Acordo simbólico

Após impasse com Grécia, Macedônia terá novo nome

Governo concordou em ser chamado de ''República da Macedônia do Norte'', diz premier macedônico Zoran Zaev; os dois países mantinha disputa havia 27 anos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

ATENAS E SKOPJE - Os governos de Grécia e Macedônia chegaram ontem a um simbólico acordo, após 27 anos de discussões. Os dois lados concordaram em um nome para a Macedônia, uma ex-república iugoslava, que, por enquanto, não foi revelado oficialmente pelo premier grego, Alexis Tsipras. Meios de comunicação gregos e macedônios anteciparam que será "República da Macedônia do Norte", e a informação foi confirmada pelo premier macedônio, Zoran Zaev.

"O país será reconhecido na Grécia como Severna Makedonja", disse uma fonte governamental em Atenas, referindo-se à nova nomenclatura em idioma macedônio.

A disputa sobre o nome foi um espinho nas relações dos dois países pelo menos desde 1991, quando a Macedônia se separou da antiga Iugoslávia, declarando sua independência sob o nome de República da Macedônia. A Grécia, que tem uma região também chamada de Macedônia na fronteira com a ex-república iugoslava, fez objeções ao nome, demandando que fosse trocado. O impasse afetou as tentativas da Macedônia de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e na União Europeia (UE), numa região onde as duas organizações disputam influência com a Rússia.

Segundo Tsipras, o nome será implementado a nível doméstico e internacional, o que permitirá uma clara distinção entre a província da Macedônia na Grécia e o país. "Estou satisfeito porque temos um bom acordo, que cobre todas as pré-condições pelo lado grego", disse o premier da Grécia.

Por sua vez, Zaev disse que a solução à questão abre acesso à Macedônia na Otan e na UE. "Não há caminho de volta", disse o premier macedônio em entrevista coletiva após uma conversa por telefone com Tsipras.

Atenas e Skopje estavam correndo para chegar a um acordo antes da cúpula da UE que ocorrerá no fim de junho, apesar de qualquer pacto precisar ser aprovado em referendo na Macedônia e obter a aprovação dos legisladores dos dois países. A cúpula da Otan está marcada para meados de julho. "O acordo seria submetido à ratificação do Parlamento grego somente se a Macedônia cumprisse sua parte", disse Tsipras.

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