Capelania

Farra de capelães: pastor faz discurso político pró-Dino em templo

Pastor José de Jesus Leitão Marreiros, capelão do Corpo de Bombeiros nomeado na gestão comunista, faz discurso político em culto, exaltando o governador

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31


Um capelão recém-nomeado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) para atuar no Corpo de Bombeiros do Maranhão foi flagrado fazendo discurso político dentro de um templo evangélico em São Luís.
O pastor José de Jesus Leitão Marreiros é líder do Ministério Apostólico Ágape para as Nações. Durante as comemorações dos 22 anos da denominação evangélica, ele levou para o templo o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), o deputado estadual Edivaldo Holanda (PTC), o deputado federal Weverton Rocha (PDT), o vereador Osmar Filho (PDT) e o ex-vice-go­vernador do Estado Pastor Porto.
Lá, orou pelos políticos e fez diversas menções elogiosas ao governador do Estado, destacando que ele próprio – junto com os líderes políticos presentes - atuou pela eleição do comunista.
“Nós queremos orar pelo governador. Esse governador que o Maranhão levantou e que nós lutamos – eu, o Porto, o Edivaldo e o nosso nome está escrito na história – para ver um Maranhão melhor”, discursou.
Marreiros ainda pede que as lideranças presentes levassem ao chefe do Executivo informações sobre o que havia ocorrido no templo religioso.
“Levem ao governador tudo o que aconteceu aqui. Eu tenho certeza que ele ficará feliz em saber que o povo de Deus cumpre a sua missão”. Logo depois, um pastor psicólogo também pede orações pelo comunista.

Abuso
A atuação política de capelães do Governo do Estado foi denunciada numa série de representações eleitorais já protocoladas por partidos de oposição no Maranhão.
Segundo levantamento da TV Mirante, o Maranhão é o estado que possui o maior número de capelães em todo o país. Enquanto nos outros estados o número máximo chega a cinco capelães, o Maranhão tem 50 – 36 deles nomeados na gestão comunista.
Para os oposicionistas, trata-se de abuso de poder religioso, capaz de interferir nas eleições.
De acordo com denúncia do PRP, por exemplo, a nomeação dos 36 capelães ocorreu sem concurso público na Polícia Militar, bombeiros, Polícia Civil e Sistema Penitenciário do Estado. Em alguns casos, os salários passam dos R$ 20 mil por mês, e o motivo seria para obtenção de apoio político-religioso para as eleições.
A denúncia acusa o governador do PCdoB de abuso do poder com a captura de líderes religiosos, visando os votos dos fiéis nestas eleições.

Esse governador que o Maranhão levantou e que nós lutamos – eu, o Porto, o Edivaldo e o nosso nome está escrito na história – para ver um Maranhão melhor”, José de Jesus Leitão Marreiros. pastor do Ministério Apostólico Ágape para as Nações.
Flávio Dino precisou se
explicar à MPE sobre capelães

O governador Flávio Dino (PCdoB) teve que enviar explicações ao Ministério Público Eleitoral (MPE) a respeito da nomeação de 36 capelães para a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Sistema Penitenciário.
O procurador eleitoral Pedro Henrique Castelo Branco, enviou ofício com o pedido de esclarecimentos emitido no bojo do Procedimento Preparatório Eleitoral instaurado pelo procurador, que apura denúncia formulada pelo Partido Republicano Progressista (PRP) a respeito da nomeação de capelães na Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e no sistema penitenciário do Estado, sem a realização de concurso público, em troca de apoio político-religioso para as eleições de outubro deste ano.
De acordo com a denúncia do PRP, em vídeo, Flávio Dino confirma o aumento dos cargos de capelães para a PM e Corpo de Bombeiros e ainda 10 novas vagas que seriam criadas para a Polícia Civil.
O problema, segundo denunciou o PRP, pelo menos sete capelães são filiados a partidos políticos. A articulação, de acordo com o partido, envolve lideranças católicas e evangélicas, sobretudo da igreja Assembleia de Deus.
Por enquanto, não há qualquer manifestação de Pedro Henrique Castelo Branco sobre o caso.

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