Boeing 777

Quatro anos após desaparecimento, buscas pelo voo MH370 são encerradas

Depois de retomada em janeiro, empresa americana conclui buscas no Oceano Índico por vestígios do avião desaparecido da Malaysia Airlines. Boeing 777 desapareceu misteriosamente em março de 2014, com 239 pessoas a bordo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

MALÁSIA - Os esforços para localizar a aeronave desaparecida do voo MH370, da Malaysia Airlines, no Oceano Índico foram encerrados ontem, depois que uma empresa privada americana contratada para continuar as buscas admitiu também não ter encontrado vestígios do Boeing 777.

A empresa Ocean Infinity, com sede no Texas, relatou que "buscou e coletou dados de alta qualidade de mais de 112 mil quilômetros quadrados de solo oceânico, superando condições e terrenos desafiadores", mas sem encontrar algo. O executivo-chefe da Ocean Infinity, Oliver Plunkett, disse que a situação é "extremamente decepcionante".

Em janeiro, a empresa americana assinara um acordo de 90 dias com o governo da Malásia para retomar a busca pela aeronave desaparecida – um ano após a busca oficial ter sido encerrada. O contrato, que garantia à Ocean Infinity 70 milhões de dólares apenas se encontrasse destroços ou as caixas pretas do voo MH370, chegou a ser prorrogado duas vezes.

O Boeing 777 da Malaysia Airlines desapareceu em março de 2014, durante um voo de rotina entre Kuala Lumpur e Pequim. Todas as 239 pessoas a bordo são consideradas mortas. Quatro anos depois, pouco se sabe sobre o que aconteceu com o avião ou aqueles a bordo.

Mistério e teorias

Várias teorias surgiram sobre o destino do MH370, incluindo um possível plano de suicídio do piloto Zaharie Ahmad Shad, o que foi descartado pelos investigadores. Outras teorias incluem que a aeronave foi sequestrada por um terrorista, ficou sem combustível, sofreu um ataque cibernético remoto ou foi abatida por uma organização militar desconhecida.

Os investigadores tiveram pouco material em mãos – vestígios de dados de que o avião da Malaysia Airlines deixou a cobertura de satélite e radar, e alguns fragmentos de destroços que caíram em ilhas no Oceano Índico.

A operação de busca original se concentrou no Mar da China Meridional. Posteriormente, a análise de dados revelou que o Boeing 777 executou uma virada inesperada para o oeste e depois para o sul. A Austrália então coordenou, em nome da Malásia, uma operação de busca que percorreu 120 mil quilômetros quadrados e custou 150 milhões de dólares. Essa operação foi encerrada em janeiro.

Esperança é a última que morre

O vice-primeiro-ministro da Austrália, Michael McCormack, disse nesta terça-feira que mantém a esperança de que a aeronave seja, um dia, encontrada. Ele descreveu as buscas de quatro anos como as maiores da história da aviação, que testaram os limites da tecnologia, bem como a capacidade dos especialistas e daqueles que trabalham no mar.

McCormack afirmou que novas buscas podem um dia ser feitas se surgirem novas tecnologias, mas que duvida que a Austrália participe de novos esforços de busca "no estágio atual".

Enquanto isso, o novo governo da Malásia prometeu divulgar seu tão aguardado relatório sobre o desaparecimento do voo MH370. O ministro dos Transportes, Anthony Loke, disse que a publicação será em breve, sem especificar data.

Parentes das pessoas que estavam a bordo se queixaram de que a falta de evidências, aliada aos rumores e às teorias, agravou o trauma e seu luto. Um grupo que representa as famílias das vítimas, o Voice 370 (Voz 370), pediu transparência total dos investigadores da Malásia, depois de preocupações de detalhes do manifesto de carga estão sendo ocultados

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