Artigo

Marcar passo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

Desejando manter congelados os preços dos combustíveis vendidos internamente pela Petrobrás, Dilma Roussef determinou a ela ignorar a elevação da cotação do petróleo nos mercados internacionais, com consequências negativas enormes para a empresa.

Não faz muito tempo também, ela foi sistematicamente assaltada, durante os governos do PT, pelos mais variados grupos criminosos, que, a pretexto de defender o “patrimônio nacional”, com o uso do discurso obsoleto da época do ditador Getúlio Vargas, usado na campanha de O Petróleo é Nosso, defendiam o aumento do próprio patrimônio. As consequências são de todos conhecidas, com perda do valor de mercado da estatal e aumento exponencial de seu prejuízo.

A indignação contra o roubo foi, e ainda é, enorme. Bilhões foram transferidos do cofre da Petrobrás para os dos criminosos e foi lembrada, em discursos comoventes, a dilapidação do seu patrimônio. Ela subtrai da nação a parte dos recursos públicos que faz parte do seu capital, prejudicando, assim, todos os brasileiros, em especial seus acionistas, e indiretamente a população mais pobre.

Agora, lembrem disto. Quantos indignados com a roubalheira igualmente se indignaram com rombo de mais de 70 bilhões de reais aberto nas contas da empresa, pela política governamental de proibir justamente o reajuste dos combustíveis? Poucos. Esse número resultou dessa conta capenga, dessa rebelião contra a aritmética opressora e golpista. Agora, adivinhem em quanto Graça Foster, ex-presidente petista da companhia, estimou a quantia subtraída dela. Em R$ 42 bilhões. Ou seja, do total (70+42=112 bilhões), 63% do rombo foi devido à política de preços de Dilma. Desejam agora o quê? A volta da Petrobrás de Dilma?

Quebre-se a estatal; mantenham-se, porém, os preços artificialmente baixos, em nome do populismo. No final, cobrir o prejuízo ficará, como sempre, a cargo do tesouro, que é de todos, e por isso, tratado como se fosse de ninguém e recolhesse receitas de árvores frondosas. Pagamos nós o preço do acordo com os grevistas. Mas direitistas apedeutas o aprovaram, mas dizem não querer pagar seu custo.

As commodities como o petróleo sofrem oscilações de preço. Os agentes econômicos ajustam, em consequência, seus preços com os clientes mais à frente em sua cadeia produtiva. Por qual motivo isso não é feito agora? Porque é mais fácil jogar a avaria para os contribuintes pagarem, o governo sendo conivente com essa malandragem. O câmbio subiu por péssimas expectativas políticas internas do Brasil e porque Trump criou tensões com o Irã, grande fabricante do petróleo, deste elevando o preço. Minha sugestão é que o Brasil intervenha no governo americano e deponha Trump. Só assim se eliminaria a fonte de instabilidade.

O Brasil ficou refém das chantagens dos caminhoneiros e principalmente das empresas de transporte, as verdadeiras promotoras da chantagem contra o país. Os acontecimentos de agora derivam do clima instalado no país, de pega, mata, esfola. Com isso se destruiu a classe política e sobraram apenas tipos como Bolsonaro e Ciro Gomes. Os tucanos fugiram da responsabilidade de assegurar a estabilidade do país e apoiaram as tentativas de golpe contra Temer.

Assim, continuaremos a marcar passo, em vez de seguirmos adiante.

Lino Raposo Moreira

PhD, Economista, membro da Academia Maranhense de Letras

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