Eleições 2018

Filho de José de Alencar se coloca à disposição para ser candidato pelo PR

Empresário dono da Coteminas quer disputar qualquer cargo majoritário pelo partido; seu pai foi vice-presidente da República nos dois mandatos do ex-presidente Lula

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Josué Gomes quer disputar eleições
Josué Gomes quer disputar eleições (Josué Gomes)

BRASÍLIA - O empresário mineiro Josué Gomes, dono da Coteminas, se colocou nesta terça-feira à disposição do PR para ser candidato a qualquer cargo majoritário nas eleições deste ano. Filho do ex-vice presidente José Alencar, ele disse se sentir "honrado" de ser lembrado pelo partido para compor uma chapa nacional, mas afirmou que uma eventual candidatura terá de surgir de forma "natural". Ele ainda defendeu uma união dos partidos de centro na disputa presidencial deste ano.

Josué evitou, porém, cravar qual cargo elegeu como prioridade para disputar e disse que ainda há muito tempo para conversar sobre o tema. "De mineiro, vocês não arrancam esse tipo de resposta", brincou, na entrevista concedida após participar de encontro com 18 dos 41 deputados federais do PR.

Na disputa nacional, o PR tem hoje planos que vão desde ele ser cabeça de chapa apoiado por legendas de centro, entre elas, DEM, PP, PRB e SD, a vice de algum outro presidenciável. A legenda também cogita lançá-lo como candidato a senador ou a vice-governador em Minas Gerais.

O empresário afirmou que todos os pré-candidatos de centro lançados até agora "são bons". "O (presidente da Câmara, Rodrigo) Maia é bom, o (ex-ministro da Fazenda Henrique) Meirelles é bom, o (empresário) Flávio (Rocha) é bom", afirmou. Questionado se toparia ser vice do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), Josué afirmou que não pode cogitar essa possibilidade. "Não conheço o deputado Bolsonaro. Tive com ele uma única vez. Então, não posso nem cogitar isso", afirmou.

Militante

"Candidatura, para ser de fato viável e forte, tem que ser natural. Nunca ingressei num partido político pleiteando ser candidato a A, B ou C. Pelo contrário. Sou militante do partido, vou tentar ajudar naquilo que eu puder", afirmou Gomes em entrevista Antes do encontro, o empresário almoçou com outras lideranças da sigla, entre elas o ex-deputado Valdemar Costa Neto, que comanda a legenda.

Josué disse que, como qualquer brasileiro, ficaria honrado em ser candidato à Presidência da República, mas ponderou que a decisão de uma candidatura não pode ser individual: é primeiro do partido e, depois, das forças políticas que se aglutinam. "Qual brasileiro não ficaria honrado de ser presidente da República ou de disputar a presidência? Acho que todos ficariam honrados. Mas não se trata disso. Isso não é uma pretensão pessoal. Não pode ser encarado dessa maneira.", declarou.

O empresário mineiro defendeu que os partidos de centro precisam estar unidos, pois esse campo político "pode contribuir muito com o País". "Muitas vezes o centro é visto até de maneira pejorativa e, na verdade, como dizia São Tomás de Aquino, a virtude está no centro. E se o centro estiver unido, tem muitos bons nomes no centro.", disse. "Sou militante do PR e, obviamente, o PR que vai decidir como ele quer participar da eleição agora que se avizinha.", disse.

Josué ressaltou que se encontrou com a bancada do PR hoje para agradecer a "acolhida generosa" que teve no partido. E disse que, "como militante, estou à disposição". "Sou um cabo eleitoral do partido. Nos Estados em que puder ajudar, serei um cabo eleitoral.", afirmou, ressaltando que é um cidadão e um empresário "preocupado com o Brasil". "Como cidadão e empresário, nessa quadra de perplexidade por que passa o Brasil, estou preocupado.", declarou.

Além de se reunir com os deputados do PR, Josué conversou na Câmara com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado fluminense tem coordenado discussão de possível aliança eleitoral entre alguns partidos de centro, entre eles, DEM, PRB, PP e SD. Apesar de ser pré-candidato à Presidência, Maia tem demonstrado nos bastidores empolgação com uma aliança em torno de Josué.

Ainda na Câmara, o empresário foi cumprimentado por deputados do PT, entre eles, Paulo Teixeira e Carlos Zarattini, ambos do PT de São Paulo. Josué tem uma boa relação com os petistas. Seu pai foi vice-presidente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O nome do empresário mineiro chegou, inclusive, a ser cotado como possível vice de Lula. A prisão do líder petista, contudo, inviabilizou a aliança.

TRF decide devolver a Lula

prerrogativas de ex-presidente

SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá restabelecidos os direitos e as prerrogativas garantidos aos ex-presidentes da República. Os benefícios incluem dois motoristas, quatro seguranças e dois assessores, além de dois carros oficiais.

Os direitos são garantidos pela Lei 7.474/86. Há 12 dias, uma decisão anterior da Justiça suspendeu esses direitos de Lula.

Nesta terça-feira (29) o Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região atendeu ao pedido da defesa do ex-presidente e assegurou o retorno dos benefícios. A decisão foi proferida pelo desembargador federal André Nabarrete Neto.

“A simples leitura dos dispositivos mencionados evidencia que aos ex-presidentes da República são conferidos direitos e prerrogativas [e não benesses] decorrentes do exercício do mais alto cargo da República e que não encontram nenhuma limitação legal, o que obsta o seu afastamento pelo Poder Judiciário, sob pena de violação ao princípio da separação dos Poderes”, diz a decisão judicial.

Nabarrete Neto suspendeu os efeitos da decisão do último dia 17, do juiz Haroldo Nader, da 6ª Vara Federal de Campinas (SP), que havia cancelado tais direitos e prerrogativas.

Retirada de benefícios

A retirada dos benefícios foi solicitada em uma ação popular, sob a justificativa de que não seriam mais necessários em virtude da prisão do ex-presidente, que desde 7 de abril cumpre pena estabelecida pelo juiz Sérgio Moro na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR).

Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele condenado por ter sido beneficiado com o repasse de R$ 3,7 milhões para a compra e reforma do triplex no Condomínio Solaris em Guarujá (SP).

Ministro diz que intervenção

militar no Brasil é coisa do passado

Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança afirmou que nenhum militar das forças armadas está pensando nesta possibilidade

BRASÍLIA - O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Sergio Etchegoyen, disse nesta terça-feira (29) que intervenção militar “é um assunto do século passado”. O ministro participou de reunião do Grupo de Acompanhamento da Normalização do Abastecimento, no Palácio do Planalto, quando informou também sobre a prisão de manifestantes no Maranhão que faziam bloqueio de estradas.

“Vivo no século 21. Meu farol que eu uso para me conduzir é muito mais potente que o retrovisor. Não vejo nenhum militar, não vejo Forças Armadas pensando nisso. Não conheço, absolutamente”, disse o ministro ao ser questionado sobre manifestações a favor da intervenção militar no país.

E completou “Eu vivo no século 21, quero construir um país, como todos militares queremos construir”.

A reunião do Grupo de Acompanhamento da Normalização do Abastecimento teve a participação de ministros de diferente áreas para discutir a situação do país após as negociações para encerrar o protesto dos caminhoneiros pela alta dos combustíveis.

Segundo Etchegoyen, a avaliação desta terça-feira (29) é que o problema é menos os caminhoneiros e mais a ação de “oportunistas” que atrapalham a retomada da normalidade.

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