Editorial

A importância econômica do feijão para o Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou o livro A Cultura do Feijão, que revela a importância do grão no mercado agrícola e para a segurança alimentar e nutricional no país.

O livro trata da origem e domesticação do feijão no continente americano, a importância do melhoramento genético para o aprimoramento do cultivo, a tecnologia de alimentos e o significado do feijão na cultura nacional. Também é observada a questão da produção, colheita, pós-colheita, armazenagem e comercialização do feijão em todas as regiões geográficas brasileiras.

O Maranhão, como importante produtor de grãos no país, é citado no livro, com destaque para o cultivo do feijão caupi ou feijão de corda, que combinado com o arroz, forma a base alimentar da população, especialmente na zona rural, sendo uma das principais fontes de proteína.

Os números da Conab mostram a importância do feijão caupi para o estado. Na safra 2016/17, a área cultivada foi equivalente a 87,8 ha, com rendimento médio igual a 646 kg/ha, atingindo uma produção total de 56,6 mil toneladas. Como historicamente a 2ª safra é mais representativa, essa fase representou 60% da área plantada, bem como do total de grãos colhidos.

Um detalhe que deve ser destacado é que praticamente a totalidade dos cultivos de feijão no Maranhão é executada por pequenos produtores oriundos da agricultura familiar, sendo o caupi plantado em 1ª e 2ª safra. E que por se tratar de uma cultura de subsistência, a mão de obra é distribuída somente entre os integrantes da família. A colheita, na maioria das vezes, é feita de vagens frescas (comumente denominada de verde), que são aquelas que não atingiram a maturação fisiológica. Tendo em vista que a produção do feijão caupi restringe-se substancialmente ao consumo familiar, a armazenagem do grão seco se dá na casa do produtor, em paiol ou até mesmo dentro de garrafas PET.

Uma das características da produção do feijão caupi é seu cultivo consorciado com milho, arroz ou macaxeira (ou mandioca mansa). Como consequência, há redução do rendimento médio causado pela diminuição do número de plantas por área. Os cultivos são basicamente de sequeiro, dependente exclusivamente de água pluvial para o desenvolvimento. O emprego da irrigação nas lavouras de feijão praticamente inexiste no estado.

Outra particularidade do cultivo do feijão caupi no estado é que o agricultor familiar historicamente possui o hábito de guardar grãos colhidos em uma safra para usar como semente na seguinte. Ele seleciona vagens grandes com grãos bem formados, pois é um conhecimento passado de geração em geração que essas características são as que proporcionarão boa qualidade, bons frutos.

A semeadura do feijão caupi é recomendada, em termos gerais, de outubro a fevereiro, logicamente o período que compreende o início da estação chuvosa até a época em que haja tempo hábil para o ciclo da cultura encerrar enquanto ainda houver chuva que atenda a demanda da planta. No município de Alto Parnaíba, por localizar-se no extremo sul do estado, o período chuvoso transcorre antecipadamente em relação aos demais municípios.

Essa publicação, portanto, reconhece a importância econômica do feijão não somente para o Brasil como para o Maranhão, estado que tem forte vocação agrícola.

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