Saúde

Diabetes cresce 17% entre homens em 11 anos em São Luís

Segundo o Ministério da Saúde, doença se manteve estável entre mulheres na capital, que registra uma das menores incidências, com 5,2% da população

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
(diabetes)

SÃO LUÍS - Um estudo inédito do Ministério da Saúde (MS) mostrou que o diabetes se manteve estável entre as mulheres em São Luís, no período de 2006 a 2017, com 5,6% atingidas. Em contrapartida, os homens tiveram maior incidência no diagnóstico da doença, com um aumento de 17%. Os dados são resultado da pesquisa realizada no período e que foi divulgada no dia 27 último.

No geral, São Luís aparece entre as 10 capitais com menor número percentual da doença. Somente 5,2% da população ludovicense é portadora da enfermidade.

O resultado entre as mulheres se deve à mudança no estilo de vida e à adoção de hábitos mais saudáveis. De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2017, também do Ministério da Saúde, 17,9% dos habitantes de São Luís estão obesos e 49,5% possuem excesso de peso.

O consumo regular de frutas e hortaliças pelos ludovicenses cresceu em 13,9% (de 2008 a 2017), a prática de atividade física aumentou em 215% (de 2009 a 2017) e o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 65%, acima da média nacional. Ainda com relação ao consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas, em comparação entre os sexos, as mulheres foram as que mais deixaram de ingerir refrigerantes: elas apresentaram uma queda de 69,3% contra 60,9% dos homens.

Medidas saudáveis
Embora a pesquisa tenha revelado números satisfatórios para as mulheres da capital, e negativo para os homens, já que apresentou crescimento considerável em relação à doença, segundo especialista, é necessário que todos, sem distinção de gênero, adotem medidas mais saudáveis para conter o avanço da doença sobre a população da capital e do estado.

Em entrevista a O Estado, o cirurgião-bariátrico Gutemberg Araújo esclareceu alguns pontos sobre a doença, que pode acometer o organismo de diversas formas. “O diabetes está se tornando uma epidemia mundial. No Brasil, nós temos uma média de 14 milhões de pessoas com diabetes. A população que mais tem diabetes é a acima de 60 anos, somando quase 20% de toda população com a doença no Brasil", declarou.

“O diabetes traz graves problemas como o infarto, derrame cerebral, problemas na visão - que provocam a cegueira, e, também, leva a problemas renais gravíssimos, como a nefropatia diabética”.

O cirurgião-bariátrico também explicou quais as causas e o que as pessoas devem fazer para evitar a doença. “Como causa, em primeiro lugar está a obesidade (sendo que 2% da população brasileira está obesa e 50% com sobrepeso), sedentarismo, alimentação inadequada e a predisposição genética”, frisou o médico.

“É importante evitar o excesso de peso; as pessoas devem praticar atividades físicas, manter uma dieta balanceada, mudar hábitos de vida e procurar, mesmo que não sinta nada, o serviço de saúde para realizar o exame que é muito simples, visto que 40% das pessoas diabéticas não sabem que são diabéticas”.

Fique por dentro

O que é diabetes?

Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. A insulina é produzida pelo pâncreas e é responsável pela manutenção do metabolismo da glicose e a falta desse hormônio provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes. Caracteriza-se por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.

Tipos:

Tipo 1: causada pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que produzem a insulina. Ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos.

Tipo 2: resulta da resistência à insulina e de deficiência na secreção de insulina. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos.

Diabetes Gestacional: é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto. Sua causa exata ainda não é conhecida.

Outros tipos: são decorrentes de defeitos genéticos associados com outras doenças ou com o uso de medicamentos. Podem ser: defeitos genéticos da função da célula beta; defeitos genéticos na ação da insulina; doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística, etc.); induzidos por drogas ou produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos, etc.).

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