Em falta

Pacientes denunciam falta de insulina Trebisa no Cemesp

De acordo com relatos de usuários, há cerca de três meses os insumos, que recebiam comumente, estão escassos no Centro de Especialidades Médicas, no Bairro de Fátima

Monalisa Benavenuto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Centro de Referência para tratamento de diabetes e hipertensão está sem um dos tipos de insulina para pacientes
Centro de Referência para tratamento de diabetes e hipertensão está sem um dos tipos de insulina para pacientes (Camesp)

Pessoas com diabetes que recebem medicamentos no Centro de Especialidades Médicas (Cemesp), localizado no Bairro de Fátima, estão há cerca de três meses sem obter a Insulina Tresiba. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) deu diferentes justificativas a elas para o problema, que continua sem solução. Quem necessita do produto para prosseguir o tratamento precisa comprar em farmácias particulares.

Uma paciente, que preferiu não ser identificada, portadora de diabete tipo 1, informou que há três meses não tem acesso ao medicamento, fundamental para o controle da doença. Segundo ela, as três caixas que utiliza mensalmente estão sendo compradas em farmácias particulares, o que acarreta em mais despesas no orçamento.

Nas redes farmacêuticas da capital uma caixa contendo 3ml da Insulina Trebisa chega a custar R$ 135,00. No caso da paciente em questão, resulta em um gasto mensal de R$ 405,00. Quem não tem condições de comprar o produto acaba interrompendo o tratamento. Diabético do tipo 1 não pode parar de tomar a insulina. Isso o levaria rapidamente à cetoacidose diabética, desidratação grave, distúrbios dos eletrólitos, emagrecimento e com o passar dos dias, a morte.

Uma funcionária do Centro de Especialidades Médicas confirmou o problema. “Estava em falta a Tresiba, a Lantus e a Humalog. Aí, chegaram a Lantus e a Humolog e tem a NPH e regular. Só está faltando a Tresiba há uns dois meses”, contou.

Ainda de acordo com a denúncia, a administração do centro informou aos usuários que, segundo a SES, o repasse não está sendo feito pelo Governo Federal. Em outro momento, a justificativa seria de que a licitação para contratação de um fornecedor de insulina ainda não havia sido concluída.

O Estado manteve contato com a Secretaria de Estado da Saúde para saber a razão real do problema e quando será solucionado, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

SAIBA MAIS

Tipos de insulina

Existem hoje vários tipos de insulina disponíveis para o tratamento de diabetes e elas se diferenciam pelo tempo em que ficam ativas no corpo, pelo tempo que levam para começar a agir e de acordo com a situação do dia em que elas são mais eficientes. Não existe um "tamanho único" no que se refere ao tratamento com insulina e ao plano de gerenciamento do diabetes. Seus objetivos, idade, saúde geral, fatores de risco e atividades diárias são considerados, portanto, cada terapia é individual.

Humalog - ultrarrápida
Início da ação: 10 - 15 minutos
Pico: 1-2 horas
Duração: 3-5 horas
Horário para injeção: utilizada junto às refeições. Deve ser injetada imediatamente antes das refeições.

Lantus e Tresiba - longa duração
Início da ação: 90 minutos
Pico: sem pico
Duração: Lantus até 24 horas; Tresiba mais que 24 horas
Horário para injeção: Frequentemente, a aplicação começa uma vez ao dia, antes de dormir. Tresiba é utilizada sempre uma vez ao dia, podendo variar o horário de aplicação. Não é específica para refeições.

NPH - ação intermediária
Início da ação: 1 - 3 horas
Pico: 5- 8 horas
Duração: até 18 horas
Horário para injeção: frequentemente, a aplicação começa uma vez ao dia, antes de dormir. Pode ser indicada uma ou duas vezes ao dia. Não é específica para refeições.

Regular - rápida
Início da ação: 30 minutos
Pico: 2 - 3 horas
Duração: 6 horas e 30 minutos
Horário para injeção: utilizada junto às refeições ao dia. Deve ser injetada entre 30 e 45 minutos antes do início das refeições.

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