passou por pelo menos duas desgastantes polêmicas.

A primeira diz respeito a uma criança de Pindaré que já ganhou na Justiça o direito de fazer uma cirurgia não realizada no Maranhão e o comunista insiste em se recusar a pagar pelo procedimento. Houve manifestações críticas a Dino, que, mesmo assim, não comentou o assunto.

A segunda polêmica protagonizada por Dino diz respeito à obra que ele foi inaugurar, que, na verdade, nem foi feita pelo seu governo. Trata-se uma obra do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Brasil, o Iphan, que sequer foi convidado para a inauguração.

Programas

Enquanto Roseana e Flávio Dino mantiveram agendas no interior, Roberto Rocha e Maura Jorge discutiam questões mais programáticas de suas campanha. Enquanto Rocha insiste no debate de temas pouco conhecidos da população, como as zonas de exportação ou a luta pela bacia do Rio Itapecuru, Maura Jorge força a relação com Jair Bolsonaro, mas teve que enfrentar uma provável defecção em sua base: o pré-candidato a senador Pastor Bel deve perder o comando do PSDC (hoje DC), o que diminuirá ainda mais seu tempo na propaganda gratuita.

O deputado Eduardo Braide também mantém agenda no interior, mas não a divulga, parece que para não gerar expectativas. Sua agenda política se restringe aos discursos técnicos na Assembleia, contra o governo. Ricardo Murad, por sua vez, é ativo nas redes sociais e em grupos de troca de mensagens. Mas ainda não foi ao interior. E só faltam 12 dias para o início do período de convenções.

O momento de cada um

Roseana Sarney: Ex-governadora mostra força popular quando vai ao interior ou quando sai às ruas de São Luís. Dos candidatos, é a única com penetração própria em todos os 217 municípios do Maranhão.

Flávio Dino: O governador comunista começa a enfrentar a resistência pelo fracasso das promessas de 2014 e sofre desgaste quando vai ao interior. Mas aposta na força da máquina e nas ações de última hora do governo.

Roberto Rocha: Com grupo montado e presença constante no interior, o senador opta por debates mais técnicos ou programáticos, como zonas de exportação e bacias hidrográficas; busca agora empolgar o próprio grupo.

Maura Jorge: Vincula abertamente sua campanha à do presidenciável Jair Bolsonaro. Pretende utilizar a campanha presidencial para superar os dois dígitos e polarizar pela chegada ao segundo turno; carece de tempo na propaganda.

Eduardo Braide: Sem dizer se é ou não candidato, o deputado divide seu tempo entre os discursos e ações na Assembleia e reuniões quase-secretas sobre a eleição, mas, aos poucos, vai dando sinais de que não entrará na disputa.

Ricardo Murad: É o mais ativo adversário de Flávio Dino nas redes sociais de internet, com geração quase diária de fatos contra o governador. Murad ainda não fez qualquer incursão ao interior do estado na condição de pré-candidato.

Ramon Zapata: O candidato com nome de guerrilheiro vai representar o PSTU na disputa de outubro. Substitui nomes como Marcos Sila, Luiz Noleto e Saulo Arcangelli, mas igualmente sem a estrutura necessária para campanha.

Coronel Monteiro: O representante do Exército chegou primeiro às hostes de Jair Bolsonaro, mas perdeu a condição de bolsonarista para Maura Jorge. Sem partido e sem força política, pode somar com a própria Maura Jorge.

Nomes para vice começam a surgir nos cenários

Flávio Dino insiste em manter Carlos Brandão, com risco de inelegibilidade, enquanto Roseana analisa vários nomes, também cogitados por outros pré-candidatos

Faltando pouco mais de uma semana para o início do período de convenções partidárias os pré-candidatos a governador já começam a analisar a formação de suas chapas. Praticamente todos os candidatos já postos já têm nomes para a disputa pelo Senado, mas ainda analisam possibilidades de vice.

O governador Flávio Dino já marcou convenção para o dia 28 de julho – foi o primeiro a fazê-lo – e confirma a presença do atual vice, Carlos Brandão (PRP), na chapa. Brandão fatalmente terá a candidatura impugnada por ter assumido o governo depois do dia 7 de abril, o que o torna inelegível para qualquer outro cargo a não ser o de governador. Mas Dino insiste em mantê-lo na chapa, embora se discuta opções nos bastidores do comunismo.

Além do desgaste das ações eleitorais contra a chapa, se Dino insistir em manter Brandão, pode, ele próprio, perder a condição de candidato, caso o processo seja julgado depois do pleito. Neste caso, se for reeleito, será cassado, juntamente com seu vice. Mas o comunista mostra que pretende pagar para ver.

Nome de todos

Dentre as possibilidades de vice, um nome surge como opção para pelo menos três candidatos. O empresário Ribinha Cunha (PSC), ex-candidato a prefeito de Imperatriz, já apareceu como cotado para figurar ao lado de Eduardo Braide, de Roseana Sarney e também de Roberto Rocha. Seu partido, o PSC, ainda não se manifestou.

Na chapa de Roseana já surgiram também outras opções, como o pastor Pedro Lindoso, um dos líderes da Assembleia de Deus no Maranhão, o ex-senador e ex-deputado federal Chiquinho Escórcio (MDB) e o ex-prefeito de Coelho Neto, Soliney Silva. O comando da campanha de Roseana só deverá se posicionar às vésperas da convenção.

No cenário de vices, o maior mistério se dá em torno do vice da ex-prefeita Maura Jorge. Ela, aliás, já foi até cogitada como vice de Roberto Rocha, mas recusou. Outra possibilidade é a fusão das chapas dos aliados de Bolsonaro, com a indicação do coronel Monteiro para seu companheiro de chapa. Todas as opções serão definidas entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, quando se dá o período de convenções.

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