Em 5 anos

Antecipada recomendação para rastreamento de câncer colorretal

Estudo mostra que nascidos nos anos 1990 terão o risco dobrado para o câncer no cólon e quadriplicado para tumor no reto; SBCP pretende adotar mesma indicação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
(cancer colorretal)

SÃO PAULO - Seguindo a nova orientação da American Cancer Society (ACS), a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) trabalha para atualizar sua recomendação para rastreamento de câncer colorretal a partir dos 45 anos para pessoas sem histórico na família de tumor ou pólipo no intestino. Antes, a recomendação mundial era a partir dos 50 anos. Os guidelines atualizados foram publicados recentemente no A Cancer Journal for Clinicians, periódico da ACS.

A nova medida tem como base levantamento realizado pela ACS que apontou crescimento de câncer colorretal em jovens adultos e visa a aumentar as chances de cura – quando os tumores são encontrados em fases iniciais ou até mesmo quando ainda são pólipos (antes de se tornarem câncer). No estudo, a ACS concluiu que nascidos nos anos 1990 terão o risco dobrado para câncer no cólon e quadriplicado para tumores no reto, quando comparados a pessoas nascidas nos anos 1950.

“A SBCP costuma avaliar e, em algumas situações, adaptar as diretrizes internacionais relacionadas à coloproctologia. Nossa intenção é fazer o mesmo em relação a esta do câncer colorretal, pois são frequentes, entre os nossos associados, comentários sobre o evidente aumento na incidência de câncer colorretal na nossa prática diária”, explica o presidente da SBCP, Dr. Henrique Fillmann.

“O aumento dessa incidência em pessoas mais jovens também é bem evidente. Nesse sentido, a SBCP trará ao Brasil o Dr. Matthew Kalady, chefe do Departamento de Câncer Colorretal Hereditário da Cleveland Clinic, para proferir palestra sobre o assunto no 67º Congresso Brasileiro de Coloproctogia, que acontece de 19 a 22 de setembro em Gramado (RS)”, completa.

A recomendação atual da SBCP é que pessoas sem histórico de câncer colorretal na família procurem o coloproctologista para realização do exame de sangue oculto nas fezes e/ou da colonoscopia a partir dos 50 anos. Se houver casos na família, esse acompanhamento deve ter início 10 anos antes da idade do diagnóstico familiar. Pessoas que tenham histórico de doença inflamatória intestinal na família também devem procurar o médico nesse período. De acordo com as estimativas do Inca para 2018/2019, o câncer colorretal deve atingir 36.360 pessoas.

Pessoas em bom estado de saúde e com mais de dez anos de expectativa de vida devem manter os exames periódicos até 75 anos. A partir dessa idade a recomendação é discutir com o médico a continuidade da realização de exames regulares.

Sinais

Fique atento a sintomas como: mudança prolongada nos hábitos intestinais, sangramento, fezes escuras ou com sangue, fraqueza e perda de peso.

Prevenção

Para diminuir os riscos de câncer no intestino, as recomendações da SBCP são: comer diariamente frutas, vegetais, cereais; diminuir o consumo de carne e alimentos processados; praticar atividade física regularmente; manter o peso sob controle; não fumar e evitar a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas.

Confira o novo guideline da ACS: https://www.cancer.org/latest-news/american-cancer-society-updates-colorectal-cancer-screening-guideline.html

Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP)

É uma especialidade médica que trata das doenças do cólon, do reto e do ânus, tanto clínicas quanto cirúrgicas. Fundada em 1945, tem a missão de apontar para os cerca de 1.600 coloproctologistas as melhores e mais seguras decisões no atendimento das doenças coloproctológicas, estabelecendo os padrões mais atualizados nesta área da prática médica. Câncer colorretal, hemorroidas, fissura anal, fístulas anais, diverticulite, hemorroidas, doenças sexualmente transmissíveis, prisão de ventre, pólipos intestinais, prolapso retal são algumas das doenças tratadas pelo coloproctologista. Site: www.sbcp.org.br


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