Eleições 2018

Bolsonaro ironiza Alckmin e afirma que tucano perde para ele até em São Paulo

Pré-candidato do PSL a presidente, que cumpre agenda política em Sergipe, desdenhou da tentativa de outros candidatos polarizarem com seu nome; “o patinho feio está ficando bonito”, ironizou

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Bolsonaro e Alckimin tentam polarizar campanha
Bolsonaro e Alckimin tentam polarizar campanha (Bolsonaro)

O pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) desdenhou o convite feito pelo pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, para debaterem sobre Segurança Pública. O deputado federal ironizou o mau desempenho do ex-governador de São Paulo nas intenções de votos e disse que "tem mais o que fazer" e "não tem tempo a perder" com o tucano.

"Ele está perdendo para mim até em São Paulo. Não tenho tempo para ficar discutindo essas coisas com ele. Não tenho tempo para perder com Alckmin. Quando ele tiver na minha frente em São Paulo, ou atingir dois dígitos, ele liga para mim", disse Bolsonaro, que cumpre agenda em Aracaju nesta quinta-feira.

Ontem, Alckmin disse, em um evento no Rio e, depois, em sua página do twitter, que gostaria de debater com Bolsonaro sobre suas propostas para área. Bolsonaro afirmou que, se Alckmin quiser, ele manda o Major Olímpio (deputado federal, presidente do PSL paulista) para lhe representar no suposto debate. "Se ele aceitar, o Major Olímpio, que é policial militar, está a sua disposição", sugeriu.

Sobre a estratégia de presidenciáveis mirarem em seu nome durante a pré-campanha, Bolsonaro justificou que "o patinho feio tá ficando bonito". "Eles estão desesperados, coitados", afirmou.

No evento no Rio, Alckmin apresentou suas propostas para a área de segurança a uma plateia esvaziada e aproveitou para dizer que não conhecia as propostas de Bolsonaro e propôs o debate. "Até faço o convite a ele, se ele quiser, para fazer o debate sobre Segurança Pública, seja pela televisão, internet ou rádio, para conhecer melhor as propostas e a gente aprofundar o tema", afirmou o tucano.

Na ocasião, o ex-governador de São Paulo também apresentou sua equipe de segurança que tem o ex-comandante do Comando Militar do Sudeste, general João Campos, o ex-secretário Nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente da Silva e a ex-delegada da Polícia Federal, Raquel Lyra.

Entre as suas propostas, ele destacou a criação de uma guarda nacional, militar e federal para cobrir emergências de segurança em qualquer ponto do território, o aumento do tempo máximo de internação de adolescentes, no caso de crimes hediondos, de três para oito anos, a ampliação das prisões federais, a liberação do porte de arma dentro de casa, em áreas rurais e a criação de uma agência nacional de inteligência.

Afif ironiza formação de aliança de centro

O presidente licenciado do Sebrae, Guilherme Afif Domingos (PSD), disse hoje que a proposta de união das pré-candidaturas de Centro é uma ideia "desastrosa" que levará a uma derrota eleitoral. Ele batizou com o nome da Operação Lava Jato a ideia de criar um bloco com candidato único à Presidência da República, proposta com apoio no MDB, PSDB e DEM, entre outros partidos.

"Já tenho um nome para essa ideia desastrosa que querem fazer: Unidos pela Lava Jato", disse o ex-ministro da micro e pequena empresa no governo Dilma Rousseff (PT), em referência aos partidos com integrantes flagrados na operação.

Afif tenta convencer o PSD, seu partido, a lançá-lo candidato à Presidência da República. O presidente nacional do PSD, ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), porém, prefere apoiar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), de quem Afif foi vice-governador. Kassab e Alckmin estão entre os nomes investigados na Lava Jato.

O ex-ministro cobrou que os partidos deixem os pré-candidatos disputarem o pleito e que não haja um monopólio de candidatura: "Vai ter que ter disputa, sim".

Marina descarta participar

de chapa com Alckimin

Apesar dos acenos de lideranças tucanas, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a pré-candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, descartou participar da mesma chapa com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

"De jeito nenhum. Somos um partido político que se coloca respeitando o legado do que há de bom do PT e do PSDB, mas somos uma alternativa. PT e PSDB precisam de férias", disse Marina, durante sabatina promovida pela rádio Jovem Pan, quando questionada sobre a possibilidade de participar como vice na chapa do presidenciável do PSDB. "Também não", acrescentou, quando perguntada se aceitaria Alckmin como seu vice.

Nos últimos dias, o ex-presidente tucano tem se movimentado para aproximar o seu partido da candidatura da ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula. Em entrevista publicada hoje pelo jornal O Globo, FHC afirmou que Marina tem "uma história a ser explorada", o que pode permiti-la se tornar competitiva, e que "não convém o PSDB fechar as portas" a esta altura do campeonato.

Na terça-feira, Alckmin evitou comentar sobre a possibilidade de ter Marina em sua chapa, mas teceu elogios à pré-candidata. "Tenho grande respeito pela Marina desde a época de ministra. Pessoa idealista, correta, tem espírito público", disse o tucano.

Na entrevista à Jovem Pan, Marina disse ser preciso superar a polarização entre PT e PSDB e comentou também sobre os pedidos por uma união do chamado centro democrático. "Espero que não se crie maiorias artificiais. O que me preocupa é que pessoas estejam mais interessadas em ganhar poder do que fazer uma composição programática", comentou.

Questionada sobre quem deseja atrair para ser vice em sua chapa, a ex-senadora disse que conversa com partidos que a apoiaram em eleições passadas, mas que a escolha do nome respeitará a regra da identidade com o programa. "A escolha terá cunho pragmático", repetiu.

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