Transtorno

Docentes indígenas barrados em hotel contratado pelo governo

Grupo de professores foi impedido de entrar em hotel onde deveriam estar hospedados para participar de Formação em Gestão Escolar

Daniel Júnior/ O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

SÃO LUÍS - Um grupo formado por professores indígenas, oriundos das cidades de Barra do Corda, Grajaú, Arame, Jenipapo dos Vieiras e outros municípios, foi impedido de entrar em hotel onde deveriam estar hospedados para participar de Formação em Gestão Escolar, promovida pelo Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Por volta das 9h30 de ontem (3), a portaria e o saguão do hotel estavam lotados de educadores, indignados com a situação. O caso foi resolvido horas depois, após ser denunciado à imprensa.

Os professores presentes lecionam em aldeias da região Centro-Sul do Maranhão. A educadora Andreia Sobreiro e o seu marido, Natuzo Guajajaras, que também é professor, vieram de Jenipapo dos Vieiras, na companhia da filha de sete anos. De acordo com eles, a viagem durou mais de cinco horas e, ao chegar ao hotel, não puderam descansar.

“É uma falta de respeito muito grande com todos nós, professores indígenas. Nós nos esforçamos para estar aqui, com a finalidade de aprender coisas novas e nos capacitar ainda mais. Chegamos por volta das 4h e agora, 9h30, ainda estamos aqui, na porta do hotel, sem poder nos acomodar”, relatou, indignada, Andreia Sobreiro, enquanto arrumava uma bolsa, que estava no chão da portaria do estabelecimento.

“Um absurdo isso que fizeram com a gente. Ainda bem que nos ofereceram um café da manhã, mas não podemos nos acomodar em um quarto. A viagem é longa e precisamos descansar algumas horas, antes do evento começar. Avisaram que a nossa entrada era quando chegássemos a São Luís, mas agora mudou. Só podemos entrar no hotel em outro horário, que não sabemos mais. Total desorganização e falta de respeito conosco”, disse Natuzo Guajajaras.

O professor Mauro de Sousa, do município de Grajaú, estava na frente do hotel e reclamou do impasse. “Nós não estamos entendendo mais nada. Até então, estava marcado para chegarmos aqui no hotel hoje (terça) pela manhã. Quando desembarcamos aqui, nos deparamos com a notícia de que o horário agendado não era esse. Vim com o intuito de obter uma capacitação, mas agora ficou complicado”, revelou Sousa, enquanto segurava sua bolsa.

Outro lado
Em nota enviada a O Estado, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) esclareceu que o grupo de participantes da formação indígena não foi barrado, tampouco impedido de entrar no hotel para participar da Formação em Gestão Escolar. Segundo a Seduc, houve equívoco da empresa que venceu a licitação para a realização da formação dos gestores indígenas.

As diárias deveriam ter sido reservadas no período de segunda-feira (2) a quinta-feira (5), conforme planejamento, e não de terça-feira (3) a sexta-feira (6), como foi feito. Representantes da Seduc estavam desde as primeiras horas da manhã no hotel para resolver o impasse. E assim foi feito.

Os 270 gestores indígenas, que estão participando do curso de Formação em Gestão Escolar até amanhã (5), de imediato tiveram suas diárias liberadas e foram adequadamente alojados.

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