Sem obra

Mercado Central tem prejuízos provocados por deterioração

Comerciantes querem que a Prefeitura de São Luís execute intervenção urgente; consumidores procuram cada vez menos o espaço de compras instalado no Centro, o que gera queda das vendas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Falta de azulejos em parede e caixa de luz sem tampa são problemas encontrados no Mercado Central
Falta de azulejos em parede e caixa de luz sem tampa são problemas encontrados no Mercado Central (mercado central)

Canaletas de esgoto mal tampadas, sujeira, mau odor, fiação elétrica exposta, grades enferrujadas, teto danificado, desorganização, entre outros problemas. É essa a situação de um dos mercados mais antigos de São Luís - o Mercado Central, localizado entre as Avenidas Magalhães de Almeida e Guaxenduba. Comerciantes que atuam no centro popular de compras revelaram a O Estado que, por causa da deterioração, consumidores estão procurando cada vez menos o local, fato que causa prejuízo para esses vendedores. Enquanto isso, há um projeto de revitalização do local, orçado em R$ 8,8 milhões, mas que ainda não saiu do papel.

Trabalhadores exigem que a Prefeitura execute uma intervenção urgente no centro popular de compras, onde se encontra uma variedade de produtos do ramo alimentício, artesanal, plantas artesanais, etc. Seu Raimundo Souza trabalha há mais de 40 anos no Mercado Central. Souza vende farinha, ovos, arroz, sacolas plástica e isopor para ajudar no sustento, mas, de acordo com ele, as vendas estão cada dia mais em baixa.

“Estamos perdendo os consumidores para a concorrência. As pessoas não se sentem muito bem em vir aqui, porque o mercado está abandonado. Muitos problemas no teto, mau odor, não tem limpeza, calor”, explicou Raimundo Souza.

A falta de estacionamento para os consumidores é outro problema que torna o Mercado Central menos atrativo. As vias de acesso ao centro popular de compras estão dominadas por flanelinhas, que cuidam de veículos estacionados na área. Carros e motos atrapalham a locomoção dos clientes para as portarias do mercado. A reportagem tentou conversar com um representante da administração do mercado, mas não foi atendida.

Indignação

Vendedora de camarão e peixe seco há mais de 40 anos no Mercado Central de São Luís, a comerciante Ana Maria Lima Silva está indignada com a problemática no ambiente, que afeta a todos os trabalhadores. “Só tem promessas de que vai haver uma obra aqui, mas até agora nada. Meus produtos, às vezes, eu perco, porque não consigo vender. Os consumidores reclamam de tudo, e com razão. É uma sensação de abandono, tanto para nós trabalhadores, quanto para os clientes”, ressaltou Silva, sentada atrás da mesa repleta de camarão.

Contatada sobre a situação do Mercado Central de São Luís, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Semapa), comunicou que a reforma completa do Mercado Central faz parte do PAC Cidades Históricas, e que depende de repasse a ser feito pelo Governo Federal, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Sobre a coleta de lixo, o Comitê Gestor de Limpeza Urbana informou que o recolhimento no Mercado Central é feito diariamente no período noturno, além de lavagem uma vez por semana. O órgão destacou ainda que mantém a limpeza das vias do entorno do Mercado Central com varrição da Rua Antônio Rayol e Avenida Magalhães de Almeida.

O Comitê pede ainda a colaboração dos comerciantes e consumidores para que façam o descarte dos resíduos gerados no local de forma ambientalmente adequada, evitando descargas a céu aberto e nas calçadas.

Ação previne desabamento de imóveis tombados

Após ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA), a Justiça Federal determinou, em 17 de maio, que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Estado do Maranhão e o Município de São Luís elaborem um cronograma conjunto de ações com providências emergenciais para conter o risco de desabamento de imóveis que tem propriedade desconhecida e que estão no Centro Histórico.

De acordo com o MPF, há inúmeros casarões, tombados pelo Governo Federal, de posse e propriedade desconhecidas, que se encontram em grave situação de degradação estrutural no Centro Histórico. A indefinição da titularidade dos locais compromete as possíveis ações protetivas (restauração, recuperação e conservação integral) para a preservação dos bens integrantes do patrimônio cultural brasileiro.

Diante disso, a Justiça Federal decidiu que o Iphan, o Estado do Maranhão e o Município de São Luís devem promover, no prazo de 90 dias, uma ação coordenada com o objetivo de evitar imprecisão dos dados coletados e duplicidade de ações.

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