A imprensa nacional trouxe ontem uma nova informação sobre viagem do presidente Michel Temer (MDB) ao exterior, seguido pelos presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB), e da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), que também decidiram deixar o país para não se tornarem inelegíveis.
Mas o que tem a ver a viagem tripla dos chefes de poderes políticos brasileiros com a realidade maranhense?
Foi exatamente a partir de uma viagem do governador Flávio Dino (PCdoB) ao exterior que o seu vice-governador, Carlos Brandão (PRB), tornou-se alvo da maior dúvida eleitoral de 2018: Brandão está ou não inelegível?
Pela interpretação literal da Lei, Brandão está, sim, inelegível. E está porque assumiu o governo após o prazo máximo estabelecido para isso, em 7 de abril.
Curiosamente, nesta data, Temer também estava no exterior. E Rodrigo Maia e Eunício Oliveira também evitaram assumir, passando o posto, como agora, para a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia.
Aliás, foi Rodrigo Maia, dias depois da viagem de Flávio Dino, quem alertou o governador maranhense de que o seu vice está inelegível. Brandão assumiu entre os dias 6 e 9 de abril. Ou seja, era governador depois do dia 7 de abril. Não pode, portanto, concorrer a nenhum outro cargo.
Mas Flávio Dino tem demonstrado desde então que pretende pagar para ver. Ele tem anunciado sistematicamente que Brandão continuará como seu companheiro de chapa, pouco importando o número de ações que questionarão essa chapa na Justiça Eleitoral.
É bom dizer, no entanto, que as ações questionadoras, mais cedo ou mais tarde, chegarão ao Tribunal Superior Eleitoral, que tem posicionamento claro sobre o assunto. E se Brandão for cassado depois do pleito, Flávio Dino também perde a candidatura. O comunista vai insistir?

Um petista
Há quem diga nos bastidores do Palácio dos Leões que o governador Flávio Dino já tem consciência da inelegibilidade de Carlos Brandão.
E vai apenas aguardar as primeiras manifestações para determinar a substituição por um representante do PT.
Neste caso, o comunista garantiria a presença de um petista na chapa e o controle total do tempo do partido na propaganda eleitoral.

Cachimbo...
O ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB) acendeu um cachimbo da paz para o seu companheiro de partido e candidato a governador, Roberto Rocha.
Depois de mostrar-se pouco à vontade no palanque de Rocha - e de ter ameaçada sua condição de candidato a senador -, Tavares resolveu retomar o diálogo.
E ontem acenou com uma reaproximação de Roberto Rocha.

Três nomes
O PSDB não descartou a pré-candidatura do deputado federal Waldir Maranhão ao Senado; pelo menos, não oficialmente.
Até porque o parlamentar foi lançado pelo próprio presidente da legenda, o que gerou toda a polêmica em torno da chapa tucana.
Ao que tudo indica, os candidatos senatoriais do PSDB serão definidos somente durante as convenções de julho e agosto.

Mordaça
Não é apenas na Justiça comum que o governador Flávio Dino intenta suas ações persecutórias contra a imprensa, notadamente O Estado.
Ele tem uma série de ações no Tribunal Regional Eleitoral em que pede a censura de textos publicados pelo jornal, sob pena de multas diárias.
A mordaça que Dino tenta impor à imprensa será discutida pelo Supremo Tribunal Federal, em recursos diretos das decisões do TRE.

Asfalto
Passado o período de chuvas mais intensas, o prefeito Edivaldo Júnior (PDT) decidiu retomar a recuperação asfáltica em São Luís.
Ele iniciou pela Zona Rural, na região da Estiva, com recuperação de trechos danificados e pavimentação onde não tem asfalto.
A ideia é chegar também a outros cantos da cidade antes da virada do semestre.

Na luta
Chiquinho Escórcio desponta na cena política e está sendo considerado uma das forças do seu grupo político.
Bem-articulado no estado e com excelente trânsito em Brasília, Escórcio está em São Luís para articulações políticas com vistas às eleições de outubro.
Ex-deputado federal, senador e assessor da Presidência da República nos governos Lula e Temer, Escórcio detém liderança política no interior, onde alcançou, nas eleições de 2014, mais de 56 mil votos para deputado federal.

DE OLHO

R$ 500 milhões É quanto deve movimentar Flávio Dino com a operação de crédito com precatórios, cuja proposta ele encaminhou à Assembleia Legislativa.

E MAIS

• Eduardo Braide esteve ontem na região do Sertão Maranhense, com fortes críticas à gestão do governador Flávio Dino.

• Agora vinculada ao presidenciável Jair Bolsonaro, a ex-prefeita Maura Jorge faz movimento de aproximação com o setor militar.

• O coronel Monteiro Segundo garante que será candidato a governador do Maranhão, mesmo perdendo o palanque militar para Maura Jorge.

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