Editorial

Uma questão de saúde

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

Um alerta preocupante do Ministério da Saúde: mais de 300 municípios do país enfrentam risco de poliomielite, muito embora não ocorra registro de casos da doença há 28 anos.

A preocupação com a volta da doença é evidente, quando se leva em consideração as recentes coberturas vacinais no Brasil que não atingem o público-alvo. Foi constatado que existe resistência de pais e mães em vacinarem os filhos. A ameaça, segundo o ministério, existe em todos os locais com coberturas abaixo de 95%, mas está mais crítica em 312 localidades.

Diante dessa situação, o Ministério da Saúde orientando os gestores locais a organizar as redes de prevenção, inclusive com a possibilidade de readequação de horários mais compatíveis com a rotina da população brasileira. A pasta também recomenda o reforço das parcerias com creches e escolas, ambientes que potencializam a mobilização sobre a vacina por envolverem as famílias.

O Brasil está livre da poliomielite desde 1990. Em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem.

Causada por um vírus que vive no intestino, o poliovírus, a poliomelite geralmente atinge crianças com menos de 4 anos, mas também pode contaminar adultos.

A maior parte das infecções apresenta poucos sintomas e há semelhanças com as infecções respiratórias com febre e dor de garganta, além das gastrointestinais, náusea, vômito e prisão de ventre.

Cerca de 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência respiratória e, em alguns casos, levar à morte.

No Brasil, os primeiros casos de poliomielite foram relatados no início do século XX, mas sua importância na saúde pública foi reconhecida apenas quando surtos começaram a se espalhar nas áreas urbanas em meados de 1930. A vacina inativada (Salk) começou a ser utilizada em 1955, muito discretamente, por alguns médicos pediatras e em vacinações de amplitude reduzida, promovidas pelas secretarias municipais e estaduais de saúde, principalmente nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Por ser mais barata e favorecer a imunidade secundária, a vacina oral (OPV) foi amplamente utilizada desde o início dos anos 1960; entretanto, as consequências da vacinação não puderam ser claramente demonstradas, já que a poliomielite não era uma doença de notificação compulsória até 1968.

Em 1974, após quase 20 anos do licenciamento da primeira vacina desenvolvida, a Organização Mundial da Saúde lançou o Programa Ampliado de Imunização (PAI) com o objetivo de disponibilizar vacinas às crianças em todo o mundo. Em 1985, 11 anos após o lançamento do PAI, a Organização Pan-Americana da Saúde adotou a meta para a interrupção da transmissão do poliovírus selvagem nas Américas até o final de 1990.

Portanto, nada de baixar a guarda diante da ameaça dessa doença. A vacinação é, portanto, a melhor forma de prevenção. Saúde para todos !!

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