Nordestino quer reciclar, mas ainda tem dúvidas, diz pesquisa
Estudo solicitado pela Ambev e feita pelo Ibope mostra que 70% das pessoas que moram nesta região sabem pouco ou nada a respeito de coleta seletiva; 27% não sabem citar quais são as cores das lixeiras para a coleta do material
De acordo com pesquisa feita pelo Ibope Inteligência, a pedido da cervejaria Ambev, nordestinos sabem da importância da reciclagem para o meio ambiente e acreditam que seja uma prática correta, mas isso ainda não virou rotina. Os resultados da pesquisa mostram que, para 97% das pessoas ouvidas, a reciclagem é importante para o futuro do planeta e 93% concordam que o jeito correto de descartar os resíduos é separando cada um em um saquinho. Por outro lado, 84% das pessoas não separam os materiais recicláveis individualmente nos lixos que geram em casa, e, destes, 54% não separam sequer o lixo orgânico do inorgânico.
Para 88% dos nordestinos, o cuidado com o meio ambiente é uma das maiores preocupações atuais. Apesar da preocupação, de acordo com a pesquisa, 70% afirmam saber pouco ou nada a respeito de coleta seletiva e 27% não sabem citar quais são as cores das lixeiras para coleta do material.
“Só com um trabalho em conjunto entre todos nós, cidadãos, empresas, cooperativas e governos, para revertemos esse cenário e dar ao lixo o cuidado que ele deve ter”, afirma Filipe Barolo, gerente de sustentabilidade da Cervejaria Ambev.
Quais resíduos são recicláveis?
Dos entrevistados, 73% dizem estar atentos na compra de produtos com embalagens que sejam recicláveis. Mas apenas 2% das pessoas ouvidas sabem que embalagens longa vida são recicláveis, por exemplo. O índice melhora quando se fala em plástico (75%), vidro (57%), alumínio (41%) e papel (39%), mas ainda está distante do ideal. Apenas 43% dos entrevistados afirmam saber que garrafas PET podem ser recicladas e 29% sobre embalagens retornáveis de vidro, por exemplo.
“Reduzir as embalagens ou dar destinação correta para as produzidas é uma das nossas principais preocupações. Por isso, temos buscado reduzir a quantidade de embalagens no mercado, focando nossos esforços em aumentar a quantidade de envases retornáveis e reciclados. Uma de nossas metas socioambientais é que, até 2025, 100% de nossos produtos estejam em embalagens retornáveis ou feitas majoritariamente de material reciclado”, afirma Barolo.
A cervejaria Ambev, por exemplo, tirou mais de 12,4 milhões de toneladas de vidro de circulação em decorrência do aumento de representatividade das garrafas de vidro retornáveis disponíveis no mercado nos últimos anos. A companhia também deixou de produzir um volume superior a 1,9 bilhão de garrafas PET com resina virgem em decorrência da reciclagem do material, deixando de utilizar mais de 94 mil toneladas de plástico.
Afinal, para onde vai o lixo?
93% dos moradores da região Nordeste acreditam que aquilo que chama de lixo pode ter valor para outras pessoas e 68% discordam que o lixo deixa de ser sua responsabilidade quando jogado fora, mas a cadeia envolvida nesse processo ainda parece ser um mistério para a maior parte da população.
Total de 56% das pessoas afirmam não saber quem efetivamente recicla os materiais e os transforma em novos produtos no Brasil e 84% afirmam saber pouco ou nada sobre cooperativas de reciclagem. Além disso, 64% acreditam que o lixo vá para aterro sanitário ou lixão, apesar de 50% não concordarem que essa seja a destinação adequada.
SAIBA MAIS
Em outubro de 2017, a Ambev firmou parceria com a Coca-Cola Brasil e lançou um programa conjunto de reciclagem. Nomeada de Reciclar pelo Brasil, a plataforma unificada conta com a parceria da Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat). Atualmente, o programa é integrado por 110 cooperativas e mais de 2.500 cooperados. Destes, cerca de metade são mulheres (54%), e o trabalho se estende por 61 cidades do Brasil, triando 41 mil toneladas de material reciclado desde o início do projeto. Além de impulsionar os investimentos, o Reciclar Pelo Brasil tem como objetivos principais profissionalizar e regularizar cada vez mais o trabalho das organizações, aumentar o volume dos resíduos recolhidos, elevar a receita das cooperativas e aumentar a renda dos catadores.
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