Lava Jato

Lula depõe sobre processo da Olimpíada do Rio e nega ter havido trapaça

Ex-presidente conta ao juiz federal Marcelo Bretas as dificuldades que viveu para convencer o mundo de que o Brasil teria condições de abrigar um evento de peso global

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Lula usou a mesma gravata com que participou da escolha do Rio para a Olimpíada
Lula usou a mesma gravata com que participou da escolha do Rio para a Olimpíada (Lula)

RIO DE JANEIRO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depôs nesta terça-feira (5) como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral e disse que não houve trapaça na votação que elegeu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Lula também respondeu, por videoconferência, a perguntas do Ministério Público Federal e do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.

"Quem fala que foi trapaça não entende nada de nada e não viveu o que nós vivemos", disse Lula, que afirmou que a candidatura do Rio de Janeiro só poderia ser bem sucedida se houvesse o empenho do governo federal e do Itamaraty.

Lula afirmou que defendeu a candidatura da cidade em todos os eventos oficiais em que participou em outros países e orientou o Ministério de Relações Exteriores a fazer o mesmo. Durante o depoimento, Lula lembrou de compromissos oficiais em que defendeu a candidatura do Rio de Janeiro, como a viagem aos Jogos de Pequim, a campanha antes da votação, em Copenhague, e uma reunião com a União Africana.

"Sem o envolvimento do Brasil como um todo, o Rio de Janeiro não ganharia. O Brasil vivia um momento sensacional e tinha virado um protagonista internacional."

O ex-presidente também respondeu a perguntas da defesa de Carlos Arthur Nuzman, que é réu acusado de participar do mesmo esquema. Lula afirmou que Nuzman era uma figura respeitada internacionalmente. "Não vi nenhuma atitude dele que pudesse desabonar o Brasil ou as Olimpíadas."

Ao responder às perguntas, o ex-presidente criticou a imprensa, afirmando que nem sempre se pode acreditar no que é publicado. Ele afirmou ainda que o Brasil vive um momento de denuncismo. "Eu só lamento que venha uma denúncia de compra de delegado anos depois. Não sei quem fez a denúncia e não quero saber", disse Lula, prosseguindo: "Senhor Bretas, meu compromisso é com a verdade".

Ao final do depoimento, Bretas agradeceu ao ex-presidente pela "postura" e disse que Lula é uma figura importante para o país e para ele próprio. O magistrado disse que participou de um comício com Lula quando tinha 18 anos

Lewandowski será relator

de ações da Lava Jato

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski foi eleito hoje (5) presidente da Segunda Turma da Corte, responsável pelo julgamento das ações da Operação Lava Jato. Como presidente, caberá Lewandowski fazer a pauta de processos a serem julgados e decidir quando serão analisados.

A partir da próxima terça-feira (12), Lewandowski vai ocupar a vaga de Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato, que deixará o comando do colegiado após um ano na função.

A eleição foi simbólica porque, de acordo com as normas internas da Corte, Lewandowski teria que assumir a presidência por ser o membro mais antigo que ainda não ocupou o cargo recentemente.

Também fazem parte da Segunda Turma os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Celso de Mello.

Alckmin não vê chances de Bolsonaro ir para o segunto turno

Candidato do PSDB avalia que, a despeito de o deputado liderar todas as pesquisas sem Lula, o jogo só começará coma definição de todos os nomes

Apesar de estar na liderança de todas as pesquisas de intenção de voto nos cenários em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está presente, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) não deve chegar ao segundo turno, afirmou nesta terça-feira, 5, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

"Acho que ele (Bolsonaro) não chega no segundo turno. Vocês (jornalistas) se impressionam com pesquisa antes da hora", afirmou o pré-candidato tucano, que participou de um encontro da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib).

Sem entrar em detalhes sobre as razões pelas quais descarta o deputado fluminense na segunda etapa de votação, Alckmin repetiu o mantra de que a eleição só começa depois de definidos os candidatos.

"Depois de acabar a Copa do Mundo e depois de umas duas semanas de (campanha na) televisão e rádio, aí você está mais perto e a população está interessada. Aí é que começa a corrida eleitoral", resumiu. A menos de duas semanas da Copa, Alckmin continua estagnado nas pesquisas de intenção de voto, o que causa apreensão em seus aliados.

Elogios a Marina Silva

Geraldo Alckmin também teceu elogios à sua adversária nas eleições deste ano, a ex-senadora Marina Silva (Rede), dizendo que ela é uma "pessoa de convicções, mas sem radicalismos". "Tenho grande respeito pela Marina desde a época de ministra. Pessoa idealista, correta, tem espírito público", disse.

Questionado sobre a possibilidade de uma eventual união com Marina Silva, em chapa única, Alckmin manteve o seu estilo comedido. "Não posso cometer uma indelicadeza dessa com alguém que é candidata. Mas independentemente de disputar ou não, é uma pessoa por quem tenho até apreço pessoal. Gosto do estilo da Marina", declarou.

Segundo o ex-governador, a última vez em que os dois estiveram juntos foi durante o Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, no início de abril. Questionado sobre se acredita que a ex-senadora tem se mostrado mais disposta ao diálogo que nas eleições anteriores, Alckmin disse achar que sim.

Sobre a possibilidade de união de centro, Alckmin disse ser importante evitar uma fragmentação do centro político. "Não vai ter convergência de todos, mas se tiver um mínimo de convergência é bom para todos".

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