Eleições 2018

PT pede à Justiça que Lula faça campanha midiática mesmo cumprindo pena

Presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann disse que ex-presidente será candidato mesmo que a Justiça Eleitoral negue seu registro; “ele tem direito a se manifestar”, afirmou

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Lula quer fazer campanha mesmo atrás das grades, em Curitiba
Lula quer fazer campanha mesmo atrás das grades, em Curitiba (Lula)

O PT recorreu à Justiça Federal em Curitiba para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, dê entrevistas e faça pronunciamentos como candidato a presidente da República mesmo preso. Além disso, a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta sexta-feira, 8, que Lula será candidato ainda que a Justiça Eleitoral negue o registro de sua candidatura.

"Lula está com seus direitos políticos em exercício. Ele tem direito a falar, a se manifestar", disse Gleisi, ao justificar o pedido feito à Vara de Execuções Penais da Justiça Federal. A presidente da legenda concedeu uma entrevista coletiva em Contagem (MG), onde o partido promove nesta sexta-feira um ato de "lançamento oficial" da pré-candidatura de Lula ao Planalto.

Gleisi Hoffmann visita acampamento de militantes próximo à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde Lula passou a cumprir pena.

Mesmo se a Justiça negar a possibilidade, disse Gleisi, a campanha continuará. "Vamos fazer campanha independentemente das falas do presidente, ele vai escrever e todas as lideranças vão falar por ele."

A senadora disse que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não poderia negar o registro de Lula, mesmo com o petista condenado em segunda instância e podendo ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. "Enquanto tem recursos fundamentados nas instâncias superiores, teria que ser feita a candidatura. Nós poderíamos definir inclusive que ele faça a disputa sem o registro", disse.

Na tese de Gleisi, Lula poderia ir para a urna, ser eleito e diplomado enquanto seus recursos não são julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O PT, afirmou a presidente, está formulando um parecer levantando casos de outros políticos que tiveram suas situações jurídicas revertidas após a eleição e tomaram posse.

Negando qualquer alternativa à candidatura de Lula, Gleisi diz que o PT conversa com outros partidos do campo da esquerda e que a articulação pode levar a uma composição eleitoral. Mesmo não admitindo que Lula pode não ser candidato, a dirigente afirmou que, "em qualquer circunstância", a palavra final sobre a movimentação do PT será dada pelo ex-presidente.

Perguntada sobre uma aliança com o PSB em Minas Gerais, Gleisi Hoffmann disse que o PT conversa com a legenda e que as alianças locais vão ser definidas em razão de uma aliança nacional.

O governador do Ceará, Camilo Santana, confirmou presença no evento de lançamento da candidatura de Lula. De acordo com a senadora, mesmo com a proximidade entre Santana e Ciro Gomes, o governador garantiu o apoio ao ex-presidente Lula.

Mais

O pré-candidato do PSL à Presidência, o deputado federal Jair Bolsonaro, reclamou nesta sexta-feira, 8, com o YouTube que seu canal perdeu a maioria de seus 537 mil inscritos. "Atenção @YouTubeBrasil perdemos nossa conta por algum motivo e foi reativada mas sem os mais de 537.000 inscritos aparecendo agora somente com 532", escreveu o pré-candidato em sua conta no Twitter. "Muitos alegam não conseguir se inscrever bem como nosso alcance está brutalmente reduzido. Tentamos solução há dias sem sucesso!". Até a tarde desta sexta, o YouTube não tinha respondido à mensagem em seu canal oficial. Numa outra postagem, Bolsonaro voltou a reclamar da perda de assinantes e pediu para que seus partidários voltem a assinar o canal. Bolsonaro é bastante ativo nas redes sociais e recorre a seus canais oficiais para divulgar material de campanha.


Rebelo só vai tratar de alianças após a Copa

Pré-candidato do Solidariedade diz que o momento – em que todas as candidaturas oscilam – é de se consolidar perante o eleitorado

Pré-candidato à Presidência pelo Solidariedade, o ex-ministro Aldo Rebelo descarta a possibilidade de alianças neste momento. Para ele, todas as pré-candidaturas estão oscilando e é preciso aproveitar este período de pré-campanha para consolidá-las.

“Primeiro nós vamos saber quem vai ganhar a Copa (do Mundo) e só depois disso saibamos quais as candidaturas que estarão consolidadas e, portanto, as alianças que poderão ser feitas para o primeiro e segundo turno”, disse Rebelo nesta sexta-feira, 8, durante visita ao Recife.

De acordo com o pré-candidato, o "plano B" do Solidariedade é dobrar os esforços para consolidar a candidatura.

Rebelo cumpre agenda em Pernambuco desde quinta-feira, 7, com lideranças políticas e sindicatos. O Estado tem três prefeitos, quatro vice-prefeitos, dois deputados federais e um estadual do Solidariedade.

Nesta sexta-feira, Rebelo almoçou com o governador Paulo Câmara (PSB), de quem seu partido é aliado. Segundo o ex-ministro, foram discutidos temas nacionais, da segurança pública à economia.

“O consenso de todos os pré-candidatos e partidos deve ser a ideia de que o País precisa voltar a crescer, retomando os investimento privado e público e é o papel do Estado como instrumento de fomento de crédito de longo prazo para os investimentos”, declarou.

Dos possíveis concorrentes, Rebelo falou que torce para que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso pela Operação Lava Jato, a quem diz ter “dois deveres de gratidão e de lealdade”, consiga reverter sua situação. Lula está preso desde o início de abril após condenação a 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex. “Claro que tenho críticas ao ex-presidente, mas não escolheria este momento porque ele não pode se defender. Eu devo me concentrar na pré-disputa à presidência”, disse.

Mais cedo, em entrevista à Rádio Jornal, Rebelo declarou que a esquerda brasileira “regrediu para o século 19”. Ex-integrante do PCdoB, onde militou por 40 anos, o pré-candidato disse que “trocaram as bandeiras nacionalistas por pautas identitárias, do politicamente correto."

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