Alerta

Síndrome que matou 22 no Maranhão é pouco conhecida

Pneumologista Pedro Springer esclarece que dificuldades respiratórias, dores no corpo e febre são os principais sintomas da SRGA, que teve 121 casos registrados no estado; saiba como é feito o diagnóstico e o tratamento

Daniel Júnior/ O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

SÃO LUÍS - A falta de informação e de campanhas educativas eficientes no Maranhão, sobre a Síndrome Respiratória Aguda Grave têm ocasionado problemas à saúde pública local. Só neste ano, a SRGA foi responsável por 22 óbitos no estado, de acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), coletados até o dia 18 de junho. Ao todo, 121 casos foram registrados. A síndrome é causada pelos vírus da gripe A (H1N1), A (H3N2), A (não subtipado), Influenza B, Influenza C e por outros vírus respiratórios.

“A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRGA) é a própria gripe, mas de forma grave. Além do paciente ter os mesmos sintomas de um simples resfriado, também sente dores no corpo, febre, indisposição e, principalmente, dificuldades respiratórias. Essa doença é causada principalmente pelos vírus influenza, que afeta os pulmões e os inflamam. O paciente deve procurar um médico o mais rápido possível para ser iniciado o tratamento. É uma síndrome pouco abordada, e as pessoas pensam que é apenas uma gripe, sem tanta gravidade. Não temos surto no Maranhão, mas deve-se ter cuidados”, explicou o pneumologista Pedro Springer.

O diagnóstico é baseado nos sintomas e também por meio de exames de sangue e secreção respiratória. “Fazemos uma pesquisa de influenza, por meio das secreções respiratórias do paciente. Os sintomas, principalmente a dificuldade respiratória e dores no corpo, já ‘falam’ muito. Além disso, ainda usamos o oxímetro - um aparelho que mede a oxigenação no sangue. Doenças respiratórias podem baixar essa oxigenação”, ressaltou Springer a O Estado.

De acordo com o especialista, após a constatação da síndrome, o tratamento é realizado com Tamiflu. “Tamiflu reduz a proliferação dos vírus da gripe, influenza A e B, pela inibição da liberação de vírus de células já infectadas, inibição da entrada do vírus em células ainda não infectadas e inibição da propagação do vírus no organismo. Há redução da duração dos sinais e sintomas da gripe, da gravidade da doença e da incidência de complicações associadas à gripe. O tratamento deve ser iniciado dentro do primeiro ou segundo dia do aparecimento dos sintomas de gripe”, acrescentou Pedro Springer.

Complicação
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é uma complicação, um quadro de agravamento da síndrome gripal (SG), em que, além de apresentar os sintomas gripais como febre, tosse, dor de garganta, dor de cabeça ou no corpo, a pessoa passa a apresentar também dispneia ou desconforto respiratório, piora nas condições clínicas de doença de base e hipotensão em relação à pressão arterial habitual. O quadro clínico pode ou não ser acompanhado de alterações laboratoriais e radiológicas. Tanto a SRAG quando a SG, podem ser causadas por diversos vírus respiratórios. Os mais comuns são o vírus sincicial respiratório (VSR), influenza B e influenza A, com seus subtipos A Sazonal, A H1N1 e A H3.

“Crianças, idosos, professores e gestantes são os públicos mais vulneráveis à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e devem tomar a vacina da gripe, que a forma mais eficaz de combater a gripe e a sua gravidade”, acrescentou Springer.

Essa doença é causada principalmente pelos vírus influenza, que afeta os pulmões e os inflamam. O paciente deve procurar um médico o mais rápido possível para ser iniciado o tratamento. É uma síndrome pouco abordada e as pessoas pensam que é apenas uma gripe, sem tanta gravidade. Não temos surto no Maranhão, mas deve-se ter cuidados”Pedro Springer, pneumologista

Saiba Mais

Fazem parte do grupo prioritário de vacinação contra a gripe idosos a partir de 60 anos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, trabalhadores da saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade e funcionários do sistema prisional.

Meta alcançada

O Maranhão conseguiu alcançar a meta de vacinação contra a gripe no grupo prioritário. A meta era de 90%, e o estado alcançou 90,14% do público-alvo. A percentagem representa um total de 1.689.524 pessoas imunizadas. Ao todo, 1.858.500 doses foram distribuídas.
Com o término da campanha, a vacina contra a gripe continua disponível nas unidades de saúde. A dose pode ser encontrada também na rede particular.

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