Pergentino Holanda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
VIBRANDO com a última vitória do Brasil na Copa do Mundo, na Rússia, Luiz Carlos Cantanhede Fernandes e Melina com Mariana Monteiro e o filho (dele) Cristiano Barroso Fernandes, geminiano que não dispensa as grandes partidas de futebol
VIBRANDO com a última vitória do Brasil na Copa do Mundo, na Rússia, Luiz Carlos Cantanhede Fernandes e Melina com Mariana Monteiro e o filho (dele) Cristiano Barroso Fernandes, geminiano que não dispensa as grandes partidas de futebol

Refugiados
Tudo leva a crer que os africanos resgatados na costa maranhense há cerca de um mês, depois de semanas à deriva em alto mar, já estão perfeitamente adaptados à realidade maranhense.
Alguns deles são vistos com frequência nos principais clubes de reggae da periferia.
Outros, movidos pelo engenho da nossa catuaba, estão acompanhando as belezas do nosso bumba-meu-boi nos arraiais da cidade.

Fogo amigo
Dentro da estrutura de apoio político ao governo de Flávio Dino, há um grupo relativamente numeroso torcendo para que haja segundo turno nas eleições 2018.
Explica-se: muitos correligionários do comunista acham-se desprestigiados no governo, porém consideram-se indispensáveis nos momentos mais
difíceis da campanha.
Com isso, avaliam que quanto mais difícil se configurar a reeleição de Dino, mais importância terão num eventual segundo mandato comunista.

Não decola
São cada vez mais evidentes os sinais de desânimo no núcleo de campanha do pré-candidato ao Senado Wewerton Rocha.
Apesar de toda a estrutura montada – que envolve de avião a um grande contingente de cabos eleitorais – há uma dificuldade enorme de pontuação nas principais pesquisas de opinião.
“O homem não decola”, dizem os pedetistas mais ressabiados.

Olho grande
As dificuldades enfrentadas por Weverton Rocha rumo ao Senado estão o empurrando para um outro projeto político em 2018.
Pedetistas históricos apontam como saída honrosa uma tranquila candidatura à renovação do mandato de deputado federal.
Mas Wewerton cresceu o olho. Pensa grande e pressiona para ser ungido ao posto de vice-governador na chapa de Flávio Dino.

Só em Copa
Tem cenas que costumam ser vistas apenas em Copas.
Por exemplo, a do sujeito que pintou o rosto com as bandeiras das duas seleções adversárias.
Ou então o agradecimento dos jogadores panamenhos pelo apoio da torcida, mesmo diante de uma derrota por 3 a 0.
É que o Panamá fez sua estreia em Mundiais. Sua classificação foi motivo de orgulho no país.

A barba sumiu
Maranhenses na Rússia estranharam, mas os russos não usam barba, ao menos nesse momento histórico.
Não encontraram uma barbearia sequer, ao contrário de São Luís, às voltas com uma febre delas.
A barba sempre foi uma marca do homem russo. No Século 17, Pedro, o czar dos czares, chegou a proibi-la na corte, como parte do esforço para dar uma cara de Europa ao seu país, mesmo motivo que o fez construir São Petersburgo como
porta para o Báltico.
Mas você lembra de Tolstói ou Dostoiévski e logo visualiza aquele barbão. O que terá acontecido?

Os estrangeiros
A Holanda com sua laranja mecânica não se classificou para a Rússia, é verdade, mas se fez presente com nada menos do que cinco nativos jogando pela seleção de Marrocos. Há ainda dois holandeses que atuam pela Nigéria.
O esquadrão marroquino foi o melhor exemplo de uma tendência de desnacionalização dos times.
Entre os 23 convocados, além dos cinco holandeses, havia oito franceses, dois espanhóis, um belga
e um canadense.
Os autênticos naturais do Marrocos somavam apenas seis.

Os estrangeiros 2
A equipe africana chega a ter no plantel um jogador que nasceu na França, mas tem nacionalidade portuguesa: Manuel da Costa, que nas categorias de base sempre
defendeu a seleção lusa.
No cômputo geral, há nesta Copa 83 jogadores que não nasceram no país que estão representando - o equivalente a um em cada 10.
O principal exportador é a França, com 29 jogadores defendendo outros emblemas (e dois forasteiros na própria equipe).
Das 32 seleções, 22 têm jogadores importados, somando
um total de 51 nações representadas.

Para encher o bolso
Em meio a uma crise que não conhece fundo do poço, até a Copa do Mundo é um evento “perigoso”, pois autoriza certos “legisladores” a votar em causa própria. Aproveitando que a turma estará ligada na bola, Câmaras de Vereadores e Assembleias Estaduais
votam, na surdina, aumentos dos respectivos salários. Com a mesma cara de pau com que certos políticos se outorgam “auxílios”
e todo tipo de privilégios.

TRIVIAL VARIADO

Ainda não é permitido pedir voto. Mas dinheiro e likes, sim. Os pré-candidatos e os partidos políticos estão aproveitando o momento de pré-campanha para aumentar a visibilidade nas redes sociais e dar o pontapé inicial na arrecadação de doações.

As Coreias do Norte e do Sul unidas mais uma vez. Pelo menos no esporte. Pyongyang e Seul formarão uma equipe conjunta para os Jogos Asiáticos.

Na última quinta-feira, o Senai-MA diplomou 138 alunos nos cursos técnicos em Soldagem; em Eletromecânica, em Edificações, em Segurança no Trabalho; em Redes de Computadores, e em Eletrônica.

