O mau cheiro incomoda quem mora e quem passa diariamente pela Rua Santo Antônio, no Calhau, pois o principal despejo no esgoto exposto na via, que se despeja em um córrego, é de resíduos residenciais, como exemplo, as descargas de sanitários.

O córrego, que ironicamente fica próximo a uma Estação de Tratamento da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), vai até a Avenida Litorânea, na orla da capital, e escoa diretamente para o mar, interferindo na negatividade do laudo de balneabilidade realizado periodicamente pelo Governo do Estado.

Moradores próximos ao córrego têm de lidar diariamente com o mau cheiro e dizem que o esgoto despejado do local provém de um condomínio de classe média-alta localizado na Avenida dos Holandeses, há poucas quadras do córrego.

“Os moradores sofrem muito. A gente acredita que vem do condomínio próximo, pois todas as vezes que a estação de esgoto do condomínio registra problemas, eles liberam o esgoto e cai, direto, no córrego”, frisou o professor Magno Sousa.
“Há mais de um mês a situação vem acontecendo, depois que chegou o período de chuva. Muitas pessoas estão sentindo dores de cabeça por causa do odor, que está mais forte. O córrego segue um curso que chega à Avenida Litorânea”.

O problema reflete o descaso do saneamento básico da capital. Mesmo a situação tendo acontecido em uma das áreas mais nobres da grande São Luís, a Caema não tem conseguido administrar as ações que são de sua responsabilidade, entre elas, principalmente, a fiscalização.

Os moradores da área alegam, ainda, que a situação representa a “vista grossa” que a Caema faz diante da situação, pois o principal problema de ainda acontecerem em São Luís é a falta de fiscalização por parte do órgão.

O despejo de esgoto em córregos, rios e outros canais fluviais que desembocam no mar passa a ser um problema que afeta também a saúde pública, pois, com a falta de informação e a confiança que depositam nos órgãos de fiscalização, acabam se expondo a situações que podem custar a própria saúde, como adentrar no mar em épocas em que o número de contaminação por bactérias é excessivo, como tem sido registrado nos últimos meses nas praias

Saneamento básico
Episódios como o de esgoto despejado in natura são determinantes para o atraso no desenvolvimento da população ludovicense, isto em todos os âmbitos que fazem uma cidade se tornar desenvolvida.

Por enquanto, São Luís ocupa a 76ª posição no ranking de saneamento básico das 100 maiores cidades no país inclusas na pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil, divulgada no dia 18 do mês passado.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou, em nota, que nos últimos dois dias realizou inspeção tanto na rede coletora de esgoto, quanto na Estação Elevatória Esgoto - EEE do Cohajap. Ambas estão funcionando ativamente e dentro dos padrões, sem interrupções de fluxo para que o esgoto coletado na região, que inclui o Calhau, seja destinado para tratamento na ETE Vinhais. Quanto à existência de lançamentos clandestinos, a Caema ressaltou que tem realizado frequentemente vistorias e busca permanente para retirada de pontos de lançamentos clandestinos, e redirecionar o fluxo para rede coletora. Por fim, informou que vai averiguar a situação citada.

SAIBA MAIS

Saneamento básico

Episódios como o de esgoto despejado in natura são determinantes para o atraso no desenvolvimento da população ludovicense, isto em todos os âmbitos que fazem de uma cidade, desenvolvida.

Por enquanto, São Luís ocupa a 76ª posição no ranking de saneamento básico das 100 maiores cidades no país inclusas na pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil, divulgada no dia 18 do mês passado.

Importância

Ter saneamento básico é um fator essencial para um país poder ser chamado de país desenvolvido, assim como para um grande centro urbano. Os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria da qualidade de vidas das pessoas, sobretudo na saúde infantil com redução da mortalidade infantil, melhorias na educação, na expansão do turismo, na valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na despoluição dos rios e preservação dos recursos hídricos.

Odor

Com o despejo de efluentes doméstico a céu aberto, é perceptível a baixa qualidade do ar, que afeta, ainda, a respiração pura e tranquila dos indivíduos. O ar é um dos principais agente-causador de doenças.

Impropriedade das praias

O carreamento de esgoto, por meio de rios e córregos que desembocam na orla marítima da capital, ocasionam, diretamente, para a infelicidade da população e de turistas de todas as regiões do Brasil e até do exterior que visitam a grande São Luís, a impropriedade das praias.

De acordo com o último laudo de balneabilidade das praias de São e região metropolitana, realizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), dos 21 pontos analisados, apenas três estão próprios (dois na Praia de São Marcos e um na Praia do Meio) O monitoramento foi realizado no período de 15 de abril a 13 de maio e divulgado no último dia 17.

Mais uma vez, de acordo com a Sema, a impropriedade se deu pela ocorrência de chuvas durante o período de estudo realizado pelos técnicos da secretaria e que contribuiu para a extrapolação dos Valores Máximos de Enterococos, pelo carreamento de matéria orgânica oriunda da lavagem das vias públicas e drenagem fluvial para as águas marítimas, influenciando negativamente as condições de balneabilidade das praias, porém, com a situação de córregos que desembocam no mar sendo pontos de fozes de esgotos in natura, fica constatado que a impropriedade das praias se dá por um problema maior e pouco observado pelo Estado.

Problemas de saúde decorrentes a água do mar contaminada

- machucados cutâneos
- infecções
- vômitos e diarreias
- micoses e irritações da pele
- desequilíbrio do organismo que podem prejudicar o funcionamento dos rins

Como evitar

Algumas precauções precisam ser tomadas para afastar as chances de contaminação facilitada nas praias neste verão. A principal dica é não adentrar aos pontos que estiverem notificados por placas que decretem a impropriedade para uso humano, e outra, não menos importante, é evitar andar descalço pela praia e evitar tomar banho onde a balneabilidade, caso o ponto não esteja sinalizado, seja duvidosa.

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