Desperdício

Sistema Italuís se rompe pela 36ª vez, agora no Bacanga

A água chegou a alcançar as pistas da Av. dos Portugueses, chamando a atenção de curiosos; de acordo com a Caema, o reparo em trecho da adutora seria executado no menor tempo possível

Monalisa Benavenuto

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

SÃO LUÍS - A subadutora do Sistema Italuís se rompeu por volta das 10h desta quarta-feira (20), segundo relato de pescadores da região do Bacanga, no trecho localizado na Avenida dos Portugueses. Mais de 30 rompimentos já foram registrados no antigo sistema pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema). De acordo com o órgão, as manobras necessárias para reparo foram realizadas ainda durante a manhã de ontem.
Pescadores relataram que, na hora do rompimento, a água invadiu as duas pistas da Avenida dos Portugueses e atraiu a atenção de quem passava pela via, mas não chegou a interromper o tráfego. Muitos curiosos tentavam registrar imagens do vazamento com celulares e entender o que estava acontecendo.
Algumas pessoas que estavam no ponto onde ocorreu o rompimento, próximo à Barragem do Bacanga, afirmaram que até o fim da manhã nenhuma equipe da companhia esteve no local para solucionar o problema ou conter o vazamento.
A Caema, em nota, informou que houve rompimento acidental de subadutora de 900 mm, localizada na Barragem do Bacanga, em São Luís, e que abastece as áreas do Bacanga, Porto do Itaqui,
UFMA e adjacências. E reforçou que as equipes da companhia já realizaram as manobras necessárias para reparo, que será executado no menor tempo possível.


Histórico
Com mais de 30 anos de operação, a adutora do Italuís encontra-se comprometida em razão da ferrugem e da corrosão, o que gera rompimentos ao longo da tubulação com certa frequência. Em novembro de 2012, foi assinada ordem de serviço para o início das obras de substituição dos 19km da adutora. Para a realização do serviço, o Governo do Estado, por meio da Caema, conseguiu, junto ao Governo Federal, investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com a contrapartida do Governo do Maranhão.
A obra tinha conclusão prevista para novembro de 2013, mas, devido à complexidade da troca da tubulação, só foi concluída em maio de 2018. A substituição da antiga adutora ao longo do Campo de Perizes por uma mais moderna, de tubos de aço de 1.400 milímetros, compreendendo, ao todo, um trecho de 19 quilômetros, permitiu que o sistema opere com maior volume d’água transportado para São Luís. Além da substituição dos tubos, itens de apoio à adutora como isoladores (toco) em polietileno reforçado em fibra de vidro, para prevenir acidentes devido à proximidade das linhas de transmissão da Eletronorte, entre outros pontos, foram pensados para reduzir riscos e danos.
Diferentemente da antiga, que carece de operações preliminares de escoamento da água, a nova adutora também facilitará a realização de operações pelo fato de ter recebido, em pontos específicos, válvulas de seccionamento que “represam” a água em partes da adutora, dando mais rapidez na realização de procedimentos, diminuindo, inclusive, prazos para o reabastecimento em caso de liberação pós-manutenção ou consertos, o que antes era ampliado devido ao fato de que a antiga adutora precisava ser esvaziada.

Rompimentos
O caso desta quarta-feira (20) foi o primeiro da subadutora, mas pelo menos 36 rompimentos no Sistema Italuís foram contabilizados pela Caema. Responsável pelo abastecimento de água para 600 mil pessoas, a adutora do Sistema Italuís passou por vários problemas nos últimos anos.
Em dezembro de 2017, estava programada a entrega da nova adutora. No entanto, um vazamento adiou o reabastecimento e deixou a população sem água por aproximadamente 8 dias. Depois disso, ocorreram dois rompimentos na área do Campo de Perizes. O primeiro aconteceu no dia 12 de março, no Km - 38 da BR-135, e o abastecimento foi completamente normalizado no dia 15 do mesmo mês. Em abril, um rompimento, no mesmo trecho, interrompeu o abastecimento de água para aproximadamente 159 bairros, durante 24 horas.

Nota da Caema

Em nota, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou que o rompimento na subadutora de 900mm, nesta quarta-feira (20), localizada sobre o canal do Rio Bacanga, foi ocasionado por desgaste e forte oxidação do trecho. A Companhia já realizou esgotamento e isolamento da área para início efetivo do reparo, com apoio da SMTT para coordenação do trânsito.
A Caema recentemente instalou nova estrutura de treliça para suportar a tubulação existente no local e está realizando também a troca de outra tubulação na área para prevenir novos rompimentos. A área afetada inclui o Bacanga, Porto do Itaqui, UFMA e adjacências.

Números

19 km é a extensão da nova adutora do Sistema Italuís

1.500 tubos de aço patinável 12 metros compõem a adutora

1,40 metros é o diâmetro de cada tubo

R$ 106 milhões é o valor aproximado do investimento

Sistema Italuís se rompe pela 36ª vez, agora no Bacanga

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