Caos

Saúde no Maranhão entra em colapso

Em São Luís, diversas unidades de saúde geridas pelo governo estadual estão superlotadas, e pacientes não conseguem atendimento médico

Daniel Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Nos últimos três anos, houve aumento de 20% no número de mortes em leitos do Sistema Único de Saúde
Nos últimos três anos, houve aumento de 20% no número de mortes em leitos do Sistema Único de Saúde (UPA )

Faltam comida, medicamentos e cuidadores de pacientes. É essa a situação nos hospitais públicos do Maranhão. Nos últimos três anos, houve um aumento de 20% no número de mortes em leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014, de acordo com o Ministério da Saúde. Em São Luís, na capital maranhense, diversas unidades de saúde geridas pelo governo estadual estão superlotadas, e pacientes não conseguem atendimento médico.

A saúde pública do estado entrou em colapso após o Governo do Maranhão deixar de pagar a empresa responsável pelo fornecimento de alimentos, prestadores de serviços e terceirizados que cuidavam dos pacientes.
Pacientes estão em macas no chão nos corredores de diversas unidades de saúde, e a precariedade vem acompanhada de um esquema de corrupção revelado pela Polícia Federal, em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU) no ano passado.

Mais de R$ 18.345.815,03 em verbas provenientes do Governo Federal foram desviados. “Essas pessoas serão responsabilizadas, sim. Esses valores que foram desviados serão cobrados e vai se buscar a reparação desse dano”, garantiu Leylane Maria da Silva, superintendente da CGU no Maranhão, em entrevista a uma emissora de TV.

De acordo com as investigações, o esquema começou a ocorrer no ano de 2010. Os criminosos agiam em várias frentes. Entre elas, por meio de funcionários fantasmas.

Cerca de 400 pessoas foram adicionadas em folhas de pagamento dos hospitais estaduais, sem prestar serviços algum.
Além de funcionários contratados pelos hospitais, que além do salário que recebiam, ainda ganhavam um “extra”. Empresas de fachadas especializadas em serviços médicos (OSS) recebiam a verba para a saúde estadual e não realizavam nenhum tipo de serviços médicos.

Uma das pessoas apontadas pelas investigações como chefe da Associação Criminosa é a ex-secretária estadual adjunta de Saúde do governo Flávio Dino, Rosângela Curado.

Ela foi presa em 2017, durante a operação da Polícia Federal, mas não passou nem uma semana na cadeia. Outras 13 pessoas foram detidas, entre elas, o médico ex-diretor do Serviço de Atendimento de Móvel de Urgência (Samu), Mariano de Castro e Silva, apontado como um dos operadores da fraude. Ele estava em prisão domiciliar no Piauí, mas cometeu suicídio.

“Cada centavo que é desviado da saúde pública a população sente lá na frente. A gente já vive em um momento de escassez de recurso. Então, cada valor que deixa de ser aplicado como adequadamente, que é desviado, vai fazer falta a quem mais precisa”, acrescentou Leylane Maria da Silva, superintendente da CGU no Maranhão.
Sobre a situação, o Governo do Maranhão alegou que as fraudes têm origem no modelo anterior de prestação de serviço de Saúde e que tem adotado medidas para corrigir a problemática.

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