Violência

Novo confronto deixa mortos na Nicarágua

Seis pessoas morreram, entre elas, um americano. Desde abril, quando começaram os protestos contra o presidente Daniel Ortega, mais de 100 pessoas morreram

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

MASAYA - Manifestantes nicaraguenses enfrentaram com morteiros de fabricação caseira as forças antidistúrbios, em um novo dia de protestos, saques e violências que deixaram mais seis mortos, incluindo um cidadão americano.

A cidade de Masaya, antigo reduto sandinista que se rebelou contra o presidente Daniel Ortega, se transformou em um campo de batalha, onde centenas de manifestantes levantaram barricadas e enfrentaram com armas caseiras os policiais e outros grupos de choque do governo, segundo a equipe de reportagem da AFP.

Cinco pessoas morreram em Masaya, incluindo um adolescente de 15 anos, segundo a ONG Associação Nicaragüense de Proteção aos Direitos Humanos (ANPDH). "O derramento de sangue em Masaya ocasionou um dia de luto e dor para os cidadãos que queriam exercer seu direito de protestar", afirmou o presidente da ANPDH, Álvaro Leiva.

Entre os mortos, está o americano Sixto Henry Vieda, de 48 anos, que foi assassinado em Manágua, informou a ANPDH.

Os manifestantes e vizinhos da região denunciaram a presença de vários franco-atiradores na sede da polícia de Masaya, no centro da cidade.

"Estão atacando o povo. Inclusive meteram uma bala no peito de um vizinho meu. Foi um franco-atirador", denunciou Jonathan José.

Com 100.000 habitantes, Masaya exige a renúncia do presidente Ortega, dentro dos protestos antigovernamentais que iniciaram em 18 de abril para denunciar uma reforma do sistema de previdência, deixando mais de cem mortos.

Além dos morteiros artesanais, disparos e gás lacrimogêneo, Masaya também foi cenário de incêndios e saques.

A polícia, por sua vez, acusou grupo de deliquentes como responsáveis pelos "atos terroristas" e informou que onze pessoas foram presas, segundo a imprensa local.

Desde abril, quando começaram os protestos contra o presidente Daniel Ortega, mais de 100 pessoas morreram em confrontos com as forças de segurança. A quarta-feira (1º), dia das mães no país, foi considerado o dia mais violento: 15 pessoas morreram e 218 ficaram feridas.

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