No assunto: a solenidade de formatura reuniu alunos, familiares, instrutores e gestores do Senai no auditório Alberto Abdalla, na sede da Fiema, em São Luís. E foi conduzida pelo vice-presidente da Fiema e conselheiro do Senai, Celso Gonçalo.

A campanha eleitoral começará no dia 16 de agosto e mais uma vez ouviremos argumentos falaciosos. Governos vão se vangloriar de dados inexistentes e candidatos prometerão novos postos de trabalho.

Tem mais: diante de microfones, falarão à vontade até que se esgote a imaginação. A eles interessam cálculos eleitorais. A tática de mistificar a realidade não é nova.

A verdade é que a criação de empregos depende de investimentos da iniciativa privada em fábricas, fazendas, lojas e outros setores. Ao poder público cabe propiciar um clima adequado, quer dizer, não atrapalhar. Costumeiramente, sabemos o que faz.

A falência ideológica se evidencia: para alguns partidos, entrar numa coligação que será derrotada não vai significar muito. Empossado novo governo, atenderão ao chamado para dar apoio nos legislativos em troca de cargos. É o fascínio por vantagens com todos os balangandãs.

A frase de Winston Churchill parece ter sido moldada para a realidade brasileira das últimas décadas: “As promessas do candidato são o sepulcro do estadista.”

DE RELANCE

Escritores e futebol
É só prestar um pouquinho mais de atenção: nas conversas, depois que começou a Copa, não há quem não entenda de futebol. Minha secretária de assuntos domésticos, que nunca foi a um campo de futebol, já discute, com grande conhecimento de causa, a lei do impedimento, uma excrescência que já deveria ter sido abolida. Não há neste mundo
tanta lei que “não pegou”? Pois é: a do impedimento deveria ser uma dessas. O belo jogo ficaria muito
mais interessante, com mais gols.

Escritores e futebol 2
A propósito: até os intelectuais estão “por dentro”, eles que, segundo Nelson Rodrigues, “nunca bateram um reles lateral”. Jean-Paul Sartre jamais bateu um tiro de meta, ou um “pênalti”, nunca deu um pontapé – mesmo quando foi traído por Simone de Beauvoir. Mas Albert Camus e Vladimir Nabokov foram goleiros, respectivamente do Racing da Argélia e do Dínamo de Moscou.

Escritores e futebol 3
No conto, na crônica, no teatro e até na poesia, é bem respeitável o time que bateu a sua bolinha literária. Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, abordou o futebol sob a ótica política e social em “Chapetuba Futebol Clube”. Rubem Fonseca produziu um conto brilhante sobre o assunto em “Feliz Ano Novo”. “O futebol brasileiro evocado na Europa”, com esse nome comprido de ensaio literário, não parece, mas é o título de um admirável poema de João Cabral de Mello Neto, com direito às embaixadinhas de um verso antológico: – O futebol trata a bola com malícia e atenção,/ Dando aos pés astúcias de mão...

Escritores e futebol 4
Tem mais: o mesmo futebol que inspirou esses versos, iluminou, igualmente, a prosa poética de um mestre do gênero, o saudoso Armando Nogueira (“Drama e Glória dos Bicampeões” e “O Homem e a Bola”), cuja frase límpida e esmerada fizeram-no merecedor do cognome “o Machado de Assis da bola”. No estádio Nhozinho Santos, em São Luís, o poeta Bandeira Tribuzi enfartou numa partida do seu Moto Clube. Morreu cinco dias depois.

Escritores e futebol 5
De alguma forma, Nelson Rodrigues, Albert Camus, Vladimir Nabokov, José Lins do Rego, Eduardo Galeano, Armando Nogueira ou João Cabral – escrevendo, ou até praticando o esporte bretão – todos agregaram o seu estilo, o seu suor literário e as suas digitais no limitado retângulo de uma folha de papel, ou na exígua tela de um computador – e nesses espaços marcaram os seus gols.

A roda de samba
O jovem empresário Miécio Dias Júnior, em seu périplo pela Rússia em tempos de Copa do Mundo, constatou que uma roda de samba em Sochi, Moscou ou São Petersburgo, faz mais pela imagem do país do que políticos “leiloando” minutos e segundos na feira livre do “Horário Eleitoral Gratuito”. Tanto sucesso tem feito nossa torcida no futebol que, apesar de todas as tristezas produzidas pelos nossos “cartolas”, não seria inadequado propor ao Czar Vladimir Putin a inclusão desse temperamento “flamboyant” à nossa nova pauta de exportações. Até os russos já sabem que a festa será bem mais animada se o Brasil for Hexa.

Conto de Kafka
Vivemos um conto de Kafka: uma crise dentro da outra. Saiu Dilma, entrou Temer. Cujo mandato está mais uma vez sob ameaça de nova denúncia, ou seja, manipulável em nome de uma “boa barganha” no plenário da Câmara Federal. Como em Brasília, segundo Nelson Rodrigues, “não há inocentes, só cúmplices”, clama-se de lanterna na mão por “um honesto”. Nos “sites” criados na escuridão da Internet, a campanha já começou. E oferecem como matéria prima de cada candidato exatamente o que mais falta no Brasil de hoje: honestidade.

Diagnóstico
A auditoria realizada por técnicos do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, apontou que parte dos equipamentos de alto custo do Hospital Beneficência Portuguesa que constam no inventário da instituição não estavam lá. O material foi comprado por meio de recursos de emendas parlamentares. Outros aparelhos, que não constavam no catálogo, foram encontrados.

Para escrever na pedra:
“Gol de letra é injúria, gol contra é incesto, gol de bico é estupro” – escreveu Armando Nogueira.

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