Insuficiente

Organização diz que Festa de São Pedro precisa de mais apoio

Coordenação diz que falta valorização à festa por parte do Governo do Estado; festejo começou desde o dia 20 e prossegue até 29 deste mês

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

SÃO LUÍS - O tradicional festejo de São Pedro, que acontece na capela de mesmo nome, na Madre Deus, entre os dias 20 e 29 deste mês, teve dificuldades desde sua preparação. Neste ano, a coordenação do festejo disse ter recebido um pequeno apoio financeiro para arcar com despesas da festa. “A gente sempre espera um apoio maior do Estado, porque eu acho que ainda está faltando a presença do Estado, e não só financeiramente”, declarou a coordenadora Regina Soeiro.
Além do pouco recurso repassado para apoio à realização do festejo, a coordenação também alegou que falta investimento por parte do governo em relação às atrações culturais. “O Largo de São Pedro nunca foi visto como arraial. As pessoas têm seus gastos para fazer suas barracas. Eles cobram muito da coordenação, mas, infelizmente, nós não podemos fazer nada. O que nós fazemos é encaminhar um ofício e aguardar, mas esse retorno a gente não tem. A [Secretaria de] Cultura não coloca um arraial aqui, como faz em outros festejos, como o de Santo Antônio e São João.”
Segundo ela, para maranhenses e turistas que vêm de todas as regiões do país, é perceptível que há uma descaracterização no Lar­go de São Pedro, tendo em vista que até as bandeirinhas que fazem parte da festa dos padroeiros do mês de junho ficaram faltando no cenário, em frente à capela.
Ainda em entrevista a O Estado, a coordenadora aproveitou para fazer um apelo ao Governo do Maranhão pedindo maior sensibilização, para não prejudica ainda mais a própria comunidade. “Faço um apelo para que o Estado se sensibilize um pouco diante dos gastos dessas pessoas [barraqueiros], pela tradição do festejo de São Pedro, pois falta um interesse muito gran­de, porque o governo não se interessa em colocar um arraial que seja pelo menos de dois ou três dias. Então, há um espaço para que ele [o governo] coloque uma programação cultural aqui até o dia 27, já que a primeira noite foi ontem (20)”, afirmou Regina Soeiro.
O Estado manteve contato com a assessoria do Governo do Maranhão, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

Festejo

Mesmo com dificuldades financeiras para realizar a festa que é realizada há décadas, a comunidade se empenha para que seja um sucesso até o último dia, quando vai ser realizada uma procissão diferenciada às passadas.

Segundo a comunidade da Madre Deus, o festejo na Capela de São Pedro, na Madre Deus, teve início há cerca de 60 anos, entre as décadas de 1940 e 1950.

Saiba mais

As origens

O festejo teria se originado no Desterro, em 1939, indo para a Madre Deus em 1940, onde havia mais pescadores, cujo padroeiro é o santo.

Na época, a capela era de taipa e coberta com palha. Apenas em 1949 foi erguida a de alvenaria, com o apoio do político e industrial Cesar Aboud, dono da Fábrica Santa Isabel, de tecelagem.

Em 1945, o comunitário João Fonseca criou a comissão organizadora. Assim, a festa ganhou leilão de prendas, procissões terrestre e marítima, além da louvação de bumba-bois. Naquela época, só os bois de zabumba, como os de Mizico, Medonho e Laurentino, parabenizavam São Pedro. Depois, os de matraca passaram a participar do encontro, que atualmente reúne grupos de todos os sotaques.

Em 1949, houve a inauguração do templo, com apoio da Colônia de Pescadores Z-1, da Madre Deus. A capela foi reformada por mais três vezes, duas delas pela Prefeitura de São Luís, em 1973 e 1995. A arquitetura atual data de 1997 e foi feita pelo Governo do Estado, na primeira gestão da governadora Roseana Sarney.

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