Fora do Prazo

Entrega de obra da Rua Grande deve atrasar

Problemas causados pela Caema, Cemar e empresas de telefonia no início das obras de requalificação da Rua Grande atrasaram serviços e entrega

Monalisa Benavenuto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Obra na primeira quadra da Rua Grande deve ser entregue com atraso e causa transtornos ao comércio
Obra na primeira quadra da Rua Grande deve ser entregue com atraso e causa transtornos ao comércio (Rua Grande)

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a primeira fase das obras do Projeto de Requalificação Urbana da Rua Grande, no Centro, será entregue fora do prazo divulgado, devido a problemas cadastrais com empresas prestadoras de serviços. Enquanto isso, comerciantes e consumidores enfrentam dificuldades na área. As obras na Rua Grande fazem parte de um conjunto de intervenções realizadas em São Luís por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, contemplando ainda as praças do Panteon e Deodoro e as alamedas Gomes de Castro e Silva Maia.

A primeira etapa dos serviços no maior centro comercial a céu aberto de São Luís foi iniciada há cerca de 45 dias e deveria terminar no dia 9 de junho. Mas, devido a problemas com as empresas prestadoras de serviços, não será possível, conforme explicou o superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary.

“A previsão de entrega da primeira etapa da Rua Grande seria de 60 dias, mas eu acredito que não vai dar para ser cumprido, devido aos problemas que apareceram. Nós começamos a primeira quadra da Rua Grande, mas o cadastramento que as empresas prestadoras de serviço nos passaram, a exemplo da Cemar, Caema e empresas de telefonia, não batia”, explicou.

Segundo Itapary, uma das questões, referente à Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), era a ausência de rede de água na área. “Tanto é que a Caema está fazendo uma rede de água nova”, informou o superintendente.

Por causa destes erros, os serviços na primeira etapa da Rua Grande foram paralisados por cerca de 10 dias. Itapary frisou ainda que, apesar das adversidades, as próximas etapas serão mais rápidas, mas não definiu uma nova data de entrega.
“A gente sempre disse nas reuniões que a primeira quadra é a quadra do raio-x, para saber a realidade da Rua Grande, e as quadras seguintes serão bem mais rápidas, porque os problemas todos já serão resolvidos nessa primeira”, esclareceu.

Insatisfação
Quem não está satisfeito com os atrasos no cronograma de atividades são os comerciantes e consumidores do local. Segundo um vendedor ambulante, que não quis se identificar, as vendas caíram significativamente desde o início das obras.

“Isso aqui está atrapalhando demais a gente. Aqui o comércio caiu 70%. Muito comércio aí está demitindo. Os clientes que vêm reclamam demais, e com razão. Eles deixam essas estruturas aí, as pessoas tropeçam e se machucam. A gente espera que melhore, mas se não terminar logo isso aí. Não sei o que vai ser de muitos comerciantes”, contou.

Os consumidores, que ainda têm a Rua Grande como alternativa comercial, tentam entender os obstáculos, mas temem novos adiamentos. “Toda obra atrapalha no começo, para podermos usufruir de algo melhor no futuro. Eu acho muito válido, por mais que atrapalhe, mas a gente tem de conviver com isso, no momento. Só espero que seja cumprido no tempo que eles dizem, porque isso que faz impactar mais”, disse o mecânico Raimundo Nilo.

Projeto
Segundo o projeto original, entre os serviços previstos para acontecer na Rua Grande estão a colocação subterrânea de fiação elétrica, a colocação de bancos e lampiões em estilo colonial e a substituição do piso original.

Além disso, com base em projetos observados por técnicos do Iphan em cidades europeias, como Málaga (na Espanha), haverá o nivelamento da passagem dos pedestres, motivo atualmente de reclamação por parte dos transeuntes.

O projeto ainda prevê, de acordo com o Iphan, a colocação de rampas e referências para pessoas com algum tipo de limitação física. No total, a obra da Rua Grande está dividida inicialmente em doze etapas.

Prazo final
De acordo com o Superintendente do Iphan no Maranhão, o prazo final para a entrega de todas as obras é no início de 2019, mas algumas etapas estão programadas para este ano ainda.

“O prazo contratual, incluindo as praças e alamedas, é março de 2019, mas elas vão ficando prontas e a gente vai entregando. A previsão é de que a gente entregue no aniversário de São Luís, como presente para a cidade, as duas alamedas e a Praça do Panteon. A Praça Deodoro vai demorar um pouco mais porque o canteiro de obras está montado dentro dela”, ressaltou Maurício Itapary.

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