Conselho de Segurança

Reino Unido pede reunião da ONU por ofensiva no Iêmen

Forças do Iêmen e aliados iniciaram maior ofensiva contra uma cidade controlada por rebeldes xiitas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

LONDRES - O Reino Unido solicitou ontem uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para analisar a ofensiva lançada por forças leais ao presidente do Iêmen e da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita contra o porto da cidade iemenita de Al Hudeidah, que atualmente é controlada pelos rebeldes houthis. Segundo fontes diplomáticas, espera-se que o encontro aconteça hoje, 14.

O Conselho de Segurança já discutiu nesta segunda a situação no Iêmen, em meio a gestões por parte das Nações Unidas para tentar evitar a operação militar contra Al Hudeidah, dado que ela poderia ter consequências devastadoras para a população civil, segundo a organização.

Apesar dos pedidos da ONU, as forças iemenitas e seus aliados iniciaram nesta quarta a ofensiva, a maior contra uma cidade controlada pelos rebeldes xiitas desde o início da intervenção da aliança no conflito, em março de 2015.

O presidente do governo iemenita reconhecido internacionalmente, Abdo Rabu Mansour Hadi, convocou nesta quarta o seu exército e as forças aliadas para que "libertem militarmente" Al Hudeidah, evitando a possibilidade de negociar com os houthis, que contam com apoio do Irã.

Operações militares

A ofensiva, denominada como "Vitória de Ouro", conta com o apoio dos aviões da coalizão árabe, que realizaram bombardeios contra alvos no sul e no leste da cidade.

Pelo menos 10 mil soldados das forças de Iêmen, Sudão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos participam das operações militares, que se dirigem contra o aeroporto de Al Hudeidah, situado ao sul da cidade, indicaram à Agência Efe fontes militares.

A ONU advertiu que uma ofensiva nessa cidade poderia afetar a vida de mais de 600 mil civis que vivem atualmente na localidade e arredores.

Além disso, o porto de Al Hudeidah é um ponto crucial para a entrada de ajuda e alimentos no Iêmen, que vive a pior crise humanitária de todo o mundo.

Entenda o conflito

A tensão no Iêmen começou a se acirrar na Primavera Árabe, em 2011, quando os rebeldes xiitas houthis participaram de protestos contra o então presidente e se aproveitaram de um vácuo no poder para expandir seu controle territorial em algumas regiões do país. O grupo rebelde é respaldado pelo Irã, também xiita, e reivindica mais participação no poder.

Após anos expandindo seu controle, em setembro de 2014 os houthis conquistaram a capital, Sanaa. No início de 2015, o presidente Abd Rabbo Mansur Hadi foi forçado a fugir para outra cidade do Iêmen e depois para a Arábia Saudita. Os houthis dissolveram o Parlamento e formaram um conselho presidencial para governar.

Em março de 2015, a Arábia Saudita passou a liderar uma aliança árabe para conter o avanço dos houthis. A aliança tem o apoio dos Estados Unidos e faz bombardeios aéreos constantes às áreas dominadas pelos rebeldes. No entanto, até hoje não conseguiu recapturar Sanaa.

Além dos houthis, apoiados pelo Irã, e do presidente Hadi, apoiado pela Arábia Saudita, a disputa de poder no Iêmen inclui tribos sunitas, a Al-Qaeda e até o Estado Islâmico.

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