Sobre greve dos caminhoneiros

“O Brasil não pode continuar parado”, declara Confederação Nacional da Indústria

A CNI critica intenção do governo de aumentar impostos e diz que é preciso, imediatamente, desbloquear vias

Oestadoma.com, com informações da CNI

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Ainda segundo a CNI, o país está na iminência de sofrer problemas ainda mais graves, pois não se trata apenas de distribuição de combustíveis.
Ainda segundo a CNI, o país está na iminência de sofrer problemas ainda mais graves, pois não se trata apenas de distribuição de combustíveis. (Caminhoneiros protestam na BR-040 nas proximidades da cidade de Valparaíso de Goiás)

SÃO LUÍS – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) se promunicou, nesta terça-feira (29), sobre a greve dos caminhoneiros. Por meio de uma nota divulgada à imprensa, a CNI afirmou que o Brasil está parado e precisa retornar à normalidade. “O movimento dos caminhoneiros foi atendido nas suas demandas. É hora de deixar trabalhar quem quer trabalhar. É preciso, imediatamente, desbloquear vias de transporte e proteger aqueles que querem voltar a trafegar”, diz a nota.

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Ainda segundo a CNI, o país está na iminência de sofrer problemas ainda mais graves, pois não se trata apenas de distribuição de combustíveis.

“Sem ração, já foram sacrificadas 100 milhões de aves. Além de deixar as famílias brasileiras sem ovos e sem carne, há um grave risco à saúde pública e ao meio ambiente. Não há sequer como enterrar as carcaças desses animais. Desde o início da paralisação, foram jogados fora 300 milhões de litros de leite. O abastecimento de água para uso humano está comprometido porque não estão sendo entregues produtos químicos para tratamento”, afirma a Confederação.

Ainda por meio de nota, a entidade declara que o Brasil corre o risco de ficar sem comunicação, pois os grupos geradores, que suprem energia para as telecomunicações na ausência da energia elétrica, necessitam de diesel e podem parar de funcionar. Além disso, as equipes de manutenção enfrentam dificuldades para se deslocar.

Outro problema apontado pela CNI é que as crianças estão fora das escolas e pacientes em hospitais correm risco de morrer por ausência de insumos, como oxigênio. Além disso, a entidade afirma que milhões de brasileiros não conseguem trabalhar. “Já temos 13,7 milhões de desempregados e esse número deve piorar. A retomada do crescimento econômico, que já vinha lenta, pode demorar muito mais”.

A Confederação avalia que não é hora para movimentos oportunistas. “Novas paralisações, neste momento, são inaceitáveis. Cada um precisa assumir a sua parte de responsabilidade para superar essa situação. A prioridade deve ser o reabastecimento imediato e aceleração da discussão sobre os problemas estruturais do país, tais como revisão do papel da Petrobras, revisão tributária, reavaliação da matriz de transporte e investimento em infraestrutura”.

Segundo a CNI, a indústria brasileira conclama as autoridades a buscar uma solução imediata para essa situação. “É fundamental que a Presidência da República, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público e os governos estaduais se empenhem para vencer essa crise”.

CNI critica intenção do Governo de aumentar impostos

A CNI disse que lamenta a postura do Ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, que, em entrevista, admitiu a intenção do governo federal de aumentar impostos para cobrir o rombo decorrente do subsídio ao óleo diesel incluído no acordo com caminhoneiros.

“Ao invés de querer aumentar ainda mais a já pesada carga tributária que pesa sobre o setor produtivo e a sociedade brasileira em geral, o Governo deveria trabalhar para reduzir a burocracia e as despesas cada vez maiores do Estado brasileiro”, declarou a nota da CNI.

Ainda segundo a Confederação, o caminho para o Brasil sair da crise passa por se criar as condições necessárias para o país voltar a crescer. “Neste sentido, o Ministro da Fazenda deveria se mirar nos países desenvolvidos que estão apostando na redução de impostos para fomentar a economia, atrair investimentos e gerar mais empregos”, afirma.

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